Companhia Paranaense de Energia
A Companhia Paranaense de Energia (COPEL) é uma empresa pública de capital aberto (sociedade anônima), cujo acionista majoritário é o Governo do Estado do Paraná, sendo, portanto, uma empresa estatal de economia mista.[1] É a responsável pela geração, transmissão e distribuição de energia elétrica em todo o território estadual e também atua em outras áreas de investimentos.
Copel | |
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![]() Sede da Copel em Curitiba. | |
Razão social | Companhia Paranaense de Energia S.A. |
Empresa de capital aberto | |
Cotação | B3: CPLE3, CPLE5, CPLE6 NYSE: ELP Latibex: XCOP |
Atividade | Energia |
Gênero | Sociedade de economia mista |
Fundação | 26 de outubro de 1954 (68 anos) |
Fundador(es) | Bento Munhoz da Rocha Neto |
Sede | Curitiba, PR |
Área(s) servida(s) | Paraná |
Proprietário(s) | Governo do Paraná (69,7%) BNDESPAR (12,4%) Eletrobras (1,5%) |
Presidente | Jonel Iurk |
Pessoas-chave | Adriano Rudek de Moura (CFO) |
Empregados | 6.613 |
Produtos | Energia elétrica Gás natural |
Divisões | Copel Distribuição Copel Geração Copel Transmissão |
Subsidiárias | Compagas |
Lucro | ![]() |
LAJIR | ![]() |
Faturamento | ![]() |
Significado da sigla | Companhia Paranaense de Eleletricidade |
Website oficial | copel.com |
HistóriaEditar
Foi fundada em 26 de outubro de 1954 pelo então governador Bento Munhoz da Rocha Neto, com o objetivo inicial de construir um sistema elétrico no Paraná, até à época praticamente inexistente.[1][carece de fontes]
CapitalEditar
A Copel abriu seu capital em abril de 1994 na Bovespa (atual B3) e em 1997 foi a primeira empresa do setor elétrico brasileiro a ter suas ações negociadas na bolsa de Nova York. Também tem suas ações negociadas desde 2002 na Latibex braço latino-americano da bolsa de valores de Madri. A partir do dia 7 de maio de 2008, as ações da Copel passaram a integrar oficialmente o Nível 1 de Governança Corporativa da Bolsa de Valores de São Paulo – Bovespa.[carece de fontes]
Governança corporativaEditar
As práticas de governança foram instituídas como decorrência direta dos escândalos de fraude financeira e contábil na bolsa de valores norte-americana em 2001. Empresas listadas na NYSE, como a Copel, tiveram que adequar-se às rigorosas exigências da Lei Sarbanes-Oxley (Sox), lançada para recuperar a confiança da população no desempenho relatado pelas corporações. Em 2005, a Companhia foi escolhida para integrar o recém-criado Índice de Sustentabilidade Financeira (ISE) da B3, uma carteira formada por ações de empresas comprometidas com a sustentabilidade empresarial. Já em 2016 criou uma Diretoria de Governança, Riscos e Compliance, que intensifica a promoção da cultura de transparência e sustentabilidade na empresa, antecipando as exigências da Lei das Estatais e da Lei Anticorrupção.[carece de fontes]
NegóciosEditar
GeraçãoEditar
A Copel opera um parque gerador de 48 usinas próprias, das quais 17 são hidrelétricas, uma termelétrica e trinta eólicas[2]. Detém participação em outros 15 empreendimentos de geração de energia (1 térmica, 8 hidrelétricas, 5 parques eólicos e 1 solar). [3]
A capacidade instalada total dessas usinas é de 6.706,3 megawatts, sendo composto por 94% de fontes renováveis.[3]
Geração HidrelétricaEditar
Entre as hidrelétricas operadas pela Copel estãoː Gov. Bento Munhoz da Rocha Netto (Foz do Areia), Gov. Ney Aminthas de B. Braga (Segredo), Gov. José Richa (Salto Caxias), Gov. Parigot de Souza, Colíder, Guaricana e Bela Vista, além de contar com participações em outras usinas.[3]
Geração eólicaEditar
O parque eólico da Copel tem capacidade instalada de 779,9 MW, sendo composto por 30 usinas, como os Complexos Eólicos Cutia, Brisa Potiguar, São Bento, Vilas e Bento Miguel no Rio Grande do Norte, e o Complexo Eólico de Palmas, no Paraná.[4]
TransmissãoEditar
No segmento transmissão, a Copel detém uma malha total de 9.616 Km de linha de transmissão e 53 subestações de rede básica, considerando as participações.[3]
DistribuiçãoEditar
Seu sistema de distribuição é formado por 206.456 km de linhas e 386 subestações. Atende a mais de 4,9 milhões de unidades consumidoras em 395 municípios.[3]
ComercializaçãoEditar
Em 2015, a Copel instituiu uma empresa de comercialização para atuar no Mercado Livre, para atuar na compra e venda de energia, além de prestar consultoria às indústrias que passaram a atuar no segmento.[carece de fontes]
Distribuição de gásEditar
Atua na área de distribuição de gás, via empresa Compagas (com 51% das ações[5]), atendendo a sete municípios do Paraná com gás natural para uso de empresas, residências e em veículos.
