Charles Olson (Worcester, Massachusetts, 27 de dezembro de 1910 - Nova Iorque, 10 de janeiro de 1970) foi um poeta dos Estados Unidos, que cunhou os termos pós-modernismo e verso projetivo.

Dados biográficos editar

Formado em Harvard, tendo primeiramente estudado na Wesleyan University, participou da política durante alguns anos, junto ao Partido Democrata. Posteriormente, foi professor no Black Mountain College, tornando-se seu diretor até 1956.

 
Parte do campus do Black Mountain College.

Destacando-se, primeiramente, como ensaísta, em trabalho sobre Melville publicado em 1947, seu início na poesia foi difícil, tendo o poeta que superar a influência acentuada de seus mestres Ezra Pound e William Carlos Williams[1].

Teria vivido por mais de 6 meses na península do Yucatán, onde demonstrou interesse pela cultura maia[2].

A poética e o conceito de pós-modernidade de Olson editar

Adotando um estilo telegráfico, realizou pesquisas com a poesia oral, sob influência da linguagem do cinema e das vanguardas do início do século XX, em especial o modernismo de Pound e William Carlos Williams, o que resultou na teoria do verso projetivo(projective verse), em 1959[3]. Em ensaio sobre o “Projective Verse” insistia que a forma da poesia é uma mera extensão do conteúdo[4].

Em cartas ao amigo e poeta Robert Creeley usa pela primeira vez o termo pós-modernismo, o qual irá aprofundar em manifesto de 1952, embora o termo somente venha a se popularizar na década de 1970. Olson refere-se a um “mundo pós-moderno”, de um “Pós-Ocidente”, posterior à era imperial e dos “Descobrimentos e da Revolução Industrial”. Olson propõe uma literatura prospectiva, ou seja, uma literatura que lança os olhos sobre o futuro[5], estando, assim, próximo das propostas das vanguardas, que se propõem como precursoras deste mesmo futuro.

As novas técnicas desenvolvidas por Olson estão presentes em boa parte da poesia norte-americana mais recente, influenciando, inclusive, poetas como Allen Ginsberg.

Algumas obras editar

  • Call Me Ishmael, Reynal & Hitchcock, 1947, Grove, 1958.
  • To Corrado Cagli (poesia), Knoedler Gallery (New York, NY), 1947.
  • Y & X (poesia), Black Sun Press, 1948.
  • Letter for Melville (poetry), Melville Society, Williams College, 1951.
  • Mayan Letters, ed. Robert Creeley, Divers Press, 1953.
  • Projective Verse (ensaio), Totem Press, 1959.
  • The Maximus Poems, Jargon, 1956, Jargon/Corinth, 1960.
  • The Collected Poems of Charles Olson, Berkeley, 1987.
  • Collected Prose, ed. Donald Allen & Benjamin Friedlander (Berkeley, 1997)
  • Human Universe and Other Essays, ed. Donald Allen (Berkeley, 1965)
  • Charles Olson and Robert Creeley: The Complete Correspondence, ed. George F. Butterick and Richard Blevins, 10 volumes. Black Sparrow Books, 1980-96.
  • Selected Letters, ed. Ralph Maud, Berkeley, 2001.

Referências