Centro Cívico de Santo André

local onde se situam a Prefeitura, a Câmara dos Vereadores e o Fórum do município de Santo André, bem como a Biblioteca Nair Lacerda e o Teatro Municipal.
Paço Municipal de Santo André
Apresentação
Tipo
património cultural
conjunto de edifícios (en)
Parte de
Praça IV Centenário (d)
Fundação
Arquitetos
Estatuto patrimonial
bem tombado pelo CONDEPHAAT ()
bem tombado pelo COMDEPHAAPASA (d) ()Visualizar e editar dados no Wikidata
Estado de conservação
preservado (d)
Localização
Localização
Santo André (d)
 Brasil
Coordenadas
Mapa

O Centro Cívico de Santo André, também conhecido como Paço Municipal de Santo André, é um espaço público situado na cidade de Santo André, em São Paulo. O espaço, com área de cerca 110.000 m², é o local onde se localizam as sedes dos três poderes do município[1], isto é, a Prefeitura Municipal, a Câmara dos Vereadores e o Fórum da Comarca de Santo André. No Centro Cívico também está localizado o Centro Cultural, que compreende a Biblioteca Nair Lacerda e o Teatro Municipal Maestro Flavio Florence.

O projeto arquitetônico foi realizado pelo escritório de Rino Levi, enquanto o paisagismo é da autoria de Burle Marx. Em 2013, o Centro Cívico foi tombado pelo Condephaat.[2][3]

História editar

Projeto editar

 
O governador Abreu Sodré e o prefeito de Santo André Fioravante Zampol observam a maquete do projeto do Paço Municipal, 1968.
Arquivo Público do Estado de São Paulo

Em 1948 a prefeitura de Santo André conseguiu desapropriar as últimas áreas remanescentes da Chácara Bastos, adquirida pela família homônima em 1890 e loteada a partir de 1922. No local desapropriado foi criada a Praça IV Centenário, inaugurada em 8 de abril de 1953, durante a comemoração dos 400 anos de Santo André. Durante a gestão de Fioravante Zampol, a Praça IV Centenário foi escolhida para receber o novo Paço Municipal de Santo André. A prefeitura lançou, em parceria com o Instituto de Arquitetos do Brasil, um concurso de arquitetura para a escolha do projeto do novo Paço.[4][5]

O concurso foi dirigido pelo arquiteto Rubens Carneiro Viana e outros membros da prefeitura e a comissão julgadora foi formada pelos arquitetos Gian Carlo Gasperini (co-autor do Edifício Barão de Iguape), Osvaldo Arthur Bratke e o engenheiro Rodolpho Mansueto Dini. Foram apresentados projetos dos seguintes arquitetos[6]:

Arquitetos participantes
Eduardo Kneese de Mello Jorge Wilheim
Júlio Neves Jorge Bomfim
Rodney Guaraldo
Toru Kanazawa
Rino Levi
Roberto Cerqueira Cesar
Luiz Roberto Carvalho Franco
Nestor Lindenberg
Max Hans Fortner

O projeto liderado por Rino Levi foi declarado vencedor em março de 1965, recebendo uma ajuda de custo do IAB de 1,9 milhão de cruzeiros.[5] Inicialmente o projeto do novo Paço Municipal iria abrigar apenas equipamentos dos poderes executivo e legislativo. Um pleito do poder judiciário obrigou a implantação do novo fórum, projetado pelo arquiteto Jorge Bomfim e incorporado posteriormente ao novo Paço através de um convênio entre a prefeitura e o governo do estado.[7][8][9]

Obras e inauguração editar

A contratação das obras foi marcada por uma disputa judicial, que provocou a impugnação da primeira licitação, obrigando a realização de uma segunda licitação.[10] Nela participaram as empresas construtoras CCA, ECISA, Heleno e Fonseca e Ribeiro Franco.[11]

As obras foram iniciadas em 1966, com a primeira etapa inaugurada em 8 de abril de 1969, como parte das comemorações dos 416 anos de Santo André. Até aquele momento, as obras haviam consumido 17 milhões de cruzeiros novos.[12] A última etapa, que consistia no fórum, teve suas obras contratadas em meados de 1970 e previsão de entrega para dezembro de 1972.[13] Atrasos nas obras, porém, fizeram com que o fórum de Santo André fosse inaugurado apenas em 22 de agosto de 1974.[14]

