O Club Atlético Vélez Sarsfield[1], mais conhecido como Vélez Sarsfield ou simplesmente Vélez, é um clube argentino de futebol localizado no bairro de Liniers, na cidade de Buenos Aires, capital da Argentina. Seu estádio é o José Amalfitani, que tem capacidade para 49.540 torcedores, onde têm jogado desde 1951.
O Vélez Sarsfield não tem rivais diretos. Os torcedores do Vélez não gostam de nenhum outro time argentino, primeiro o Futebol San Lorenzo e depois os demais "grandes" Boca Juniors,
River Plate, Racing e Independiente. O Ferro Carril Oeste, time sediado no bairro de Caballito, é o considerado o rival histórico do Vélez, contra o qual jogou "o derby ocidental" da cidade de Buenos Aires. Essa rivalidade vem diminuindo à medida que as duas equipes jogam em séries diferentes (elas não jogam uma contra a outra desde 2000, quando Vélez venceu o Ferrocarril Oeste por 1-0 fora).
O Futebol San Lorenzo é o clube argentino que se tornou um arqui-rival do Vélez Sarsfield principalmente entre as torcidas dos dois times que embora ainda não seja considerado um clássico, já provocou a morte de torcedores de ambos e guerras de torcida na Argentina, como por exemplo um torcedor do Vélez;,Emanuel Alvarez que em 16 de março de 2008 foi assassinado com um tiro durante uma confusão envolvendo torcedores do San Lorenzo,o tiro foi disparado de um carro branco por um torcedor com a camisa do San Lorenzo.Em março de 2010, Marcelo Javier Aliandre, uruguaio e torcedor do San Lorenzo, foi condenado a 15 anos de prisão ao ser identificado como autor do disparo fatal. Já em 20 de março de 2011, os clubes não quiseram que isso fosse repetido, quatro dias após os três anos da morte de Emanuel e a seis dias de se completar o primeiro aniversário da condenação de Aliandre pela morte de Emanuel. As delegações das duas equipes trocaram flâmulas pela paz antes da partida. No entanto, os torcedores do Vélez não queriam que o jogo fosse iniciado em sua casa. Os do San Lorenzo, envoltos em briga, também reagiram. O resto é noticiário e causou a morte de Ramon Aramao, de 36 anos. Luto por mais um março sangrento e a esperança pela conscientização e pela mudança rumo a paz entre torcidas no futebol argentino mas essa não era a vontade das torcidas. Primeiro foi a torcida do Vélez que ficou atingindo o gramado com papéis e pedras para a partida não se iniciar. Com 15 minutos de atraso, a partida iniciou e o San Lorenzo parecia melhor encaixado em campo. O setor do meio-campo do CASLA tinha clara superioridade diante dos rivais donos da casa. Porém a torcida do San Lorenzo iniciou uma ampla revolta contra o reforço policial e contra as agressões que vinha sofrendo. Tudo isso levou à invasão do campo e à suspensão da partida. Tudo indica que os torcedores se revoltaram de vez quando souberam da morte, fora do estádio, do torcedor Ramon Aramallo, de 40 anos, por politramautismo. Ele chegou sem vida ao hospital. Há indícios de quatro policiais feridos e pelo menos mais um torcedor do San Lorenzo nessa mesma situação. O presidente do San Lorenzo em 2011, Carlos Adbo, chorou com a situação na entrevista coletiva e pôs a nação azulgrana de luto. A mulher de Ramon Aramallo, segundo o Olé, acusa a polícia de ter matado o seu marido. Em entrevista em frente à Delegacia, Mabel Flores declarou que a própria polícia reconheceu para ela que eles tinham o pegado. Aramallo deixa sua viúva e dois filhos, um de cinco e outro dez anos. Ele ia aos estádios desde os 16 anos de idade e sua esposa acredita que a morte não foi fruto de uma briga de torcidas, mas sim uma má conduta policial.
Este é um retrato da equipe de 1942, que jogou na segunda divisão, com o goleiro Miguel Rugilo "Leão de Wembley".
Em 1 de janeiro de 1910, se formalizou a fundação, por imigrantes italianos, na cidade de Buenos Aires, do Club Atlético Argentinos de Vélez Sarsfield (nome dado em homenagem a um ilustre jurista argentino) e o primeiro presidente eleito foi Luis Barredo.
