Celso Sabino

administrador, advogado e político brasileiro, ministro do turismo

Celso Sabino de Oliveira (Belém, 29 de agosto de 1978) é um administrador, advogado e político brasileiro, filiado ao União Brasil (UNIÃO)[2][3] e atual ministro do Turismo do Brasil.[4] É deputado federal pelo Pará, encontrando-se licenciado.

Celso Sabino
Celso Sabino
25.ª Ministro do Turismo do Brasil
Período 3 de agosto de 2023
à atualidade
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Antecessor(a) Daniela Carneiro
Deputado Federal pelo Pará
Período 1º de fevereiro de 2019
à atualidade[nota 1]
Legislaturas 56ª (2019–2023)
57ª (2023–2027)
Deputado Estadual do Pará
Período 1º de fevereiro de 2015
a 1º de fevereiro de 2019
Legislatura 18ª (2015–2019)
Período fevereiro de 2011
a 20 de março de 2012
Legislatura 17ª (2011–2012)
Presidente do Instituto de Metrologia do Estado do Pará
Período 8 de julho de 2013
a 1º de janeiro de 2014
Governador Simão Jatene
Antecessor(a) Luiziel Guedes
Sucessor(a) Fabrizio Augusto Guaglianone de Souza
Secretário de Trabalho, Emprego e Renda do Pará
Período 20 de março de 2012
a 10 de junho de 2013
Governador Simão Jatene
Antecessor(a) Júnior Hage
Sucessor(a) Rodivan dos Santos Nogueira
Dados pessoais
Nome completo Celso Sabino de Oliveira
Nascimento 29 de agosto de 1978 (45 anos)
Belém, PA
Nacionalidade brasileiro
Alma mater Universidade da Amazônia
Centro Universitário do Pará
Universidad del Museo Social Argentino (Dr.)
Prêmio(s)
Partido PP (2001–2009)
PR (2009–2013)
PSDB (2013–2021)
PSL (2021–2022)
UNIÃO (2022–presente)
Religião evangélico
Ocupação auditor fiscal, advogado, político

Biografia editar

Nascido na capital paraense, filho de Cipriano Sabino de Oliveira e Fátima Sabino de Oliveira, Celso Sabino trabalhou, desde os 14 anos de idade, na empresa Sabino Oliveira Comércio e Navegação (Sanave), fundada e presidida por Cipriano, que foi gerente de navegação e operações durante os anos de 1996 e 2002.[5] Passou em diferentes cargos pela empresa, como office boy, almoxarifado, atendente de compras, na própria navegação e no serviço de embarque e desembarque.[6]

Pai de cinco filhos, o deputado casou-se pela segunda vez com Érika Sabino de Oliveira[carece de fontes?], declarando-se como cristão e evangélico praticante.[6][5]

Concluiu o ensino médio no Colégio Marista Nossa Senhora de Nazaré, em Belém, elegendo-se presidente do Grêmio Estudantil com aproximadamente 1 300 votos. Nesta mesma época, também chegou a presidente da Juventude do Partido Progressista.[6]

Graduou-se em administração pela Universidade da Amazônia (UNAMA), e em direito pelo Centro Universitário do Pará (CESUPA). Além disso, possui pós-graduação em Controladoria, Auditoria e Gestão Financeira, pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e concluiu o curso de aperfeiçoamento em Gestão Pública Tributária, pela Escola de Administração Fazendária (ESAF).  Foi aprovado no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e finalizou, em 2017, o doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais, na Universidad del Museo Social Argentino (UMSA), na Argentina.[5]

Aos 22 anos, foi aprovado no concurso para auditor fiscal na Secretaria da Fazenda do Estado do Pará (SEFA/PA) e recebeu licença para exercer o cargo de deputado federal em 2018.[5]

Trajetória política editar

Em 2010, elegeu-se como deputado estadual suplente em Belém e obteve 19.140 votos nas eleições daquele ano, assumindo sua posição em fevereiro de 2011 pelo Partido da República (PR), com a nomeação de Júnior Hage na Secretaria Estadual na Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda na gestão de Simão Jatene. Em março de 2012,[7] assumiu o cargo de Secretário Estadual na Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda (Seter) no lugar de Hage,[5][8] obtendo o reconhecimento de sua gestão pela conquista do recorde de cursos ofertados; pela proposição de encaminhamento à novos empregos; e pela melhora na agilidade do atendimento, com a redução do tempo de espera nas filas para protocolar o seguro-desemprego; além disso, também participou da criação da Feira do Artesanato Mundial (FAM) e da implantação do projeto “Seter nos bairros”, que levou todos os serviços da secretaria para mais perto do cotidiano civil.[6][9] Permaneceu no cargo até junho de 2013.[10]

Em 2013, filiou-se ao Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). No mesmo ano, também assume a presidência do Instituto de Metrologia do Pará (IMETROPARA).[11]

Em 2014 foi eleito Deputado Estadual pelo PSDB, exercendo novo mandato entre 2015 e 2018.