Obras de arte editar

  • Tríptico (1970), de Roberto Burle Marx. Composto por três painéis de concreto de 3,40 m de largura e comprimentos variáveis de 11,70 m, 10 m e 7,74 m.[16]
  • Monumento ao Trabalhador (2013), de Tomie Ohtake. Escultura de aço carbono, revestida com pintura automotiva. Possui 15 toneladas, 6 metros de largura X 12 metros de altura X 2,5 de profundidade, pesando 15 toneladas. Doada pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Santo André.[17]

Bibliografia editar

  • MARX, Roberto Burle; FILHO, Nestor Gourlart Reis; "Rino Levi"; Milão: Edizioni di Comunità, 1974. 180 p.[18]
  • ANELLI, Renato; GUERRA, Abílio; KON, Nelson; "Rino Levi - Arquitetura e cidade"; São Paulo: Romano Guerra Editora, 2001. 323 p.[19][20]

Referências

  1. «PAÇO E CENTRO CÍVICO SANTO ANDRÉ». Arquitetura Brutalista. Consultado em 22 de janeiro de 2017 
  2. Galvez, Camila. «Paço de Santo André é tombado». Jornal Diário do Grande ABC 
  3. «Em foco: Rino Levi». ArchDaily Brasil. 31 de dezembro de 2015 
  4. Daniela Mian. «Paço Municipal de Santo André é tombado pelo Condephaat». Prefeitura de Santo André. Consultado em 30 de agosto de 2020 
  5. a b «Concurso para Paço e Centro Cívico de Santo André». Revista Acrópole, ano 27, edição 320, páginas 23 a 28. Agosto de 1965. Consultado em 30 de agosto de 2020 
  6. «Santo André:Construção do Paço Municipal e Centro Cívico será iniciada ainda esse ano». A Tribuna, ano LXXI, edição 302, página 24/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 21 de março de 1965. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  7. «Construção de fórum depende de convênio». A Tribuna, ano LXXV, edição 53, Caderno Litoral e Turismo, página 31/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 19 de maio de 1968. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  8. «Quem Somos». Bomfim Arquitetura. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  9. «Projetos-Públicos e comerciais». Bomfim Arquitetura. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  10. «Paço Municipal:nova concorrência abre-se no dia 26». A Tribuna, ano LXXII, edição 205, página 8/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 24 de novembro de 1965. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  11. «Santo André: Fac. de Filosofia depende de autorização do C.F.E.». A Tribuna, ano LXXI, edição 215, página 8/republicado pela Biblioteca Nacional-Hemeroteca Digital Brasileira. 5 de dezembro de 1965. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  12. «Santo André comemora 416 anos e inaugura seu Centro Cívico». Folha de S.Paulo, ano XLIX, edição 14542, página 8. 9 de abril de 1969. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  13. «Santo André:Novo Fórum estará pronto até dezembro». Folha de S.Paulo, ano LII, edição 15753, página 22. 2 de agosto de 1972. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  14. «Fórum entregue vai resolver problemas». Folha de S.Paulo, ano LIV, edição 16604, página 15. 27 de agosto de 1974. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  15. Prefeitura de Santo André. «Tapeçaria Burle Marx». Portal de Turismo de Santo André. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  16. Prefeitura de Santo André. «O Tríptico e o Saguão do Teatro». Portal de Turismo de Santo André. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  17. «Monumento ao Trabalhador». Instituto Tomie Ohtake. Consultado em 1 de setembro de 2020 
  18. Joaquim Guedes (fevereiro de 2003). «Casa e cidade. Um mestre da moderna arquitetura brasileira». Vitruvius. Consultado em 4 de setembro de 2020 
  19. «Rino Levi - Arquitetura e cidade». Romano Guerra Editora. Consultado em 4 de setembro de 2020 
  20. «Rino Levi: Arquitetura e cidade-Aberta a campanha do Catarse para reedição do livro». Vitruvius. 17 de maio de 2019. Consultado em 4 de setembro de 2020 
 
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