A Companhia Paranaense de Gás fornece gás para a UTE Araucária, resultado da sociedade entre a Petrobras, com 20% de participação, e a Copel, com 80%.[3]
Smart GridEditar
Em Curitiba, a Copel iniciou em 2014 um dos mais avançados programas de redes inteligentes (smart grid) do país, incluindo automação da rede de distribuição, medição remota conjunta de água, luz e energia, além de geração distribuída a partir de múltiplas fontes.[carece de fontes]
Pesquisa e desenvolvimentoEditar
Por ação própria e em conjunto com o LACTEC e outras importantes entidades de pesquisa tem realizado e desenvolvido diversos produtos que auxiliam na melhoria da qualidade, da confiabilidade e do suprimento dos serviços de energia elétrica, de distribuição de gás, de fontes alternativas e renováveis de energias e de telecomunicações aos cidadãos e empresas de todo o Estado do Paraná.[carece de fontes]
TelecomunicaçõesEditar
Até o ano de 2020, a empresa operava a Copel Telecom, criada no início da década de 1970 para suprir as demandas de comunicação entre usinas, subestações e unidades administrativas da Copel. Nos anos 1990 começou a implantação de um sistema óptico que conectaria todos os 399 municípios do Paraná em 2013. Neste meio tempo, passou a atuar no mercado de varejo com serviços de conectividade, primeiro para empresas e poder público, e desde 2013 para residências. A expansão dos planos de internet fixa de banda extralarga atingiu 63 municípios em 2016, em comparação a seis localidades atendidas em 2013. Em 2016 sua internet foi considerada a mais rápida do Brasil e conectava mais de 2.000 escolas levando internet e comunicação a todos os alunos das escolas públicas do Estado do Paraná. Após dominar em 67% do mercado estadual de serviços em fibras óticas, em 2020 a Copel Telecom caiu em 21,9% deste mercado.[5]
No dia 9 de novembro de 2020, a divisão Copel Telecom foi leiloada na bolsa de valores oficial do Brasil, sendo arrematada por R$ 2,395 bilhões pelo "Bordeaux Fundo de Investimento e Participações Multiestratégia".[6][5] A venda foi concluída em agosto de 2021 após o aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e o valor final foi de R$ 2,5 bilhões.[7]
PrivatizaçãoEditar
Em 21 de novembro de 2022, a Copel informou a intenção do governo do Paraná em transformar da Copel em corporação, mudando o capital da empresa de aberto para disperso e tirando o Paraná da posição de acionista controlador. No mesmo dia, foi enviado em regime de urgência para a Assembleia Legislativa do Paraná o projeto de lei solicitando a privatização da companhia.[8]
No dia 24 de novembro de 2022, foram realizadas as votações finais nas sessões extraordinárias. Em segunda votação, o projeto de lei foi aprovado por 35 votos favoráveis, contra 13 contrários. A terceira votação, sobre a redação final do texto, foi aprovada com 38 votos favoráveis e 13 contrários.[9]
Pela lei aprovada, o capital total do Paraná sobre a estatal pode ser reduzido de 31,1% para no máximo 15%. Com relação às ações ordinárias, que garantem direito a voto nas assembleias, a participação do governo pode ser reduzida de 69,7% para 10%. O direito de voto dos demais acionistas, sozinhos ou em bloco, também fica limitado ao patamar de 10%. O estado deve manter uma ação de classe especial (“golden share”), com poder de veto, que visa garantir os investimentos da Copel Distribuição. O projeto foi inspirado no modelo de privatização da Eletrobras, realizado em 2022.[10][11]
O novo modelo de controle acionário da Copel ainda será submetido à apreciação do Tribunal de Contas do Estado do Paraná. A aprovação recebeu críticas da oposição por tramitar em ritmo acelerado, em apenas três dias, sem realização de audiência pública para expandir o debate sobre o tema. [10]
Referências
- ↑ Copel Sociedade de Economia Mista Portal JusBrasil - acessado em 8 de novembro de 2020
- ↑ Company Profile DNB - acessado em 8 de novembro de 2020
- ↑ a b c d e f «Demonstrativo Financeiro Copel (2022)»
- ↑ Dona de sete parques eólicos já em operação, com previsão de construir mais 21 parques até 2019 RBJ - acessado em 8 de novembro de 2020
- ↑ a b c Leilão da Copel Telecom arrecada R$ 2,39 bilhões para o Estado Agência de Notícias do Paraná - acessado em 8 de novembro de 2020
- ↑ Copel Telecom é leiloada por quase R$ 2,395 bilhões para fundo Bordeaux Jornal Tribuna do Paraná - acessado em 8 de novembro de 2020
- ↑ Copel conclui venda da Copel Telecom por R$ 2,5 bilhões Banda B - acessado em 4 de agosto de 2021
- ↑ «Governo do Paraná quer privatizar Copel; ações disparam». economia.uol.com.br. Consultado em 27 de novembro de 2022
- ↑ InfoMoney, Equipe (24 de novembro de 2022). «Projeto sobre privatização da Copel (CPLE6) é aprovado no legislativo do Paraná e vai à sanção». InfoMoney. Consultado em 27 de novembro de 2022
- ↑ a b «Sob protestos, deputados aprovam e encaminham para sanção projeto que autoriza Governo do Paraná a vender parte da Copel». G1. Consultado em 27 de novembro de 2022
- ↑ «Governo do Paraná quer usar dinheiro da privatização da Copel para financiar pacote de investimentos». Valor Econômico. Consultado em 27 de novembro de 2022