Eletrobras CHESF

empresa brasileira de capital aberto que atua na geração e transmissão de energia em alta e extra-alta tensão
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A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) é uma sociedade anônima de capital aberto que atua na geração e transmissão de energia em alta e extra-alta tensão, explorando a bacia hidrográfica do rio São Francisco, com sede no Recife.

Chesf
Eletrobras CHESF
Razão social Companhia Hidrelétrica do São Francisco
Empresa de capital aberto
Slogan Energia para novos tempos
Atividade Energia Elétrica
Gênero Sociedade anônima
Fundação 3 de outubro de 1945 (79 anos)
Fundador(es) Brasil sob a presidência de Getúlio Vargas, tendo como articulador principal o presidente
Sede Recife, PE
Proprietário(s) Eletrobras
Presidente Antônio Varejão
Produtos Geração e transmissão de energia elétrica
Website oficial www.chesf.com.br
Torres de transmissão da CHESF no Piauí

História

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Antecedentes

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Em 1576, o historiador e cronista português Pero de Magalhães Gândavo, esteve no rio São Francisco e descreveu que o rio era navegável, mas que a partir de um ponto não se podia passar, em razão da existência de uma grande cachoeira.[1]

Em 1801, o naturalista José Vieira Couto escreveu a respeito da potencialidade oferecida pelo São Francisco para beneficiar a agricultura de suas regiões ribeirinhas.[1]

O aproveitamento da energia hidráulica de Paulo Afonso, na divisa de Alagoas com a Bahia, é uma antiga aspiração. Vários pedidos relativos à exploração do seu potencial hidráulico foram feitos ao longo dos anos.[1]

Em 1910, o cidadão inglês Richard G. Reidy solicitou a concessão das cachoeiras de um trecho do rio, mas a solicitação foi indeferida pelo governo do Marechal Hermes da Fonseca.[1][2]

Em 1913, o industrial cearense Delmiro Gouveia foi o primeiro a utilizar a força da cachoeira, instalando ali a Usina Hidrelétrica de Angiquinho para movimentar sua fábrica de fios e linhas.[2]

Em 1921, foi realizado primeiro levantamento topográfico da cachoeira de Paulo Afonso. Os estudos foram ampliados na década de 1940.[2]

Criação

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Em 1944, o engenheiro agrônomo pernambucano Apolônio Sales, ministro da Agricultura do governo Getúlio Vargas, apresentou a proposta de criação da Chesf como empresa pública sob controle da União e que seria responsável pela construção de uma grande central geradora em Paulo Afonso, como instrumento para o desenvolvimento econômico da região Nordeste.[2]

A Chesf foi criada durante o Estado Novo, pelo presidente Getúlio Vargas através do Decreto-Lei nº 8.031 de 3 de outubro de 1945, e constituída na primeira assembleia geral de acionistas, realizada em 15 de março de 1948. Foi a primeira empresa pública de eletricidade do país.[2]

Desde o primeiro governo de Getúlio Vargas (1930-1945), quando se implantou uma vigorosa política de substituição das importações, ficou assentado que os grandes empreendimentos, de interesse estratégico para o desenvolvimento do país, deveriam ficar sob tutela estatal. Criaram-se então, a Companhia Siderúrgica Nacional (1940), a Companhia Vale do Rio Doce (1942), e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (1945). No seu segundo governo (1951-1954), foi fundada a Petrobrás - Petróleo Brasileiro S/A (1953).[3]

 
Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso IV.

Em 15 de janeiro de 1955, a Chesf inaugurou a usina de Paulo Afonso I.[2]

Com a reestruturação do setor elétrico na década de 1960, tornou-se uma subsidiária da Eletrobras, vinculada ao Ministério de Minas e Energia. Na época, havia uma crescente demanda por energia elétrica necessária para a industrialização e uma carência de investimentos por parte da concessionárias privada para a expansão do setor elétrico do país, o que promoveu a entrada do Estado no setor energético.[4]

Em 1967, foi concluída a usina de Paulo Afonso II.[4]

Expansão

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Em 1973, a Chesf absorveu a Companhia Hidro Elétrica de Boa Esperança (Cohebe), responsável pela construção da Usina Hidrelétrica de Boa Esperança em 1970, no rio Parnaíba, na divisa entre Piauí e Maranhão. Outras usinas também foram incorporadas, como as de Bananeiras, Funil, Curemas e Araras.[4]

Na década de 1970, a Chesf atuou simultaneamente na construção de várias obras. Em 1974, foi concluída a Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso III. A Usina Hidrelétrica de Moxotó (Apolônio Sales) entrou em operação em abril de 1977. A Usina de Paulo Afonso IV entrou em operação no ano de 1979. Também atuou na expansão de sistemas de transmissão no Nordeste.[4]

Em 1975, a sede da Chesf foi transferida do Rio de Janeiro para Recife. [4]

Em 1981, foi concluída a interligação dos sistemas de transmissão do Norte-Nordeste, possibilitando o intercâmbio de energia entre a Chesf e a Eletronorte, que estava construindo a hidrelétrica de Tucuruí.[4]

 
A barragem de Sobradinho, na Bahia.

