Na Bolívia, chola é uma denominação étnica referida a mulheres mestiças. O termo aplica-se de maneira contemporânea àquelas que utilizam vestimentas tradicionais estabelecidas durante o processo inicial de mestiçagem[1][2][3] no atual território boliviano, e também se estende à outras mulheres mestiças e indígenas

Grupo de cholas bolivianas durante uma festa rural

Etimologia editar

Com a mesma conotação e caracterização da palavra cholo, a designação chola refere-se às mulheres que correspondem à classificação dos mestiços segundo o sistema colonial de castas e às mulheres indígenas, em sua maioria aimará ou quéchua.[4]

Características editar

Trajes editar

O vestuário da chola na Bolívia é um amálgama de elementos impostos aos ameríndios pelo sistema colonial que limitava o uso de roupas identificadas como pertencentes às culturas dos Andes, além de elementos e materiais ressignificados. Após as proibições de se vestir no estilo de seu próprio povo, foi imposto um sistema de categorização de roupas atribuídas por região e casta.[5] Assim, os aimaras, quéchuas e guaranis tiveram que abandonar suas próprias roupas e adotar as estabelecidas pelo regime colonial. Estas disposições significaram o florescimento comercial dos sistemas de obrajes na América, dado que os colonos foram forçados a adquirir as vestes definidas. Depois de diferentes processos culturais e sociais, essas peças de vestuário evoluíam e adquiriam novas características.

Atualmente, uma das características definidoras das mulheres auto-identificadas como cholas são seus trajes, caracterizados pelos seguintes elementos:[6]

  • Chapéu. Nas diferentes regiões do país, as cholas bolivianas usam chapéus de asa curta ou média. Estes têm evoluindo e em alguns casos têm sido substituídos por gorros de lã, chapéus plásticos de asa larga ou boinas.[7]
  • Blusa ou chaquetilla. As blusas ou chaquetillas das cholas em Bolívia mostram variações regionais e generacionales. Existem tecidos leves nos vales e tecidos mais pesados nas regiões do altiplano. A peça também apresenta variações de acordo com as circunstâncias, de modo que as blusas de uso diário costumam ser simples e as de festas costumam apresentar bordados e maior detalhe na confecção e nas cores. De acordo com o clima, podem ser acompanhadas de chompas, sacos de lã, além da manta tradicional.
  • Pollera. As saias de chola são chamadas ''polleras''. A identificação dessa peça com a chola é tal que o eufemismo "mulher de pollera" ou "senhora de pollera" é usada para se referir às cholas, evitando assim a conotação ainda predominante pejorativa e racista associada ao termo. Estas saias são caracterizadas por serem largas e plissadas, dependendo da região podem variar em comprimento, material e acessórios.[8] As partes principais da pollera são: presilla, paño, basta ou alforzas e trencilla.[9] Além disso, sob as saias pode-se usar anáguas, que também são chamadas manqanchas em algumas regiões da Bolívia. As anáguas podem ser várias e de diferentes cores dependendo da ocasião e o clima.
  • Calçado. O calçado da chola pode incluir botas ou botinas com cordões, ''abarcas'' ou sandalias e sapatos de salto baixo dependendo da idade da portadora e da região. Também se utilizam meias de lã, polainas ou meias de nylon com ou sem desenhos.
  • Manta. As mantas de chola levam detalhes de macramé e são usadas sobre os ombros, com frequência presas com prendedores. Os materiais e decorações variam, incluindo lã de vicunha, alpaca, tecidos sintéticos com desenhos estampados, tecidos lisos com bordados e de renda.
  • Acessórios.
    • Faixa
    • Tullmas: laços tecidos de lã, fio ou fitas com as bordas enfeitadas com pedraria ou miçangas que unem as tranças.[10]
    • Joalheria: Dependendo da região e a classe social pode ser usual o uso de joias de prata, ouro, platina ou bijuterias. Em festas tradicionais e entradas folclóricas as cholas costumam levar acessórios em mantas e chapéu denominados topos,[11] bem como jogos de brincos e anéis.
    • Aguayo: Entre as cholas das culturas aimara e quechua é frequente o uso do ''aguayo'' como um acessório para o transporte de crianças, produtos e como ornamento.

