Conde d'Aguilar

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Conde d'Aguilar, nome artístico de Saúl Fernandes de Aguilar (Lisboa, 21 de Janeiro de 1909 - Lisboa, 12 de Fevereiro de 1988), foi um célebre ilusionista português.[1]

Conde d'Aguilar
Conde d'Aguilar
O Conde d'Aguilar em actuação no Coliseu do Porto, nos anos 60, filmada pela RTP.
Nascimento 21 de janeiro de 1909
Lisboa
Morte 12 de fevereiro de 1988
Lisboa
Cidadania Portugal
Ocupação mágico

Biografia editar

Na juventude Saúl jogou como júnior no Sport Lisboa e Benfica. Em 1926 estreou-se como faquir, e dez anos depois tornou-se mágico, actividade pela qual ficou internacionalmente conhecido. Actuou no Coliseu dos Recreios em 1936, e teve um contrato de três anos no Ritz Club.[2] Actuou também no Coliseu do Porto.[3]

O "Conde d'Aguilar" tinha uma figura muito característica, de casaca, faixa vermelha ao peito, e muitas medalhas. A sua entrada em palco era sempre muito distante, dando às suas actuações um toque de antipatia.[3] Em 1967 o jornal catalão El Mundo Deportivo descrevia-o como mágico de "bom trabalho e habilíssimo, mas de simpatia melhorável" e com excesso de altivez e displicência.[4]

Foi um dos grandes mágicos portugueses, desenvolvendo a sua actividade sobretudo nas décadas de 1940 e 1950.[5] A sua partenaire e esposa, July, chamava-se Júlia Domene Cruz de Aguilar e era de nacionalidade espanhola. Segundo o ilusionista Luís de Matos, o "Conde d'Aguilar" marcou uma época em Portugal.[6]

Foi protagonista no espectáculo "El Mundo Imaginário", que estreou a 31 de Janeiro de 1949 no Teatro de la Zarzuela em Madrid. O jornal espanhol ABC apresentou-o como "grande ilusionista e prestidigitador lusitano", que "faz truques cheios de limpeza, habilidade e elegância, verdadeiramente surpreendentes".[7] Em 1954 o espectáculo estreou em Barcelona, no Teatro Barcelona, com o Conde d'Aguilar sendo anunciado como "um génio do ilusionismo".[8] Em Outubro do mesmo ano estreou em Madrid o espectáculo "Intriga e Humor", uma comédia mágico-cómica escrita para o "Conde d'Aguilar" pelo ilusionista espanhol Antonio de Armenteras.[9]

Teve muitas intervenções na RTP, incluindo uma série em 1954 onde ensinava truques de ilusionismo.[3]

O poeta Alexandre O'Neill dedicou-lhe um poema, "Homenagem ao Conde de Aguilar, ilusionista", publicado na sua obra A Saca de Orelhas (1979).

Referências

  1. «Almanaque Lusa». Notícia SAPO - SAPO Notícias. Noticias.sapo.ao. Consultado em 6 de agosto de 2011. Arquivado do original em 3 de março de 2016 
  2. «Nota sobre o artista num site sobre artistas circenses portugueses míticos». Geocities.ws 
  3. a b c Programa da RTP Memória, apresentado por Júlio Isidro 🔗. RTP Memória 
  4. «El Mundo Deportivo» (em espanhol). Hemeroteca.elmundodeportivo.es. 5 de Junho de 1967 
  5. «I Congresso Internacional reúne trezentos especialistas em Cascais - Nada na manga, tudo na cartola». Rui Cardoso Martins, Público. Universidade de Lisboa. 5 de Novembro de 1995 [ligação inativa]
  6. «INSIDE - O Jornal à Tua Medida !!». Jornalinside.com. C. 2011. Consultado em 7 de agosto de 2011 
  7. «"En la Zarzuela se presento "El Mundo Imaginario""». Jornal ABC de (em espanhol). Hemeroteca.abc.es. 1 de Fevereiro de 1949 
  8. «La Vanguardia» (em espanhol). Hemeroteca.lavanguardia.com. 18 de Agosto de 1954 
  9. «Jornal ABC» (em espanhol). Hemeroteca.abc.es. 24 de Outubro de 1954 

Ligações externas editar