Comunicação humana

A comunicação humana, ou antropossemiótica, é o campo dedicado a entender como os humanos se comunicam. A comunicação humana está fundamentada em intenções cooperativas e compartilhadas.

A palavra comunicação vem do latim communicare, que significa tornar comum, compartilhar, ou trocar significados, opiniões, ideias, emoções. O ato de comunicar exige que os símbolos tenham significação comum para os indivíduos envolvidos no processo: o transmissor e o receptor da mensagem. Esse compartilhamento de informações, entre o emissor e o receptor, pode ser feita de várias maneiras, através da linguagem verbal ou não verbal, desde que seja um processo completo e coerente.[1] Uma comunicação eficaz pode promover ideias e pensamentos, esta está compreendida em quatro aspectos, sua transmissão, recepção, mensagem e meio.[2]

Historicamente, o processo de comunicação é uma das bases que estruturam a sociedade, seja nas microrrelações ou nas macrorrelações, como no convívio social, cultural, político e econômico. Os indivíduos precisam se comunicar para se integrar, compartilhar ideias e informações, entender e serem entendidos.[1] A interação, construída através da comunicação, sempre foi indispensável para a sobrevivência dos seres humanos e para a constituição de sociedades e culturas. A comunicação liga-nos à rede de seres humanos. A forma como nos desenvolvemos como indivíduos depende muito do grau de sucesso com que construímos essas redes.[3]

O momento inaugural de toda comunicação social deveria ser definido como o nascimento, conforme afirma Oliveira (1995). A partir desse momento, o bebê se desenvolve e cria vínculos de linguagem com a mãe e este processo será a matriz primeira da complexa comunicação social. Para o recém-nascido não há outro objeto senão seu próprio corpo para se comunicar. É com o corpo, por meio da respiração, da temperatura, da vibração das pregas vocais que produz o choro que o bebê é capaz de transmitir suas mensagens, desejos e desacordos.[4]

Richmond e McCroskey (2009) afirmam que "a importância da comunicação na sociedade humana tem sido reconhecida há milhares de anos, muito mais do que podemos demonstrar através da história registrada".[5]:223 Os humanos têm habilidades de comunicação que outros animais não possuem. Ser capaz de comunicar aspectos como tempo e lugar como se fossem objetos sólidos são alguns exemplos. Diz-se que os seres humanos se comunicam para pedir ajuda, para informar os outros e compartilhar atitudes como um meio de ligação.[6] A comunicação é uma atividade conjunta que depende em grande parte da capacidade de manter a atenção comum, de compartilhar o conhecimento de fundo relevante e a experiência conjunta, a fim de obter o conteúdo e fazer sentido nas trocas.[7]

Outro critério adicional para se definir comunicação é o de intencionalidade. Segundo Lucia Santaellla (2001), a intenção é a atividade direcionada a um objetivo, envolvendo, portanto, a validação. O emissor tenta por meio da comunicação influenciar o receptor, se fazer ser entendido, através de uma mensagem. Sendo que, qualquer que seja a reação do receptor, ela faz parte de um universo de hipóteses das intenções do emissor. Desta forma, utilizando-se da comunicação, é possível convencer, persuadir, influenciar, despertar interesses e sentimentos, e ainda provocar expectativas.[8]

A fonoaudiologia é a ciência que estuda a comunicação humana. O fonoaudiólogo pode trabalhar com linguagem, voz, fala, audição, alterações dos músculos e articulações da cabeça e do pescoço. O profissional desta área presta serviços de avaliação e diagnóstico, reabilitação, prevenção e promoção de saúde, através de orientações e intervenções, a fim de melhorar as estruturas e funções de comunicação falada, expressiva e escrita.[9]

Ver também editar

Referências

  1. a b Oliveira, Yanik Carla Araújo de; Celino, Suely Deysny de Matos; Costa, Gabriela Maria Cavalcanti (janeiro–março de 2015). «Comunicação como ferramenta essencial para assistência à saúde dos surdos». Physis: Revista de Saúde Coletiva: 307–320. ISSN 0103-7331. doi:10.1590/S0103-73312015000100017. Consultado em 26 de abril de 2023 
  2. «Comunicação Humana» (PDF). SCHLICKMANN, Joice Roden e SKRSYPCSAK, Daniel. 2017 
  3. SOUZA, Jorge Pedro. Elementos de Teoria e Pesquisa da Comunicação e dos Media. Porto: Minerva, 2006. 823 p.
  4. BAITELLO JUNIOR, Norval. COMUNICAÇÃO, MÍDIA E CULTURA. São Paulo em Perspectiva. São Paulo, p. 11-16. abr. 1998.
  5. Stacks, D.; Salwen, M. (2009). An Integrated Approach to Communication Theory and Research. New York: Routledge.
  6. «Origins of Human Communication». MIT Press. Consultado em 9 de fevereiro de 2016 
  7. Clark (1996). Using Language. [S.l.]: Cambridge University Press 
  8. PINHEIRO, Daíse Cristina de Sá. O PAPEL DO PLANO DE COMUNICAÇÃO PREVENTIVO EM MOMENTO DE CRISE NA ORGANIZAÇÃO. 2005. 58 f. Tese (Doutorado) - Curso de Comunicação Social, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2005.
  9. «Fonoaudiologia - Fono SP». www.fonosp.org.br. Consultado em 26 de abril de 2023 

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