Cuidados pessoais editar

O arranjo pessoal está caracterizado pelo penteado. As cholas bolivianas levam o cabelo recolhido em duas tranças unidas com tullmas geralmente acomodadas sobre as costas. É também comum que apliquem dentes de ouro e prata à dentadura.[12]

Variações regionais editar

De acordo com a região existem variações, algumas delas se refletem na vestimenta:

Afro boliviana editar

A população afro boliviana, por seu contato com as culturas regionais, adotou e transformou algumas características da vestimenta das cholas, criando uma vestimenta característica que pode visualizar na região de Los Yungas.[13][14]

Chola cochabambina editar

Chama-se desta maneira as mulheres que se vestem no estilo tradicional Chola e vivem no departamento de Cochabamba. As variações na vestimenta são:

  • Chapéu. O tradicional chapéu de chola em Cochabamba é de copa alta ou média e de cor branca e faixa preta.[15] É tão característico do lugar que sua forma inspirou móveis urbanos e fontes decorativas em espaços públicos[16] Este chapéu é visto em mulheres adultas mais tradicionais, enquanto as mulheres mais jovens adotaram chapéus baixos, abas largas e materiais variados em cores claras.[17] Elas também podem dispensar a roupa.
  • Blusa. A blusa é geralmente leve, ajustada à cintura e com decotes quadrados e mangas curtas e bufantes.[17] A renda é um detalhe frequente nessas blusas.
  • Pollera. O comprimento da pollera chega até acima dos joelhos, que são plissados frequentemente e com dobras finas. Os tecidos predominantes são vistosos, leves e brilhantes.
  • Calçado. O calçado usual são as sandalias com salto baixo ou sem ele.
  • Manta. De tecido leve quando usado, as mulheres jovens dispensam ou substituem por casacos ou jaquetas curtas.

Chola chuquisaqueña editar

Designa-se desta maneira às mulheres que se vestem à maneira tradicional da chola e habitam o departamento de Chuquisaca.[18][19]

  • Chapéu
  • Blusa
  • Pollera
  • Calçado
  • Manta
  • Acessórios

Chola paceña editar

Designa-se desta maneira às mulheres que se vestem à tradicional tradicional da chola e habitam o departamento de La Paz. Costumam ser aimarás[20] ou mestiças e é comum que falem o idioma desta cultura.[21][22] As características particulares em seu traje são:

  • Chapéu. De tipo bombín, baixo, asa curta virada e fita para combinar com a cor do chapéu. O modelo costuma ser chamado de borsalino.[23]
  • Blusa.
  • Pollera. Longa e larga, difere entre as cholas da zona urbana e rural em materiais, texturas e cores.
  • Calçado. Na área urbana, são utilizados calçados planos projetados especificamente para cholas, que podem ser usados diariamente ou como festas. Mulheres em áreas rurais podem usar chinelos.
  • Manta. Mantas longas, grossas e quentes, com franjas largas tecidas em macramé, feitas de materiais variados e diferentes níveis de ornamentação de acordo com o uso. Na área rural, pode ser vista em combinação com a roupa lliclla de origem pré-hispânica.[24]
  • Acessórios. Acessórios extravagantes de ouro, prata ou platina são usados para festividades e eventos sociais. São eles: brincos, buquês nos chapéus, anéis e topos, estes últimos de origem pré-hispânica.

Chola potosina editar

Designa-se desta maneira às mulheres que se vestem à maneira tradicional da chola e habitam o departamento de Potosí. As características particulares em seus trajes são:

  • Chapéu. O chapéu tem um copo alto e uma asa plana média com uma faixa escura, além de chapéus baixos com uma asa média e plana.

Chola tarijeña editar

Designa-se, desta maneira, às mulheres que se vestem à maneira tradicional da chola e habitam o departamento de Tarija. As características particulares em seus trajes são:

  • Chapéu. Chapéu de cor clara e copo baixo, asa curta e colocado inclinado em um dos lados.
  • Blusa. Blusas leves de mangas curtas com pregas ornamentais, decotes quadrados e cores claras.
  • Pollera. Curta, de cores claras e tecidos brilhantes.[25]
  • Manta. Bordada, leve e colocada de lado.
  • Acessórios. Elas geralmente adornam seus cabelos com uma flor na orelha do lado oposto da inclinação do chapéu.