O primeiro uniforme utilizado foram as clássicas camisetas brancas, que eram mais baratas e estavam ao alcance de todos e as partidas como equipe local eram disputadas no campo de Ensenada y Provincias Unidas.
Dois anos mais tarde, troca-se o uniforme oficial: camisetas azul-marinho e calções brancos. Corria o ano de 1913, e ingressaram dez novos sócios, entre eles José Amalfitani, e em uma reunião da Comissão Diretora, decidem abreviar o nome para Club Atlético Vélez Sarsfield.
Em 14 de maio do ano seguinte, foi oficializada a camiseta “tricolor”, de listras verticais com as cores vermelho, branco e verde, devido às origensitalianas do clube, muito parecida com a do Fluminense, do Rio de Janeiro, com quem inclusive possui forte amizade, também entre suas torcidas.[2][3]
Em 1919, o Vélez consegue sua primeira ascensão à primeira divisão e consegue o vice-campeonato do campeonato da Associação Amadora de Futebol. Em 13 de março de 1923, José "Don Pepe" Amalfitani se torna presidente do clube, cargo que ocuparia por trinta anos. Logo o clube consegue um terreno na interseção das ruas Basualdo e Guardia Nacional (Villa Luro). Em 1928, se realiza a primeira partida noturna do futebol argentino nesse mesmo lugar.
O estádio construído acabaria recebendo o nome que o identifica: "El Fortín" (palavra que também existe na língua portuguesa e que significa "pequeno forte" ou "pequena fortaleza"). O autor dessa denominação foi o jornalista Hugo Marini, chefe da seção de esportes do jornal "Crítica", e fazia alusão à aparência do campo e a sua fama de alçapão.
Dez anos depois, houve a necessidade de renovar o estoque de camisetas, e foi então que surgiu a proposta de um comerciante, que ofereceu a baixo custo um jogo de camisetas brancas com um "V" azulado na altura do peito, que um clube de rugby nunca havia retirado. Os dirigentes velezanos aceitaram a proposta e assim nasceu o uniforme atual da equipe fortinera, usado até hoje, embora em algumas ocasiões, o clube use o antigo uniforme.
Em 1940, o Vélez sofreu seu primeiro descenso, que trouxe como consequência o despejo do terreno do campo de jogo e a renúncia de uma centena de sócios. Foi então que "Don Pepe" pôs tudo de si mesmo e juntou centavo a centavo para encarar a construção do novo estádio da avenida Juan B. Justo e Álvarez Jonte, com as tribunas do velho Fortín.
Passaram-se três anos nos quais a luta de Amalfitani foi mais que notória e a recompensa de seus esforços foi o retorno a Primeira Divisão com uma campanha meritória. Já na categoria máxima, começa a remodelação do estádio e, em 1951, se inaugura o estádio de cimento.
A campanha mais importante para a história do Vélez até então, foi realizada em 1953, quando a equipe conquistou o vice-campeonato da primeira divisão.
A equipe que conquistou o Campeonato Nacional de 1968. Em pé, da esquerda para a direita: Gallo, Solorzano, Zottola, Overjero, Atela, Marín. Agachados, da esquerda para a direita: Moreyra, Luna, Wehbe, Willington e Nogara
O Vélez foi campeão pela primeira vez em 29 de dezembro de 1968. A equipe ganhou 10 partidas, marcou 39 gols e teve a maior goleada da temporada ao vencer por 11 a 0 ao Huracán de Bahía Blanca. O treinador foi Manuel Giúdice e seus grandes destaques foram os craques Daniel Willington e Carlos Bianchi. Além do mais teve o artilheiro do campeonato, Omar Wehbe, com 16 gols.
A Copa do Mundo FIFA de 1978, realizada na Argentina, teve como uma de suas subsedes o estádio de Liniers, que foi remodelado de acordo com o regulamento da FIFA. Construíram-se novas plateias, e ampliou-se a capacidade do "Nuevo Fortín" - seu apelido - para 50 mil espectadores.
