Complexo Eólico do Alto Sertão

conjunto de complexos de produção de energia eólica na região baiana da cidade de Caetité

O Complexo Eólico do Alto Sertão é o nome que recebeu o conjunto de complexos de produção de energia eólica na região baiana da cidade de Caetité, e que constitui o maior complexo dessa modalidade energética na América Latina.[1] Situado nas cidades de Caetité (onde se concentra a maior quantidade de aerogeradores), Guanambi, Igaporã, Pindaí, Licínio de Almeida e Urandi[2] os complexos Alto Sertão I, II e III possuem uma capacidade conjunta de produção de 1.113,2 gigawatts.

Vista panorâmica parcial, em Caetité.
Vista parcial do Parque, em Caetité.

A primeira etapa, Alto Sertão I, foi inaugurado em Caetité em 10 de julho de 2012, mas não pode gerar energia de imediato, por conta da falta de linhas de transmissão.[3]

Capacidade energética editar

O Alto Sertão I possui 14 parques nos municípios de Caetité, Igaporã e Guanambi, com 184 aeorogeradores e capacidade de produção de 294,4 megawatts, o que já o tornava o maior da América Latina, a um custo de 1,2 bilhão de reais.[1] Esta capacidade daria para abastecer um cidade com 540 mil lares.[1]

O complexo Alto Sertão II tem uma capacidade de geração de 386,1 megawatts, a partir de 15 parques eólicos nos quatro municípios, numa área de 150 quilômetros de extensão com 230 aerogeradores, e com investimento para instalação orçado em 1,4 bilhão de reais, em 2014; a empresa responsável foi a Renova Energia. Em 2017, o Alto Sertão II foi adquirido pela AES Tietê (atual AES Brasil), por 600 milhões de reais, após a Renova Energia entrar em dificuldades financeiras.[2]

O complexo Alto Sertão III conta com 26 parques com um total de 155 aerogeradores distribuidos pelos municípios de Caetité, Igaporã, Pindaí, Licínio de Almeida e Urandi, e capacidade instalada de 432,7 megawatts. No total, o complexo, recebeu investimentos superiores a R$2,5 bilhões, e produz energia suficiente para abastecer entre 900 mil e 1 milhão de residências, de acordo com o padrão ANEEL.[4]

Problemas com a transmissão editar

Apesar de inaugurado em 2012, o complexo Alto Sertão I ficou por quase dois anos sem poder gerar energia por falta de uma linha de transmissão que ligasse a cidade de Caetité até a estação de Bom Jesus da Lapa onde, então, seria interligada ao sistema elétrico nacional.[1] A falta de geração gerou um custo mensal superior a quinze milhões de reais perfazendo e total estimado a 360 milhões, sem considerar as despesas havidas com o uso de termelétricas - sempre mais onerosas - repassadas aos consumidores.[1] Esta situação foi exibida em programas televisivos nacionais, como foi o caso do Fantástico da Rede Globo[5] e o CQC da Rede Bandeirantes.[6][7] Construída pela CHESF, a linha finalmente ficou pronta em 2014 e inaugurada com a presença do então governador, Jaques Wagner, em 18 de junho daquele ano.[1]

Uma nova subestação foi construída pela empresa Renova Energia em 2016, com objetivo de proporcionar o escoamento da produção consorciada de energias eólica e solar.[8]

Visão panorâmica de mais de 190 aerogeradores mostrando alguns dos parques do Complexo, em Caetité.

Parque solar conjugado editar

Em 2016 a empresa Renova Energia deu início à construção de um parque de geração elétrica a partir da luz solar em Caetité; com uma capacidade estimada de 4,8 MW, o parque se compõe de 19.200 painéis fotovoltaicos, estará ligado ao parque eólico desta empresa situado na cidade de Igaporã, com oito torres.[8]

No caso dos dois parques, a produção solar terá sua produção diurna, quando os ventos costumam ser mais fracos, enquanto durante a noite a geração eólica encontra sua maior constância.[8]

Referências

  1. a b c d e f Carlos Alberto Reis Sampaio (18 de junho de 2014). «A vergonha das eólicas desligadas de Caetité completou dois anos antes da inauguração». O Expresso. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  2. a b Silvano Silva (22 de maio de 2014). «Caetité: Complexo Eólico Alto Sertão II está quase pronto». Sudoeste Bahia. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  3. Agência Estado (10 de julho de 2012). «Um grande complexo eólico é inaugurado na Bahia. Mas não produz energia porque falta transmissão.». O Expresso. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  4. Redação (22 de março de 2022). «Complexo eólico Alto Sertão III entra em operação». BA de Valor. Consultado em 8 de agosto de 2023 
  5. Institucional (vídeo: Sônia Bridi) (4 de janeiro de 2013). «Série denuncia altos investimentos e demora na entrega de obras no Brasil». G1. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  6. Institucional (2 de junho de 2014). «Ronald Rios conhece parque eólico parado no Documento da Semana». Band. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  7. s/a (27 de maio de 2014). «Equipe do Caetité Notícias recebe o CQC da Band». Folha do Vale. Consultado em 1 de fevereiro de 2016 
  8. a b c Institucional "Renova Energia" (fevereiro de 2016). «Somando Energias». Caetité: Gráfica Grasb. Jornal Circulador (órgão oficial da empresa). ano VI (nº 28): 4-5 

Ver também editar

 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Complexo Eólico do Alto Sertão