Reivindicações e importância histórica editar

 
Sindicato de cozinheiras

As cholas bolivianas têm protagonizado de maneira coletiva ou individual constantes lutas sociais. Entre eles estão principalmente os relacionados ao trabalho e à igualdade de oportunidades. Uma organização importante nesse processo foi o Sindicato de cozinheiras, liderado na época por Petronila Infantes. Este sindicato foi precursor de organizações contemporâneas como a Federação Nacional de Trabalhadoras do Lar de Bolívia.

Personalidades editar

 
Remédios Loza durante uma proclamação política
  • Petronila Infantes, lider sindical.
  • Remédios Loza, política boliviana e deputada nacional.
  • Nélida Sifuentes, política boliviana e senadora nacional.
  • Bertha Acarapi, apresentadora de televisão.
  • Chinchin, chola lutadora.
  • Encarnación Lazarte, cantora e compositora
  • A Justa, chef e apresentadora de televisão.
  • Silvia Lazarte, política.
  • Savina Cuéllar, política.
  • Yola Mamani, locutora e ativista.
  • Rosario Aguilar, advogada, política , ex vereadora e designer de moda.
  • Maria Eugenia Choque, trabalhadora social e presidenta do Tribunal Supremo Eleitoral.
  • Reveca Cruz, Presidenta do Concejo Municipal do Alto, 2018

Cultura contemporânea editar

Reivindicação identitária editar

 
Cholas lutadoras

Pela prevalência do racismo,[26][27][28] a auto-identificação das mulheres através do uso de roupas chola tornou-se uma reivindicação e resistência cultural,[29] tendo conseguido que a adoção de roupas ocidentais contemporâneas deixa de ser obrigatória nos campos político,[30][31] acadêmico,[32][33] e no espetáculo e mídia.[34][35][36]

Identidades transversais editar

Os processos de intercâmbio cultural significaram a conquista e apropriação de novas áreas protagonistas para essas mulheres. Se inicialmente seu espaço tradicional era a agricultura na área rural e o comércio na área urbana, elas têm tomado espaços estigmatizados como clubes de dança erótica, espaços considerados elitistas como a prática do golfe, e o andinismo, esportes nos quais costumavam desempenhar trabalhos de apoio secundários.[37][38][39][40][41][42] Sua presença também é visível nos questionamentos aos papéis de gênero pois têm tomado espaços tradicionalmente ocupados por homens, como a construção, o ciclismo, o futebol, o transporte urbano, o transporte pesado e a luta livre.[43][44][45][46][47][48][49][50][51][52] Sua presença é visível no transvestismo.[53][54]

Assim como as cholas conquistaram o direito de se vestir como decidem ao acessar espaços anteriormente proibidos, o caminho inverso também é seguido, mulheres que adotam roupas para celebrações, acesso a fontes de trabalho ou legitimação como personagens representativos de sua comunidade diante dos processos políticos atravessados pelo país.[55][56][57]

Migração editar

Com os processos de migração interna na Bolívia, se pode encontrar cholas com trajes regionais de todas as partes do país em cidades com maior dinamismo econômico como Santa Cruz, La Paz e Cochabamba. Seu uso tornou-se um fator de resistência ao racismo e regionalismo e um elo com suas comunidades de origem e grupos de migrantes. A migração internacional para países vizinhos como a Argentina e o Brasil também favoreceu a adoção dessas vestimentas nas cidades-sede dos migrantes, principalmente Buenos Aires e São Paulo, onde podem ser vistas nas atividades diárias e nas comemorações dos grupos residentes de bolivianos. A migração boliviana para a Espanha, que inicialmente significou o abandono definitivo do traje característico, também sofreu mutação e, embora o traje seja deixado para viajar, muitas mulheres o vestem quando se estabelecem no país europeu.[58]

Arte editar

O grafitti tem tomado a imagem da chola como personagem, e a vestimenta tem sido inspiração de obras de arte contemporânea.[59] A personagem de história em quadrinhosSuper Cholita também é inspirada nestas mulheres.