Para o pleno aproveitamento do Complexo Hidrelétrico de Paulo Afonso, seria necessária a regularização da vazão do rio São Francisco. Em 1973, foi iniciada a construção da Barragem de Sobradinho, formando um dos maiores lagos artificiais do mundo, com 4 214 quilômetros quadrados de área e 32,2 quilômetros cúbicos de água, além de aproveitamento para construção da Usina Hidrelétrica de Sobradinho. A barragem foi inaugurada em outubro de 1978; a primeira unidade da usina em novembro de 1979; em 1980, a eclusa que permite a navegação entre Pirapora e Juazeiro. A obra envolveu o deslocamento de 70 mil pessoas.[4]

Em 1988, foi inaugurada a Usina Hidrelétrica Luiz Gonzaga (Itaparica). Entre 1994 e 1997, os geradores da usina de Xingó entraram em operação. A usina tem 3162 MW de capacidade e é a maior da Chesf e uma das maiores do país.[4]

Século XXI

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Imagem de satélite do lago de Sobradinho em 2018.

A companhia chega ao século XXI com a missão de produzir, transmitir e comercializar energia elétrica para a Região Nordeste do Brasil. Atende tradicionalmente a oito estados do Nordeste (Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí). Com a abertura permitida pelo novo modelo do setor elétrico brasileiro, a Eletrobras Chesf tem contratos de venda de energia em todos os submercados do Sistema Interligado Nacional (SIN).

A partir de 2006, a Chesf voltou a investir na construção de usinas hidrelétricas, participando de usinas na Amazôniaː Usina Hidrelétrica de Jirau, Usina Hidrelétrica de Belo Monte, Usina Hidrelétrica de Sinop e Usina Hidrelétrica Dardanelos. A partir de 2010, passa a atuar na construção de usinas eólicas.[4]

Privatização da Eletrobras

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Em 14 de junho de 2022, foram vendidas 802,1 milhões de ações da Eletrobrás, com um preço base de R$ 42, em uma operação que movimentou R$ 33,7 bilhões. Com isso, a participação da União no capital votante da estatal foi reduzida de 68,6% para 40,3%.[5]

Entre os principais acionistas estão o GIC, fundo soberano de Singapura, o veículo de investimentos de fundo de pensão canadense CPPIB e a gestora brasileira 3G Radar, ligada ao 3G Capital.[5]

Geração de energia

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Comportas da Usina Hidrelétrica de Xingó.

A Chesf é uma das maiores geradoras de energia elétrica do Brasil, com 10.460.430 kW de potência instalada. Opera doze usinas hidrelétricas e catorze usinas eólicas.[6]

A maior usina hidrelétrica construída do sistema Chesf é Xingó, com 3.162 MW de potência instalada.

Em 2018 iniciou a produção de energia através de fonte solar com a implantação da Plataforma Fotovoltaica de Petrolina, com 2,5 MW, instalada no Centro de Referência de Energia Solar de Petrolina, o CRESP.

Usinas hidrelétricas:[6]

Pequenas centrais hidrelétricas (PCH):[6]

Usinas eólicas:[6]

Participações em usinas (SPE)ː[6]

Transmissão

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A Chesf possui um sistema de transmissão com abrangência nos nove estados do Nordeste, composto por 136 subestações (sendo 15 de propriedade de terceiros onde a Chesf possui ativos), o que representa cerca de 38% das instalações operacionais de transmissão do Grupo Eletrobras, totalizando uma capacidade de transformação de 70.296,37 MVA (geração + transmissão), além de 21.801,22 km de linhas de transmissão de corrente alternada, nas tensões de 500, 230, 138 e 69 kV, que tem a finalidade de transportar tanto a energia gerada pelas usinas próprias quanto a recebida do Sistema Interligado Nacional (SIN).[6]

Ver também

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Referências

  1. a b c d «CHESF (Companhia Hidro Elétrica do Sâo Francisco)». basilio.fundaj.gov.br. Consultado em 16 de junho de 2023 
  2. a b c d e f «Há 73 anos a Chesf começava sua caminhada» 
  3. Cláudia Belini Dino; Irrael Cordeiro de Melo Junior; Sérgio Luiz Santos de Oliveira; Su Jeong Kim. «O CAPITAL ESTRANGEIRO E NACIONAL NA ENERGIA PAULISTA» (PDF) 
  4. a b c d e f g h i «CHESF - 70 ANOS DE HISTÓRIA». www.chesf.com.br. Consultado em 16 de junho de 2023 
  5. a b «Cingapura, Canadá e Lemann vão controlar Eletrobras». ISTOÉ DINHEIRO. 16 de junho de 2022. Consultado em 18 de junho de 2022 
  6. a b c d e f g h «CHESF (2021)» (PDF) 

Ligações externas

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