O Vélez se consagrou campeão do Campeonato Clausura em 8 de junho de 1993 ao empatar com o Estudiantes de La Plata, no estádio do adversário, em 1 a 1 na décima oitava rodada do torneio. Carlos Bianchi, o maior artilheiro da história do clube, foi o treinador que levou o Vélez a liderar a tabela com 27 pontos. A equipe era formada, em sua maioria, por jogadores das categorias inferiores como Marcelo Gómez, Christian Bassedas, Omar Andrés Asad e José Flores, aos quais se somaram jogadores já consagrados, vice-campeões no ano anterior sob a direção de Eduardo Luján Manera, entre os quais José Luis Chilavert, Roberto Trotta, Víctor Sotomayor, Raúl Cardozo, José Basualdo e Walter Pico.
As incríveis defesas e cobranças de pênaltis por parte do paraguaio José Luis Chilavert foram as armas letais do Vélez. No primeiro jogo da final, no estádio José Amalfitani, diante do São Paulo, Asad converteu o único gol que deu esperanças de ganhar essa final. Finalmente, o Morumbi esperava a equipe de Liniers, perdeu o tempo normal por 1 a 0 e na disputa de penaltis, o clube de El Fortín superou o São Paulo FC por 5 a 3. A taça, assim, viajou até as vitrines de Liniers. O Vélez consagra-se campeão da América, o primeiro grande sonho cumprido.
Taça Intercontinental 1994
Depois da vitória diante do São Paulo Futebol Clube de Telê Santana, o Vélez tinha um desafio de uma magnitude jamais experimentada: enfrentar o Milan de Fabio Capello, em Tóquio. Em um confronto de titãs, o bairro derrotou o império. Trotta, com um gol de pênalti aos 12 minutos do segundo tempo e Asad, com um golaço 7 minutos depois, foram suficientes para cumprir com o objetivo. E nesse 1 de dezembro de 1994, o Vélez se sagrou campeão intercontinental.
Torneio Apertura 1995
O Vélez revalidou seus títulos em 1995, ao conquistar o Campeonato Apertura, com os mesmos homens de sempre, mais o esforço de Herrera e alguns juvenis promovidos por Bianchi. Com seis vitórias nas últimas seis partidas, e um contundente 3 a 0 contra o Independiente, em Avellaneda, em 17 de dezembro, o Vélez conquistou seu terceiro título em campeonatos nacionais.
Faltavam quatro rodadas para finalizar o Campeonato, quando Bianchi deixou nas mãos de seu ajudante Osvaldo Piazza a direção técnica do Vélez. A equipe tinha perdido somente uma partida, diante do Estudiantes. Na tarde de 18 de agosto de 1996, diante do Independiente, o último rival no torneio, Chilavert defendeu um pênalti cobrado por Jorge Burruchaga nos últimos minutos de jogo. Com um empate sem gols, o Vélez se consagrou bicampeão em seu estádio.
Em 4 de dezembro de 1996, o Vélez se sagrou campeão invicto da Supercopa ao derrotar na final o Cruzeiro Esporte Clube, por 2 a 0, com gols de Patricio Camps e Gélson (contra). Duas semanas antes, em Belo Horizonte, o Vélez havia ganho por 1 a 0, com gol de Chilavert, de pênalti, marcando a primeira vitória de equipes argentinas neste estádio.
O Vélez ganhou em 13 de abril de 1997, em Kobe, no Japão, a única taça que faltava em sua vitrine. Empatou por 1 a 1 com o River nos 90 minutos e na prorrogação. Na definição por pênaltis, mais uma vez brilhou a estrela de Chilavert, ao defender os chutes de Marcelo Gallardo e Trotta, o jogador que abriu o caminho para o título intercontinental do Vélez. Pellegrino, por sua parte, converteu o pênalti que deu a quinta estrela internacional ao clube.
O fantástico goleiro paraguaio José Luis Chilavert, um dos ídolos máximos da história do Vélez Sarsfield e considerado também um dos maiores goleiros de todos os tempos
Chilavert e Christian Bassedas eram os pontos fortes. Zandoná, Mauricio Pellegrino, Raúl Cardozo e Compagnucci eram os históricos. E a tática era completamente diferente. O treinador Marcelo Bielsa promovia uma renovação. Claudio Husaín, Camps, Sebastián Méndez e a aparição do juvenil Lucas Castromán foram decisivos para a obtenção do último título dos anos 90. Em 31 de maio de 1998, com um gol de Martín Posse contra o Huracán, em Liniers, o Vélez conquistou o campeonato.