Moda editar

A vestimenta característica de chola historicamente tem sido inspiração para o desenho de roupa de moda para outras mulheres dentro e fora de Bolívia, um uso que poderia se ver como apropriação cultural ilegítima ou como uma inspiração.[60] Também se destacaram novas designers focadas no desenho para cholas, sendo criada uma academia de modelos especializada em roupas de chola.[61][62] Atualmente a vestimenta e a identidade da chola têm sido centro de actividades culturais, investigações e reflexões sobre a identidade e a miscigenação.[63][64] As cholas bolivianas olham e compartilham suas roupas em diferentes áreas.[65][66][67]

Luta livre editar

A luta livre boliviana é uma prática muito popular no país. Começou-se a incluir cholas no espectáculo no início dos anos 2000. Na cidade de El Alto ficaram famosas as praticantes de luta livre denominadas cholitas lutadoras, sendo inspiração de videos e convertendo a atividade num atrativo turístico da cidade e como parte de campanhas publicitárias.[68][69][70][71]

Andinismo editar

A partir de 2015, um grupo de mulheres dedicadas ao turismo como apoio no trabalho dos guias, formou um grupo próprio de montanhismo. Eles são conhecidos como as cholitas alpinistas da Bolívia e já fizeram várias subidas de montanhas superiores a 6.000 metros

Danças folclóricas editar

Muitas danças folclóricas incluem personagens cujas roupas são inspiradas na chola. Alguns exemplos são a China Supay e a K'acha Viuda da Diablada e a morena chinesa da morenada e dos caporales. Da mesma forma, danças como a morenada incluem blocos inteiros de bailes de dança, assim como outras mulheres disfarçadas com trajes inspirados nas roupas das cholas urbanas dos séculos XVIII e XIX, chamadas de cholas antigas.

