Nota: Para outros significados de Cleópatra, veja Cleópatra (desambiguação).

Cleópatra (c. 138/135 a.C.112 a.C.) foi uma rainha do Egito ptolemaico.

Cleópatra IV
Nascimento 138 a.C.
Alexandria
Morte 112 a.C.
Antioquia
Cidadania Antigo Egito
Progenitores
Cônjuge Ptolemeu IX Látiro, Antíoco IX de Cízico
Filho(a)(s) Ptolemeu do Chipre, Ptolemeu XII Auleta, Antíoco X Eusébio
Irmão(ã)(s) Cleópatra Selene I, Trifena, Ptolemy Memphites, Ptolemeu IX Látiro, Ptolemeu X Alexandre I, Ptolemy Apion
Ocupação rainha regente
Título rainha consorte

Cleópatra algumas vezes é chamada de Cleópatra IV, por exemplo, por E. R. Bevan.[1]

Filha do rei Ptolemeu VIII Evérgeta II e da rainha Cleópatra III, Cleópatra casou com o seu irmão Ptolemeu IX Sóter II, que se tornou co-regente com Cleópatra III após a morte de Ptolemeu VIII [2] em 116 a.C..

Numa tentativa de preservar a sua influência, a mãe de Cleópatra obrigou o filho a repudiar Cleópatra e a casar com outra irmã, Cleópatra Selene I, cuja personalidade era mais facilmente influenciável pela mãe do que a de Cleópatra.[2]

Cleópatra abandonou o Egito, fixando-se na ilha de Chipre, onde governava o seu irmão, Ptolemeu X Alexandre I. Alguns autores sugerem que Cleópatra pode ter tentado uma aliança com o irmão para substituir o governo do Egito, vingando o que a mãe lhe fizera, mas não há provas que sustentem a hipótese. Sendo uma mulher rica, Cleópatra conseguiu reunir em Chipre um exército de mercenários, de onde partiu para o reino selêucida da Síria.

Desde 121 a.C.,[carece de fontes?] este reino encontrava-se no meio de uma disputa pelo controlo do trono entre os meios-irmãos Antíoco IX de Cízico e Antíoco VIII Gripo, filhos de Cleópatra Téa,[3] portanto primos de Cleópatra. Antíoco VIII era casado com Trifena, filha de Ptolemeu VIII Evérgeta II, sendo um aliado do Egito ptolemaico.[4] Tentando a sua sorte, e possivelmente tendo em vista desforrar-se da mãe, Cleópatra ofereceu o seu exército a Antíoco IX, tornando-se também sua esposa.

Com a ajuda da sua nova esposa, Antíoco IX ainda conseguiu conquistar o poder em 114 a.C., mas em 112 a.C. Antíoco VIII capturou Antioquia, em cujo palácio real se achava Cleópatra, feita por ele prisioneira. Cleópatra conseguiu fugir a refugiou-se no templo de Ártemis, mas Trifena, temendo que a irmã seduzisse o marido, pediu-lhe que mandasse executá-la. Segundo as fontes, Cleópatra teve suas mãos cortadas, foi arrastada pelos soldados e morreu lançado maldições contra a irmã e seus assassinos.[2] Mais tarde, quando Antíoco IX capturou Trifena, matou-a como vingança pela morte da esposa.[2]

Antíoco X Eusébio, filho de Antíoco de Cízico e cuja mãe não é mencionada nos textos antigos, possivelmente foi filho de Cleópatra (o que implicaria que ele se casou com a própria tia materna, Cleópatra Selene I, pelo menos 17 anos mais velha que ele; esta hipótese é defendida por A. Bouché-Leclercq e R. D. Sullivan), mas alguns historiadores (J. D. Grainger, P. Green) preferem assumir que a mãe de Antíoco Eusébio era alguma outra mulher, desconhecida.[5]

Bibliografia editar

Referências

  1. E. R. Bevan, The House of Ptolemy (1927), Chapter XI. Ptolemy VIII Soter II and Ptolemy IX Alexander I (116‑80 B.C.) [em linha]
  2. a b c d Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 39.3 [em linha]
  3. Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 39.4 [em linha]
  4. Justino, Epítome das Histórias de Pompeu Trogo, 39.2 [em linha]
  5. Chris Bennett, Ptolemaic Dinasty, Cleopatra IV [em linha]

Árvore genealógica (incompleta) baseada em Justino:

Ptolemeu VIII Evérgeta II
Cleópatra III
Ptolemeu IX Sóter II
Ptolemeu X Alexandre I
Cleópatra
Cleópatra Selene I