Em 2018, Celso Sabino foi eleito deputado na Câmara Federal, em Brasília, com 146 288 votos pelo PSDB[12] e atuava, de março de 2019 até janeiro de 2021, como vice-líder do partido no Pará.[11]

Em 2021, anuncia sua saída do PSDB após desavenças entre algumas alas do partido, principalmente por ser o relator da chamada "PEC da Impunidade".[13] Até então, o parlamentar já havia se envolvido em polêmicas dentro do próprio partido, sobretudo em se alinhar as políticas do Governo Jair Bolsonaro, levando a abertura do processo de expulsão do partido.[14] Em julho de 2023, Sabino negou ser bolsonarista.[15]

Em 2022, foi eleito, por aclamação no dia 04/05, o novo presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO) na Câmara dos Deputados. Celso Sabino é o primeiro paraense a presidir a Comissão de Orçamento.

Em 14 de julho de 2023, foi nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o cargo de ministro do Turismo,[16] sendo empossado no dia 3 de agosto.[17]

Posicionamentos editar

Em 2011, Celso Sabino foi um dos principais atuantes no processo de discussão sobre a separação do estado do Pará. O deputado, que se posicionou contra a divisão paraense entre os estados do Novo Pará, Tapajós e Carajás, presidiu a frente contra os Tapajós.[18][19][20]

Aqueles que lutam pela separação alegam um abandono social por parte do governo, proveniente da distância física e política de regiões distantes de Belém. Em contrapartida, políticos contrários a divisão reiteram que a falta de qualidade nos índices da sociedade também são um problema em localidades próximas a capital, não sendo esse um argumento plausível e suficiente para separação. Além disso, os favoráveis também alertam para o sucesso da separação de outros estados, como o Tocantins, que apresenta bons índices sociais, como por exemplo, na educação. Celso Sabino rebate tal argumentação apontando as diferentes realidades entre os estados e dando exemplos de regiões como o Amapá, que apesar da separação, progrediu pouco em relação a qualidade de vida da sociedade.[18][19][20]

Os políticos que se posicionaram contra a separação do Pará colocam, ainda, o aumento dos custos e salários que seriam gerados pela estruturação de novos governos; a parcialidade do mapa proposto em plebiscito, que não cumpre critérios técnicos ou culturais, estando sobre influência direta de interesses econômicos das grandes empresas de mineração, madeireiras e pecuaristas; e, a mudança que se estabeleceria no equilíbrio de poder entre as regiões do Brasil, já que os representantes de tais estados passariam a exercer maior influência no Congresso, mesmo que correspondessem a um número menor da população.[18][19][20]

Diante de tais embates, o plebiscito sobre a divisão do estado do Pará, aprovado pelo Congresso em maio de 2011, levou a população paraense às urnas, com resultado positivo contrário à divisão. O resultado foi comemorado abertamente por Sabino e sua atuação em tais disputas resultou em uma movimentação negativa nas redes sociais durante a campanha eleitoral de 2018.[18][19][20]

Controvérsias editar

Filiado ao PSDB, o nome de Celso Sabino apareceu na lista de receptores de verba da organização Odebrecht (atual Novonor), investigada na operação Lava-Jato, referente às campanhas eleitorais de 2012 e 2014. Neste sentido, questionou-se a transparência das contas do partido, as quais não corroboraram para a identificação da proveniência do dinheiro, se concedido de forma legal ou como parte de propina.[21][22][23]

Em 2021, foi um dos relatores da polêmica "PEC da Impunidade", que dificulta a prisão de políticos em crimes pegos em flagrante.[24]

Desempenho eleitoral editar

Ano Eleição Candidato a Partido Coligação Votos % Resultado
2010 Estadual no Pará Deputado estadual PR sem coligação[25] 19.140 0,56 Não eleito
(suplente)[26]
2014 Estadual no Pará Deputado estadual PSDB Pra frente Pará[27]
(PSDB, PSD, PTB, PP)
39.929 1,08 Eleito[28]
2018 Estadual no Pará Deputado federal Todos pelo Pará[29]
(PSDB, DEM, PSB, PDT, Solidariedade, PPS, PMN)
146.288 3,70 Eleito[30]
2022 Estadual no Pará Deputado federal UNIÃO sem coligação[31] 142.326 3,14 Eleito[32]