Referências

  1. «Entre polleras, lliqllas y ñañacas1. Los mestizos y la emergencia de la tercera república». ETNICIDAD, ECONOMÍA Y SIMBOLISMO EN LOS ANDES 
  2. «La ininteligibilidad de lo cholo en Bolivia». Tinkazos 
  3. «La identidad cultural de la mujer de pollera perdura». Erbol digital 
  4. «Hacia un análisis de la relación arquitectónica entre el género femenino y la raza enBolivia» (PDF). Debate Feminista 
  5. «Obrajes: De barrio de telares a zona residencial» 
  6. «De la "chula" española a la chola paceña. Aquí todos los detalles de una tradición que lleva siglos.» 
  7. «El legado del sombrero valluno». Opinión 
  8. «Presentan revista "El origen de la pollera" en la Gobernación». Opinión 
  9. «Confección de polleras» (PDF). Confección de polleras 
  10. «Historia que se trenza en los cabellos» 
  11. «Prendedores topos y mujeres» (PDF). Prendedores topos y mujeres. ISBN 978-99974853-0-4 
  12. «Sonrisas de oro...símbolo de estatus». La Razón 
  13. «La hacienda en tiempos de Chijchipa». La Razón 
  14. «Las jóvenes superan la tradición afroboliviana con estudios». Página Siete 
  15. «EL SOMBRERO DE CHOLA» 
  16. «El Sombrero de Chola vuelve a su lugar en Cochabamba». Opinión 
  17. a b «Colores vivos para la tradicional pollera». Los Tiempos 
  18. «LA TRADICIÓN DE LA POLLERA CON LA BELLEZA DE HOY La chola chuquisaqueña». Correo del Sur 
  19. «correodelsur.com/ecos/20180520_desaparecen-las-prendas-de-la-chola-chuquisaquena.html» 
  20. «Vestido de la Mujer Aymara» 
  21. «Presentan libro en homenaje a la Chola Paceña» 
  22. «Vestimenta de la chola paceña» 
  23. «Sombrero tradición: Redescubriendo la calle de la coqueta prenda». La Razón 
  24. «Entre polleras, lliqllas y ñañacas1. Los mestizos y la emergencia de la tercera república2» 
  25. «Uso del atuendo de las mujeres chapacas está en decadencia» 
  26. «Evo se pronuncia ante discriminación y exige sanción severa». El Deber 
  27. «Mujer de pollera pide que su agresora "vaya a la cárcel"». Erbol digital 
  28. «Morales denuncia que la madre de uno de los bolivianos detenidos fue discriminada en Chile». La Razón 
  29. «18 historias: The Guardian publica un reportaje sobre el auge de la chola en Bolivia». Urgentebo 
  30. «Antropólogo escribe sobre "una nueva identidad", la Cultura Chola». PIEB 
  31. «La chola boliviana vence el esterotipo indígena y asume nuevos roles». ABC 
  32. «Nancy Kasai, la joven quechua que será médica» 
  33. «Confesiones de la médica de pollera premiada por EL DEBER» 
  34. «La chef que revoluciona la televisión boliviana». BBC mundo 
  35. «"Soy una cholita original" Lidia Chávez» 
  36. «Micrófono en mano, cholitas se abren paso en los medios». Cambio 
  37. «Más allá de lo mestizo, más allá de lo aymara: organización y representaciones de clase y etnicidad en el comercio callejero en la ciudad de La Paz» (PDF). Historia social urbana. Espacios y flujos  line feed character character in |jornal= at position 24 (ajuda)
  38. «Las cholitas sexys enamoran a todos en Bolivia» 
  39. «Fairway freedom: golf cholitas bridge Bolivia's class gap». The Guardian 
  40. «Las caddies "ocultas" de Bolivia» 
  41. «"Cholitas" en la cima de los Andes» 
  42. «Bolivia's cholita climbers scale highest mountain yet: 'I cried with emotion'». The Guardian 
  43. «Cholitas constructoras ponen en riesgo su maternidad» 
  44. «Realizarán "Carrera de Cholitas Ciclistas"». El Diario 
  45. «Cuarta versión de ciclismo para cholitas organiza Municipio de El Alto» 
  46. «Fiesta de ciclistas de pollera en ocho kilómetros de El Alto». Página Siete 
  47. «"Cholitas" participan en evento de ciclismo en Bolivia» 
  48. «Cholitas futbolistas de Bolivia causan sensación en Brasil» 
  49. «Cholitas futbolistas del Siglo XXI» 
  50. «Cholitas voceadoras» 
  51. «Sara Quispe, chofer del PumaKatari». Página Siete 
  52. «Univisión ensalza la labor de la primera cholita conductora del bus Pumakatari» 
  53. «Cholita transexual, quiero ser mujer» 
  54. «TRAVESTIS - La fiesta debe seguir». La Razón 
  55. «Chola por un día, en masiva fiesta folclórica en Bolivia» 
  56. «Denuncian que las 'cholitas viales' son 'transformers'». Erbol digital 
  57. «Deciden 'erradicar' a cebras e incorporar más cholitas». Erbol digital 
  58. «Edelfrida, mujer de pollera que conduce un tráiler por Europa» 
  59. «Provocación transgresora en Santiago, el tótem de polleras». La Razón 
  60. «Diseños bolivianos en la Semana de la Moda de Milán» 
  61. «Eliana Paco, con la chola paceña a Nueva York». Correo del Sur 
  62. «Promociones Rosario: Polleras a la pasarela». La Razón 
  63. «These Women Rock Indigenous Clothes to Reclaim Their History» 
  64. «La fotografía cuenta la historia de las cholas paceñas en Bolivia». Página Siete 
  65. «La vestimenta de la chola paceña deslumbra a la cantante mexicana Lucero». ANF 
  66. «LOS RITMOS DE LA MORENADA LUCIRÁN CORSETS GÓTICOS HECHOS CON TELA DE LAS ENAGUAS». Cambio 
  67. «Vuelve como tendencia la elegante novia de pollera». Urgentebo 
  68. «Bolivia en videoclip» 
  69. «Las cholitas luchadoras». El País 
  70. «ChinChin, la cholita luchadora, protagoniza la nueva campaña de El Ojo de Iberoamérica 2015» 
  71. «ChinChin, la cholita luchadora que quiere noquear a Trump». La Razón