Cerco de Malta (1798–1800)

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O Cerco de Malta consistiu num bloqueio de uma guarnição francesa em Valeta, a maior cidade e principal porto na ilha mediterrânica de Malta, entre 1798 e 1800. Valeta tinha sido capturada por uma força expedicionária francesa durante a Campanha do Mediterrâneo de 1798, e guarnecida com 3000 homens sob o comando de Claude-Henri Belgrand de Vaubois. Quando a Frota Francesa do Mediterrâneo foi destruída na Batalha do Nilo a 1 de Agosto de 1798, a Marinha Real Britânica, junto com a frota portuguesa do Marques de Nisa, conseguiu impor um bloqueio a Malta, em conjunto com uma insurreição entre os cidadãos da ilha contra o domínio francês.[1] Forçada a recuar para Valeta, a guarnição francesa enfrentou uma falta de alimentos e um severo bloqueio britânico: embora tenham chegados abastecimentos, de pouca monta, no início de 1799, não houve mais nenhum durante um ano, provocando fome e doenças entre as tropas francesas, e uma redução do moral e da capacidade de combate.

Cerco de Malta
Guerras revolucionárias francesas
Data 2 de Setembro de 1798 — 4 de Setembro de 1800
Local Valeta, Malta
Desfecho Vitória dos Aliados
Beligerantes
Reino Unido Reino da Grã-Bretanha
Malta Forças irregulates de Malta
Reino de Portugal
Reino de Nápoles
França Primeira República Francesa
Comandantes
Reino Unido Horatio Nelson
Reino Unido Alexander Ball
Malta Emmanuel Vitale
Domingos Xavier de Lima
França Charles-Henri de Belgrand de Vaubois
Forças
1100 3000

Em Fevereiro de 1800, os franceses tentaram abastecer a guarnição enviando uma série de navios liderados pelo contra-almirante Jean-Baptiste Perrée, que partiram de Toulon. O esquadrão de bloqueio, sob o comando do contra-almirante Horatio Nelson, interceptou os navios franceses, e, durante a curta batalha que se seguiu, Perrée foi morto e o seu navio-almirante capturado. No mês seguinte, o navio de linha Guillaume Tell rumou de Valeta para Toulon, carregado de soldados, mas também este foi interceptado e forçado a render-se aos britânicos durante a uma pequena batalha. Estas derrotas tornaram a situação francesa na ilha insustentável, e a sua rendição inevitável. Embora Vaubois tenha aguentado por mais cinco meses, acabou por se entregar a 4 de Setembro, altura em que a mortalidade entre a guarnição, devido a fome e tifo, ascendia a 100 homens por dia. Malta foi controlada pelos britânicos, facto que iria ser um factor significativo nas Guerras Napoleónicas, no início de 1803. O controlo da ilha de Malta pelos britânicos iria ter uma duração de 164 anos, até à independência em 1964.

Bibliografia editar

  • Adkins, Roy & Lesley (2006). The War for All the Oceans. [S.l.]: Abacus. ISBN 0-349-11916-3 
  • Bradford, Ernle. Nelson: The Essential Hero. 1999 [1977]. [S.l.]: Wordsworth Military Library. ISBN 1-84022-202-6 
  • Clowes, William Laird. The Royal Navy, A History from the Earliest Times to 1900, Volume IV. 1997 [1900]. [S.l.]: Chatham Publishing. ISBN 1-86176-013-2 
  • Gardiner, Robert, ed. Nelson Against Napoleon. 2001 [1996]. [S.l.]: Caxton Editions. ISBN 1-86176-026-4 
  • Grocott, Terence. Shipwrecks of the Revolutionary & Napoleonic Era. 2002 [1997]. [S.l.]: Caxton Editions. ISBN 1-84067-164-5 
  • James, William. The Naval History of Great Britain, Volume 2, 1797–1799. 2002 [1827]. [S.l.]: Conway Maritime Press. ISBN 0-85177-906-9 
  • James, William. The Naval History of Great Britain, Volume 3, 1800–1805. 2002 [1827]. [S.l.]: Conway Maritime Press. ISBN 0-85177-907-7 
  • Mostert, Noel (2007). The Line upon a Wind: The Greatest War Fought at Sea Under Sail 1793–1815. [S.l.]: Vintage Books. ISBN 978-0-7126-0927-2 
  • Woodman, Richard (2001). The Sea Warriors. [S.l.]: Constable Publishers. ISBN 1-84119-183-3 

Referências

  1. "O Ilustre Almirante Marquês de Nisa", Jorge Manuel Moreira Silva, ''Revista da Armada'', nº 380, Novembro de 2004

Ligações externas editar

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