Notas

  1. Licenciado do mandato de deputado federal durante o exercício do cargo de ministro do Turismo.

Referências

  1. «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Edição extra | Nº 225-A , quinta-feira, 1 de dezembro de 2022». Imprensa Nacional. 1 de dezembro de 2022. p. 1. Consultado em 4 de fevereiro de 2024 
  2. «Deputado Federal Celso Sabino». Portal da Câmara dos Deputados. Consultado em 21 de junho de 2021 
  3. Soares, Benigna (6 de junho de 2022). «Celso Sabino lança sua pré-candidatura a reeleição para Deputado Federal». Rede Pará. Consultado em 5 de julho de 2022 
  4. «Lula confirma Celso Sabino para Ministério do Turismo; nomeação sai nos próximos dias». G1. 13 de julho de 2023. Consultado em 13 de julho de 2023 
  5. a b c d e SINUSCONPA 2012.
  6. a b c d Sabino 2019.
  7. «Deputado Celso Sabino se despede e Junior Hage reassume mandato». Jusbrasil. 20 de março de 2012. Consultado em 7 de julho de 2023 
  8. «Página 5 da Caderno 1 do Diário Oficial do Estado do Pará (DOEPA) de 20 de Março de 2012». Jusbrasil. 20 de março de 2012. Consultado em 7 de julho de 2023 
  9. Diego 2018.
  10. «Página 5 da Caderno 1 do Diário Oficial do Estado do Pará (DOEPA) de 11 de Junho de 2013». Jusbrasil. 11 de junho de 2013. Consultado em 7 de julho de 2023 
  11. a b Câmara dos Deputados 2019.
  12. Gazeta do Povo 2018.
  13. «Após atritos com a direção, deputado Celso Sabino deixa o PSDB». Poder360. 15 de março de 2021. Consultado em 19 de março de 2021 
  14. «PSDB abre processo de expulsão de Celso Sabino; Aécio fala em "caças às bruxas"». Congresso em Foco. 20 de agosto de 2020. Consultado em 19 de março de 2021 
  15. «Ministro do Turismo nega ser bolsonarista e diz que não votou no 2º turno». Uol. 20 de julho de 2023. Consultado em 21 de julho de 2023 
  16. «Sabino é nomeado ministro do Turismo; Daniela é exonerada 'a pedido'». Uol. 14 de julho de 2023. Consultado em 14 de julho de 2023 
  17. «Lula dá posse a Celso Sabino como ministro do Turismo». Uol. 3 de agosto de 2023. Consultado em 3 de agosto de 2023 
  18. a b c d Calixto, Turco & Tanigawa 2011.
  19. a b c d Piran 2018.
  20. a b c d Gasparin 2018.
  21. Pinheiro 2016.
  22. Pinheiro 2018.
  23. Mendes 2016.
  24. «'Não aumenta em nada a impunidade', diz relator sobre PEC da imunidade parlamentar». Jovem Pan. 25 de fevereiro de 2021. Consultado em 19 de março de 2021 
  25. «Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais - Celso Sabino (2010)». Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais. 2010. Consultado em 23 de julho de 2022 
  26. «Apuração de votos e candidatos eleitos (1º turno) - UOL Eleições 2010». Consultado em 23 de julho de 2022 
  27. «Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais - Celso Sabino (2014)». Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais. 2014. Consultado em 22 de julho de 2023 
  28. «Resultado das Apurações dos votos do 2º turno das Eleições 2014 no Pará para Governador, Senador, Deputados Federais e Deputados Estaduais». G1. Consultado em 22 de julho de 2023 
  29. «Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais - Celso Sabino (2018)». Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais. 2018. Consultado em 22 de julho de 2023 
  30. «Senadores e deputados federais/estaduais eleitos: Apuração e resultado das Eleições 2018 PA». UOL Eleições 2018. Consultado em 23 de julho de 2023 
  31. «Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais - Celso Sabino (2022)». Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais. 2022. Consultado em 22 de julho de 2023 
  32. «Apuração das Eleições 2022 para presidente, governadores, senadores, deputados federais e estaduais». noticias.uol.com.br. Consultado em 23 de julho de 2023 


Bibliografia editar