Em 2009, o Vélez conquistou seu sétimo título nacional
O Vélez conquistou seu sétimo título nacional ao vencer o Torneio Clausura em 2009 ao bater o Huracán na última partida por 1 a 0, gol de Maximiliano Moralez, um dos destaques da equipe ao lado do zagueiro Sebastián Domínguez. O treinador foi Ricardo Gareca.
Torneio Clausura 2011
Mantendo a base da equipe campeã em 2009, o Vélez conquistou seu oitavo título nacional, o Torneio Clausura 2011, com uma rodada de antecedência ao vencer o Huracán por 2 a 0[4]. O treinador foi novamente Ricardo Gareca e um de seus jogadores mais destacados na campanha foi o atacante uruguaioSantiago Silva.
Torneio Inicial 2012
Com a base dos últimos anos e ainda sob a direção de Gareca, o Vélez conseguiu o título do Torneio Inicial 2012 com uma rodada de antecedência e a vaga garantida na final do campeonato em 2013.[5][6] Seu principal destaque foi o atacante Facundo Ferreyra, artilheiro do campeonato com 13 gols marcados.
Super Final 2012-2013
Em 2013, o Vélez obteve mais um título, a Super Final 2012-13 ao vencer o Newell's Old Boys, campeão do Torneio Final 2013 por 1 a 0, com um gol de Lucas Pratto e com grande atuação do goleiro uruguaio Sebastián Sosa, que defendeu um pênalti quando a equipe estava somente com 10 jogadores. Ricardo Gareca foi, mais uma vez, o treinador dessa conquista.[7]
Os clubes criaram a Superliga Argentina em 2016, com o objetivo de melhorar as condições comerciais do Campeonato Argentino, com a competição passando a ser conhecida dessa maneira, e nesse primeiro momento contando com 28 clubes.[10][11]
Faixas de pagamento dos direitos de comercialização.
O Vélez foi incluído entre os grandes clubes na comercialização dos direitos da Superliga Argentina de 2017-18:
Grupo I: Boca Juniors e River Plate: 97,86 milhões de pesos (R$ 26,62 milhões);[12]
Grupo II: Independiente, Racing, San Lorenzo e Vélez Sarsfield: 74,61 milhões de pesos (R$ 16,47 milhões);
Grupo III: Demais 24 clubes da primeira divisão: 55,59 milhões de pesos (R$ 12,27 milhões).
O Vélez Sarsfield obteve o reconhecimento da Confederação Sulamericana de Futebol (Conmebol) que, em 2006, elaborou um ranking histórico de cada país do continente americano. Na Argentina, o Vélez com 372 pontos estava na quarta posição, atrás do Boca Juniors (1023), do Independiente (895) e do River Plate (862).
A história do clube marca alguns resultados espetaculares, como a vitória obtida no Campeonato Nacional de 1968, vencendo o Huracán de Bahía Blanca por 11 a 0, como local. No ano de 1945 impôs ao Independiente um "vareio" de 8 a 0. Estas são as maiores goleadas obtidas, desde 1931 até hoje.
Da mesma forma, o Vélez recebeu duas goleadas históricas: em 1951, frente o Estudiantes de La Plata por 0 a 7; e em 1938 sobre o Independiente por 1 a 7.
Os torcedores do Vélez são chamados de Fortíneros, apelido vindo pelo do estádio José Amalfitani receber o apelido de El Fortín de Liniers (O Forte de Liniers). A torcida fortinera obteve um notável crescimento nos últimos 20 anos em toda a Argentina, crescimento explicado pelos inúmeros títulos nacionais e internacionais conquistados pela equipe e também pelo fato da equipe estar sempre em evidência na mídia, peleando por títulos locais e ótimas participações em torneios continentais. O clube possui mais de 43 mil sócios, segundo dados de 2010.
Pesquisas
Atualmente todas as pesquisas apontam o Vélez como um clube com simpatizantes por toda a Argentina, principalmente na Grande Buenos Aires. Em pesquisa realizada no ano de 2006, a torcida do Vélez representou 1,1% da população do país, cerca de 450.000 torcedores.[14] A mesma consultoria publicou nos anos seguintes atualizações do estudo que mostraram percentuais similares.[15] Na Área Metropolitana de Buenos Aires, a torcida do Vélez representa entre 2,6%[16] e 3,3% da população,[17] possivelmente mais concentrada na cidade de Buenos Aires e principalmente em seu bairro de Liniers e arredores.[18]