Como Nascem os Anjos

filme de 1996 dirigido por Murilo Salles
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Como Nascem os Anjos é um filme brasileiro de 1996, do gênero drama, dirigido por Murilo Salles. É estrelado por Priscila Assum e Silvio Guindane como dois filhos de favelas do Rio de Janeiro que se envolvem no sequestro de um americano, interpretado por Larry Pine. O filme recebeu prêmios em festivais de cinema e foi bem recebido pela crítica.

Como Nascem os Anjos
Como Nascem os Anjos
Pôster promocional
 Brasil
1996 •  cor •  96 min 
Gênero drama
Direção Murilo Salles
Roteiro Murilo Salles
Jorge Duran
Aguinaldo Silva
Nelson Nadotti
Elenco Larry Pine
Priscila Assum
Silvio Guindane
André Mattos
Ryan Massey
Maria Sílvia
Idioma português

Sinopse editar

O bronco Maguila mata sem querer o chefe do tráfico no Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. Perseguido pelos soldados do tráfico, ele é obrigado a fugir da favela com Branquinha, uma menina de 13 anos que, apesar da diferença de idade, diz ser mulher de Maguila. Na confusão, acabam levando Japa, outra criança, fiel amigo de Branquinha.

No meio da fuga, o trio pára na porta da garagem de uma mansão no bairro da Joatinga, onde encontram William, um cidadão americano, saindo para o trabalho. Maguila pede para usar o banheiro, pois, segundo Branquinha, "ele foi tão bem educado pela mãe que não consegue urinar na rua."

William pensa que é uma tentativa de assalto. Uma reação inesperada acaba obrigando o trio da favela a entrar em casa, onde o americano mora com sua filha Julie e a empregada Conceição. Lá, os personagens viram reféns de uma estranha situação que, num crescendo de tensão e nonsense, toma proporções que jamais poderiam prever.

Elenco editar

Produção editar

A produção é da Cinema Brasil Digital, co-produção da Secretaria do Audio Visual/MINC, da Riofilme, do Banespa e da Quanta. A direção de fotografia é de César Charlone, a cenografia é de Marlise Storchi, a trilha sonora de Victor Biglione e a produção executiva de Romulo Marinho Jr..

Recepção editar

Luiz Zannin Oricchio, que escreve para O Estado de S. Paulo, classificou-o como "um dos melhores filmes do chamado renascimento do cinema brasileiro".[1] O autor do livro Esplendores do Cinema Latino, Hernandez Rodriguez, declarou que está "longe da pressa visual, da intensidade e da perfeição do estilo, bem como do visual da pirotecnia da Cidade de Deus", e disse é "definitivamente mais interessante que Cidade dos Homens".[2]

A forma como as crianças são representadas em Como Nascem os Anjos foi comentada pelas escritoras do Neorrealismo Italiano e pelo Cinema Global's, Laura E. Ruberto e Kristi M. Wilson, que o comparou aos filmes italianos do neo-realismo.[3] O crítico da Variety, Ken Eisner, elogiou a performance de Priscila Assum, afirmando que Branquinha foi 'interpretada memoravelmente' por ela, bem como a cinematografia do filme, o que ajuda 'para compensar enredo claustrofobia'. Eisner comentou que "um final apocalíptico fornece um choque pessimista para esse drama geralmente inteligente e imprevisível".[4]

Prêmios e indicações[5] editar

No 24º Festival de Cinema de Gramado, o filme ganhou cinco prêmios: Melhor Diretor, Prêmio da Crítica, Prêmio Especial do Júri (Priscila Assum e Silvio Guindane), Melhor Fotografia (empatado com Quem Matou Pixote?) E Melhor Montagem.[6] Maria Sílvia ganhou o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante no 29º Festival de Cinema de Brasília, e a produção foi premiada como Melhor Filme no 23º Festival de Cine Iberoamericano de Huelva.

Lista de prêmios e indicações
Ano Festival Categoria Nomeações Resultado Ref.
1996 Festival de Cinema de Gramado Melhor Filme Brasileiro Indicado [7]
Melhor Direção Murilo Salles Venceu
Melhor Fotografia César Charlone Venceu
Melhor Montagem Isabelle Rathery e Vicente Kubrusly Venceu
Melhor Trilha Sonora Victor Biglione Venceu
Prêmio Especial do Júri Priscila Assum Venceu
Silvio Guindane Venceu
Festival de Cinema de Brasília Melhor Atriz Coadjuvante Maria Sílvia Venceu
1997 Troféu APCA Melhor Filme Venceu
Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro Filme do Ano Venceu [8]
Melhor Direção Murilo Salles Venceu
Melhor Roteiro Jorge Durán, Nelson Nadotti, Murilo Salles e Aguinaldo Silva Venceu
Revelação do Ano Priscila Assum Venceu
Silvio Guindane Venceu
Festival de Cinema Latino-americano de Toulouse Prêmio da audiência e menção especial Venceu
Festival Internacional de Cinema de Huelva Melhor Filme Venceu

Trilha sonora editar

  • Rebatucada - (Victor Biglione)
  • Descendo o Dona Marta - (Victor Biglione)
  • Ultra jazz - (Marcelo Manga - José Lourenço - Victor Biglione)
  • Fusão carioca - (Victor Biglione)
  • Papo de anjo - (Victor Biglione)
  • Como nascem os anjos - (Victor Biglione)
  • Montagem basketball - (Montagem e mixagem - DJ Marlboro)
  • Dança com os anjos - (José Lourenço - Victor Biglione)
  • Rappa japa funk - (José Lourenço - Victor Biglione)
  • Vira-latas - (Victor Biglione)
  • Quê que eu vô fazê - (André Gomes - Gabriel o Pensador)

Referências

  1. «Murilo Salles debate a questão social». O Estado de S. Paulo. Grupo Estado. 16 de maio de 1997. Consultado em 16 de março de 2014 
  2. Rodriguez, Hernandez (2009). Splendors of Latin Cinema. [S.l.]: ABC-CLIO. p. 93. ISBN 9780313349782. Consultado em 16 de março de 2014 
  3. Ruberto, Laura E.; Wilson, Kristi M. (2007). Italian Neorealism and Global Cinema. [S.l.]: Wayne State University Press. p. 179. ISBN 978-0814333242. Consultado em 16 de março de 2014 
  4. «Review: 'How Angels Are Born'». Variety. 30 de novembro de 1996. Consultado em 16 de março de 2014 
  5. IMDB - Awards
  6. «Festival de Gramado – Premiados». Gramado Film Festival. Consultado em 25 de julho de 2014. Cópia arquivada em 1 de julho de 2013 
  7. «Biografia de Murilo Salles - Prêmios». Consultado em 3 de agosto de 2009. Arquivado do original em 5 de junho de 2009 
  8. «2º Prêmio Guarani :: Premiados de 1996». Consultado em 7 de julho de 2021 

Ligações externas editar