Colesteatoma

Colesteatoma
Colesteatoma
Cholesteatoma
Especialidade otorrinolaringologia
Classificação e recursos externos
CID-10 H71
CID-9 385.32
DiseasesDB 2553
MedlinePlus 001050
eMedicine ped/384 ent/220
MeSH D002781
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O colesteatoma é uma lesão cística não cancerosa bem demarcada, é uma lesão derivada de um crescimento anormal de queratinização do epitélio escamoso no osso temporal,[1][2][3] que é comumente caracterizada como “pele no lugar errado”.[4][5] O colesteatoma resulta da atividade enzimática da matriz de colesteatoma. Esse crescimento anormal é localmente invasivo e capaz de causar a destruição de estruturas do ouvido médio, os três ossículos (o martelo, a bigorna e o estribo) e a janela oval. Além disso, o epitélio escamoso pode se tornar destrutivo em um ambiente de infecção crônica, aumentando assim os efeitos osteolíticos do colesteatoma (caracterizada por perda/enfraquecimento ósseo dos ossículos do sistema).[6] Devido à capacidade fatal de complicações intracranianas, os colesteatomas continuam sendo causa de morbidade pediátrica e morte para aqueles que não têm acesso a cuidados médicos avançados.[7][8] Os colesteatomas podem ser classificados em dois tipos diferentes: congênito, que é específico da infância, e adquirida, que afeta crianças e adultos.[9]

Sintomas editar

No início, os sintomas são leves. Somente quando o cisto atinge um tamanho maior é que surgem os efeitos mais graves. Os principais sintomas observados pelos profissionais são:

  • desconforto e dores no ouvido;
  • sensação de pressão de ouvido, como se estivesse entupido;
  • vertigem e perda do equilíbrio;
  • zumbido;
  • diminuição da capacidade auditiva;
  • liberação de secreção do ouvido com odor fétido bastante forte.[10]

Diagnóstico editar

O diagnóstico fundamenta-se no exame clínico por meio da otoscopia, sendo que exames de imagem como a tomografia computadorizada e a ressonância magnética também podem ser realizados, a fim de detectar a extensão da lesão e de possíveis complicações, como a osteólise da cadeia ossicular.[11][12]

Tratamento editar

O tratamento é geralmente cirúrgico, porém, em determinadas situações em que a cirurgia não pode ser realizada, o colesteatoma pode ser tratado de forma clinica paliativa.[13] Em relação ao tratamento cirúrgico, quanto mais precoce a intervenção, menor a extensão da doença, logo, menos invasiva a cirurgia, e menor o risco de complicações e de recidiva.[14] Porém, apesar de ser considerada uma cirurgia relativamente segura e de não existir uma idade mínima necessária, o doente deve ter pelo menos 10 a 12 meses de idade para justificar os riscos cirúrgico e anestésico associados ao procedimento. Com esta idade, o canal auditivo externo e o ouvido médio já têm um volume suficiente para acomodar a cirurgia e o risco anestésico é mínimo.[15]

Referências

  1. G. Isaacson, “Diagnosis of pediatric cholesteatoma,” Pediatrics, vol. 120, no. 3, pp. 603–608, 2007.
  2. M. T. Semaan and C. A. Megerian, “The pathophysiology of cholesteatoma,” Otolaryngologic Clinics of North America, vol. 39, no. 6, pp. 1143–1159, 2006.
  3. C. Dornelles, S. S. da Costa, L. Meurer, and C. Schweiger, “Some considerations about acquired adult and pediatric cholesteatomas,” Revista Brasileira de Otorrinolaringologia, vol. 71, no. 4, pp. 536–546, 2005.
  4. J. M. Robinson, “Cholesteatoma: skin in the wrong place,” Journal of the Royal Society of Medicine, vol. 90, no. 2, pp. 93–96, 1997
  5. J. D. Gray, “The chronic ear. The treatment of cholesteatoma in children,” Proceedings of the Royal Society of Medicine, vol. 57, pp. 769–771, 1964.
  6. K. C. Y. Sie, “Cholesteatoma in children,” Pediatric Clinics of North America, vol. 43, no. 6, pp. 1245–1252, 1996.
  7. C. A. J. Prescott, “Cholesteatoma in children—the experience at The Red Cross War Memorial Children’s Hospital in South Africa 1988–1996,” International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, vol. 49, no. 1, pp. 15–19, 1999.
  8. E. S. Diom, Z. Cisse, A. Tall et al., “Management of acquired cholesteatoma in children: a 15 year review in ENT service of CHNU de FANN Dakar,” International Journal of Pediatric Otorhinolaryngology, vol. 77, no. 12, pp. 1998–2003, 2013.
  9. J. Nevoux, M. Lenoir, G. Roger, F. Denoyelle, H. D. Le Pointe, and E.-N. Garabedian, “Childhood cholesteatoma,” ´ European Annals of Otorhinolaryngology, Head and Neck Diseases, vol. 127, no. 4, pp. 143–150, 2010.
  10. «O QUE É COLESTEATOMA E QUAIS OS SEUS PRINCIPAIS SINTOMAS?». A&R Aparelhos Auditivos. Consultado em 15 de novembro de 2023 
  11. Prata AAS, Antunes ML, Abreu CEC, et al. Estudo comparativo entre achados radiológicos e cirúrgicos na otite média crônica. Arq Int Otorrinolaringol. 2011;15:72-8.
  12. Ávila, Ana Flávia Assis de; Aburjeli, Bruna de Oliveira Melim; Moreira, Wanderval; Motta, Emília Guerra Pinto Coelho; Ribeiro, Marcelo Almeida; Diniz, Renata Lopes Furletti Caldeira; Ávila, Ana Flávia Assis de; Aburjeli, Bruna de Oliveira Melim; Moreira, Wanderval (agosto de 2013). «Imaging evaluation of middle ear cholesteatoma: iconographic essay». Radiologia Brasileira. 46 (4): 247–251. ISSN 0100-3984. doi:10.1590/S0100-39842013000400012 
  13. «Tratamento Cirúrgico do Colesteatoma em Crianças e Adolescentes. Análise de 200 Pacientes - PDF». docplayer.com.br. Consultado em 21 de agosto de 2018 
  14. Al Balushi T, Naik JZ, Al Khabori M. Congenital cholesteatoma in identical twins. J Laryngol Otol. 2013;127(1):67-69. doi:10.1017/S0022215112002757
  15. Bennett M, Warren F, Jackson GC, Kaylie D. Congenital Cholesteatoma: Theories, Facts, and 53 Patients. Otolaryngol Clin North Am. 2006;39(6):1081- 1094. doi:10.1016/j.otc.2006.08.001
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