Nota: Para outros significados de Nassau, veja Nassau (desambiguação).

A Cimento Nassau é uma empresa e marca de cimento brasileira, cujo escritório central esta localizado na cidade do Recife, Pernambuco. Fundada em 1951 por João Pereira dos Santos, já foi o maior grupo cimenteiro da América Latina. Seu nome é uma homenagem ao neerlandês Maurício de Nassau, fundador da colônia da Nova Holanda, sediada na atual capital pernambucana.[1]

A empresa compõe o Grupo Industrial João Santos, que inclui, além das fábricas de cimento, companhias de açúcar e papel, fazendas, comércios, empresas de comunicação (Rede Tribuna) e a empresa Weston Táxi Aéreo, com HUB no Aeroporto Internacional do Recife-Guararapes.

Controvérsias editar

Formação de cartel editar

Em 2007, a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça abriu uma investigação contra a Cimento Nassau e outras 7 empresas do mercado cimenteiro por suspeitas de formação de cartel, que apontaram uma manipulação de preços pelo menos, desde a década de 1960, o que incluía a repartição dos mercados regionais entre as empresas, além de lobby para impedir a entrada de novos concorrentes no mercado brasileiro. O intercâmbio entre as empresas acabou gerando um prejuízo anual estimado em mais de R$ 1,5 bilhão aos consumidores e ao mercado da construção civil desde o ano de 1986. Após a apuração do caso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica multou as empresas envolvidas, cujas sanções somaram mais de R$ 3,1 bilhões (a maior multa já aplicada em um processo desse tipo no Brasil), e ordenou também a venda de ativos para a entrada de outras empresas no setor. A Cimento Nassau sofreu uma multa de R$ 411 milhões, porém, em junho de 2015, conseguiu suspender o pagamento em ação no Tribunal Regional Federal da 1ª Região.[2]

Operação Background editar

Após a morte de João Santos em 2009, a Cimento Nassau e outras empresas pertencentes ao grupo começaram a passar por uma grande crise financeira, motivada por brigas entre os herdeiros do espólio do fundador, que passou a ser presidido pelos filhos mais velhos, José Santos e Francisco Santos, acusados pelos outros herdeiros de utilizar o Grupo Industrial João Santos para crimes como lavagem de dinheiro, evasão de divisas, sonegação de impostos e de direitos trabalhistas, entre outras práticas ilícitas. A situação foi acelerada também pela crise econômica, que estagnou o mercado cimenteiro e levou o Cimento Nassau a fechar 9 das suas 11 fábricas pelo país.[3]

Após inúmeras denúncias, a Cimento Nassau e outras empresas do Grupo Industrial João Santos foram alvo da Operação Background, deflagrada conjuntamente pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, Receita Federal e Polícia Federal em 5 de maio de 2021. A procuradoria apontou que o grupo possuía um passivo de mais de R$ 8 bilhões em dívidas com a União, além de R$ 55 milhões em débitos trabalhistas. Foram cumpridos 53 mandados de busca e apreensão em Pernambuco, São Paulo, Amazonas, Pará e Distrito Federal, enquanto seus proprietários tiveram o sequestro e bloqueio de bens a mando da justiça.[4][5][6]

Referências

  1. Belfort, Angela Fernanda (5 de maio de 2021). «Grupo João Santos: de potência da América Latina com o Cimento Nassau à suspeita de desvios de 8 bilhões». Jornal do Commercio. Consultado em 29 de junho de 2021 
  2. Aprígio, Marcelo (5 de maio de 2021). «Alvo de operação da PF, Grupo João Santos acumula lista de ações na Justiça; confira». Jornal do Commercio. Consultado em 29 de junho de 2021 
  3. Falcão, Marina (14 de setembro de 2018). «Briga entre herdeiros acirra crise do grupo cimenteiro João Santos». Valor Econômico. Consultado em 29 de junho de 2021 
  4. Aprígio, Marcelo (5 de maio de 2021). «Operação da PF em Pernambuco contra crimes tributários e lavagem de dinheiro descobriu prejuízo de R$ 8,6 bilhões». Jornal do Commercio. Consultado em 29 de junho de 2021 
  5. Alves, Pedro; Coutinho, Katherine (5 de maio de 2021). «Grupo empresarial com dívida tributária de R$ 8,6 bilhões é alvo de operação da PF em quatro estados e no DF». G1. Consultado em 29 de junho de 2021 
  6. Valadares, João (5 de maio de 2021). «Grupo dono da Cimento Nassau é alvo de operação da Polícia Federal». Folha de S.Paulo. Consultado em 29 de junho de 2021 

Ligações externas editar

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