Chão de Couce
Chão de Couce é uma povoação portuguesa sede da Freguesia de Chão de Couce do Município de Ansião, freguesia com 23,8 km² de área[1] e 1684 habitantes (censo de 2021)[2], tendo, por isso, uma densidade populacional de 70,8 hab./km².
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Freguesia | ||||
Pelourinho de Chão de Couce | ||||
Localização | ||||
Localização de Chão de Couce em Portugal | ||||
Coordenadas | 39° 53′ 29″ N, 8° 22′ 09″ O | |||
Região | Centro | |||
Sub-região | Região de Leiria | |||
Distrito | Leiria | |||
Município | Ansião | |||
Código | 100304 | |||
Administração | ||||
Tipo | Junta de freguesia | |||
Características geográficas | ||||
Área total | 23,8 km² | |||
População total (2021) | 1 684 hab. | |||
Densidade | 70,8 hab./km² |
Foi vila e sede de concelho entre 1514 e 1855. Este era constituído inicialmente apenas pela freguesia da vila. Tinha, em 1801, 1279 habitantes. Na época moderna, era a vila sede da Comarca das Cinco Vilas ou Comarca de Chão de Couce (juntamente com Aguda, Avelar, Maçãs de Dona Maria e Pousaflores), tendo todas recebido foral em simultâneo (12 de novembro de 1514), tendo sido cabeça desta comarca até 1832.
Em 1836, foram-lhe anexadas as freguesias de Avelar e Pousaflores, com a extinção dos respetivos concelhos. Tinha, em 1849, 3568 habitantes. Aquando da extinção, foi integrado no concelho (atual município) de Figueiró dos Vinhos, passando, em 1895, para o atual município.
História
editarChão de Couce, como espaço de ocupação humana, remonta ao princípio dos tempos, havendo vestígios arqueológicos da pré-história e da ocupação romana, designadamente vestígios da via romana de Conímbriga a Sélio.
A primeira referência escrita a Chão de Couce respeita à Quinta de Cima, onde atualmente permanece um palacete, que atesta ainda a sua nobreza, e uma capela particular de invocação de Nossa Senhora do Rosário. Esta propriedade pertenceu aos Reis de Portugal (Dinastia de Borgonha), havendo registo da doação feita por D. Afonso III a D. Constança Gil, dama da rainha D. Beatriz, como dote de casamento, em 5 de fevereiro de 1258. Mais tarde, a Quinta foi do Conde de Barcelos, do Mosteiro de Santo Tirso, de D. Dinis, novamente Mosteiro de Santo Tirso e de João Afonso, genro de Dom Dinis. Consta-se que, aquando do casamento de D. Fernando I com D. Leonor Teles, criticado violentamente pelo povo de Lisboa, o casal real se terá refugiado aqui.
Em 4 de junho de 1451, D. Afonso V fez doação da Quinta ao Conde de Vila Real, D. Pedro de Meneses. A Quinta de Cima voltou à Coroa em 1641 (com a execução do seu proprietário, um dos conjurados contra Dom João IV) e, pouco depois, foi integrada na Casa do Infantado até 1834, vindo, posteriormente, a ser propriedade de António Lopes do Rego, sargento-mor e cavaleiro da Ordem de Cristo. A Quinta de Cima é, ainda hoje, uma verdadeira preciosidade em termos artísticos e históricos. No princípio do século XX, embora a arquitetura do belo edifício habitacional nada tivesse de medieval, continuava a ser um espaço idílico (e hoje ainda mantém, praticamente, o mesmo aspeto).
Em 12 de novembro de 1514, D. Manuel I deu foral novo a Chão de Couce e, em conjunto, às vilas de Avelar, Pousaflores, Aguda e Maçãs de Dona Maria - eram as "Cinco Vilas", que tinham como capital Chão de Couce. Estes forais foram confirmados por Dom Filipe I, em 7 de outubro de 1594. Em 31 de dezembro de 1836, com a reforma administrativa, os cinco concelhos da comarca das Cinco Vilas constituíram apenas dois concelhos: o de Chão de Couce, com as freguesias de Chão de Couce, Avelar e Pousaflores; e o de Maçãs de Dona Maria, com Maçãs de Dona Maria, Aguda e Arega. Em 1855, é extinto o concelho de Chão de Couce, passando esta freguesia, bem como as de Avelar e Pousaflores, a integrar o concelho de Figueiró dos Vinhos. Passaram, pelo decreto de 7 de setembro de 1895, a freguesia de Chão de Couce, Avelar e Pousaflores a integrar, por ora, o concelho de Ansião.
Demografia
editarNota: Nos anos de 1864 a 1890, pertencia ao concelho de Figueiró dos Vinhos, tendo passado para o atual concelho por decreto de 7 de setembro de 1895.
A população registada nos censos foi:[2]
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Distribuição da População por Grupos Etários[4] | ||||
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Ano | 0-14 Anos | 15-24 Anos | 25-64 Anos | > 65 Anos |
2001 | 320 | 292 | 1158 | 579 |
2011 | 233 | 198 | 963 | 598 |
2021 | 158 | 155 | 786 | 585 |
Pontos de interesse
editarA Igreja Matriz de Chão de Couce, construída na 1.ª metade do século XX, tem a nave e a Capela-Mor decoradas com azulejos figurativos, a azul, da autoria de Mário Reis. Do mesmo autor, existem no alto da fachada principal, dois registos de azulejos. Num nicho da capela-mor, existe uma Imagem quinhentista, em pedra, da Virgem, sem pintura. Mas o maior atrativo desta Igreja é, sem dúvida, o Retábulo de Malhoa (1933), representando Nossa Senhora da Consolação. Foi a última grande obra de Mestre Malhoa, que, em 2003, perfez 70 anos de existência, efeméride que a Paróquia fez questão de lembrar de forma pública e festiva. A Região Pastoral do Sul da Diocese de Coimbra tem sede nesta freguesia, onde, desde finais do século passado existe o Centro Pastoral da Região Sul. Atualmente, a maior concentração industrial do concelho situa-se na zona industrial do Camporês, que pertence à freguesia de Chão de Couce. Aí foram implantados nos últimos anos complexos industriais, onde se inserem unidades fabris de cerâmica, componentes para a indústria têxtil, sinais rodoviários, embalagens e alumínios, entre outras.
Referências
- ↑ «Carta Administrativa Oficial de Portugal CAOP 2013». descarrega ficheiro zip/Excel. IGP Instituto Geográfico Português. Consultado em 10 de dezembro de 2013. Arquivado do original em 9 de dezembro de 2013
- ↑ a b Instituto Nacional de Estatística (23 de novembro de 2022). «Censos 2021 - resultados definitivos»
- ↑ Instituto Nacional de Estatística (Recenseamentos Gerais da População) - https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes
- ↑ INE. «Censos 2011». Consultado em 11 de dezembro de 2022