Confieso que he vivido (br / pt: Confesso que vivi) é um livro de cariz autobiográfico, escrito ao longo de vários anos pelo autor chileno Pablo Neruda, e publicado postumamente no ano de 1974.

Confieso que he vivido
Confesso que Vivi (PT)
Autor(es) Pablo Neruda
Idioma Língua castelhana
País Espanha Espanha
Editora Seix Barral
Lançamento 1974
Edição portuguesa
Tradução Arsénio Mota
Editora Europa-América
Lançamento 1975
Páginas 339
ISBN ISBN 972-1-03702-8
Edição brasileira
Tradução Olga Savary
Editora Difel
Lançamento 1977
Páginas 358

Foi publicado pela primeira vez em Portugal pelas Publicações Europa-América, em abril de 1975. No Brasil foi publicado como "Confesso que Vivi — Memórias", pela Difel — Difusão Editorial em 1978.

Repercussão editar

Segundo pesquisa do Instituto do Livro Espanhol, o livro (na versão original em espanhol) figurou em segundo lugar na lista dos dez mais vendidos na Espanha no ano de 1975.[1]

Sinopse editar

Ao longo de 340 páginas, o laureado com o Prêmio Nobel da Literatura de 1971 descreve o trajecto da sua vida, recorrendo a uma prosa salpicada de imagens poéticas que prende facilmente a atenção do leitor. A obra divide-se em diversos capítulos correspondentes a outras tantas fases da vida do poeta:

  • O jovem provinciano - sobre a infância e a adolescência passadas na província;
  • Perdido na cidade - sobre os tempos universitários, já em Santiago;
  • Os caminhos do mundo - sobre o início da carreira diplomática e a primeira viagem ao Oriente;
  • A solidão luminosa - sobre as suas impressões da Índia, do Ceilão e do Sudeste Asiático;
  • A Espanha no coração - sobre a estadia em Espanha, como cônsul do Chile em Barcelona, e o seu relacionamento com poetas como Lorca e Alberti;
  • Saí a procurar caídos - sobre a Guerra Civil Espanhola e a ajuda de Neruda para que alguns republicanos espanhóis pudessem fugir para o exílio;
  • México florido e espinhoso - sobre as suas memórias do México e as suas impressões da Segunda Guerra Mundial;
  • A pátria em trevas - sobre o seu regresso ao Chile e à passagem pelo Peru;
  • Princípio e fim de um desterro - sobre o seu desterro que o levou à União Soviética e à China;
  • Navegação com regresso - sobre a sua prisão em Buenos Aires e nova viagem ao Oriente no final da década de 1950;
  • A poesia é um ofício - onde reflecte sobre a sua obra e algumas das personalidades que o marcaram;
  • Pátria doce e pura - sobre o seu regresso à pátria, a subida de Allende ao poder e o Golpe de Estado de 1973.

As derradeiras páginas deste último capítulo foram escritas no curto intervalo de tempo, de apenas doze dias, entre o golpe de Estado de 11 de setembro e a morte de Neruda em 23 do mesmo mês. Nessas linhas, o poeta fala de forma amargurada das esperanças derrubadas pela violência dos militares e das memórias do seu amigo Salvador Allende.

Referências

  1. Folha de S.Paulo, Ilustrada, p.5, 28 de Janeiro de 1976 - Acessado em 29 de Dezembro de 2011.