Central de atendimento

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Uma central de atendimento, centro de atendimento, ou centro de contacto (call center) é composta por estruturas físicas que têm por objetivo centralizar o recebimento de ligações telefônicas, distribuindo-as automaticamente aos atendentes e possibilitando o atendimento aos usuários finais, realização de pesquisas de mercado por telefone, vendas, retenção e outros serviços por telefone, chat ou correio eletrônico.[1]

Sala de operações numa central de atendimento.

Nas centrais de atendimento que usam tecnologia mais avançada nas posições de atendimento (PAs), os operadores contam com terminais de vídeo ou computadores ligados em rede que permitem consultar e efetuar registros das chamadas e dos atendimentos realizados. Também são utilizados logiciários que monitoram ou gravam as ligações telefônicas e controlam o fluxo das chamadas, fornecendo dados para o melhor gerenciamento dos recursos humanos e tecnológicos.

As maiores empresas/corporações utilizam as centrais de atendimento como forma de interagir e criar relacionamento com seus clientes. Os exemplos incluem companhias de serviço público, empresas de catálogos via correio, etc.

No Brasil, o setor passou por um processo de profissionalização acadêmica, através do curso de Gestão de Serviços em Atendimento, ministrado em algumas Instituições de Ensino brasileiras. Um dos coordenadores mais atuantes foi o professor Kendi Sakamoto, coordenador do curso de Gestão de Telemarketing e Relacionamento com Clientes, da Unibero Brigadeiro, grupo Anhanguera Educacional. O setor entrou na área acadêmica em 2005 e teve sua primeira turma formada no ano de 2006. Posteriormente, houve a formação de mais 2 turmas, em agosto de 2008 e dezembro de 2008.

História editar

 
Agner Krarup Erlang

O dinamarquês Agner Krarup Erlang foi a primeira pessoa a estudar o problema de redes de telefonia. Ao estudar a troca de ligações de um pequeno vilarejo ele criou uma fórmula, conhecida como a "fórmula de Erlang".

A fórmula é utilizada no estudo de sistemas com perdas e para dimensionamento de recursos em qualquer sistema constituído por filas, inclusive troncos telefônicos, centrais de atendimento ou qualquer outro equipamento que receba tráfego..

A concepção inicial da telefonia era ser um meio de comunicação à distância da voz humana. Hoje é enorme a quantidade e a diversidade dos serviços baseados em telefonia e que diariamente são usados no cotidiano como: fax, acesso a serviços bancários, Internet, etc.

Para que esses serviços tivessem um funcionamento seguro e eficiente, foram necessários muitos estudos matemáticos e simulações computacionais para que chegássemos a entender como essas redes imensas devem ser projetadas e controladas.

Ao longo do século XX, os engenheiros constataram que a natureza matemática de muitos dos problemas associados às redes telefônicas é essencialmente igual à encontrada em várias áreas da engenharia , como no estudo e projeto de redes de computadores, das malhas rodo e ferroviárias, bem como no agenciamento de tarefas industriais.

Chegar – Esperar – Ser Atendido

Desde que se conheça a demanda de ligações, tudo o que o engenheiro terá que fazer é calcular o número de linhas (OU CANAIS OU TRONCOS TELEFÔNICOS) que será suficiente para atender a tal demanda.

Tecnologia editar

Alguns equipamentos e softwares utilizados nas centrais de atendimento:

Dimensionamento de Central de Atendimento editar

Um call center bem dimensionado permite que se tenha controle sob uma série de problemas como:

  • Tempo Médio de Espera (TME)
  • Tempo Médio de Atendimento (TMA)
  • Tempo Médio de Tratamento (TMT)
  • Ociosidade de Agentes
  • Abandono
  • Nível de Serviço
  • Percentual de Chamadas Atendidas (PCA)
  • Headcount (HC) - Número de pessoas que trabalham em determinada equipe ou empresa

Empresas de Call Center/Contact Center do Brasil editar

Empresas de Call Center/Contact Center de Portugal editar

Ferramentas Adequadas editar

Principais localizações editar

Muitas empresas de call center estão se expandido para centros, onde a indústria e a economia industrial é mais forte.

Brasil: um dos setores que mais emprega no país, com mais de 1,4 milhão de empregos diretos. As companhias brasileiras possuem tecnologia de ponta e mão-de-obra capacitada para atender diversos tipos de serviços de empresas brasileiras e estrangeiras. Hoje o Brasil concentra mais de 60% dos call centers na América Latina.

Índia: o maior polo de call center do mundo, a língua nativa em inglês e os baixos custos trabalhistas propiciam que empresas inglesas, canadenses e americanas terceirizem seus serviços de atendimento na Índia.

China: o investimento na língua inglesa fez com que a China ficasse com uma posição atrativa no mercado para serviço de offshore. O idioma japonês também está crescendo uniformemente no país.

Serviços de emergência editar

 
Central de atendimento de um serviço de emergência em Guaiaquil, no Equador.

Uma importante utilização das centrais de atendimento é nos serviços de emergência, centrais receptivas que atendem chamadas informando emergências, tais como incêndios, acidentes de trânsito e outras. Estas chamadas são feitas a partir de ligações gratuitas, com números padronizados por país. No Brasil, as chamadas para emergências são feitas para diversos números, dependendo do tipo de emergência. Em Portugal, assim como em todos os outros países da União Europeia, é adotado um número único de emergência para uma central, que direciona a chamada para o serviço específico.

Controvérsias editar

Os call centers recebem críticas por baixas taxas de remuneração e práticas de trabalho restritivas para os funcionários, que foram consideradas um ambiente desumano. O trabalho num call center não é reconhecido como profissão; apesar de precário, não é mais ocasional; há quem o faça durante décadas. Contudo, raramente um trabalhador nesses centros chega a efectivo. Danilo Moreira, presidente do Sindicato dos Trabalhador de Call Center , em Portugal, comentaː "Quando é altura de passar um operador de call center à efetividade, não se renova o contrato, o trabalhador vai para casa duas semanas e volta a ser contratado depois" . Algumas vezes nem contrato de trabalho existe; o trabalhador pode ser despedido no dia seguinte, aquando duma doença, dum burnout, duma gravidez, ou uma simples mudança de humor do responsável. A costumada ausência de folgas, férias, períodos de descanso, tudo isso são fatores de risco. O trabalho é excessivo, monótono, pouco gratificante. O clima predominante num tal local é o medo. [2] [3]

A esmagadora maioria dos trabalhadores de call centers concentram-se em pouquíssimas empresas. Algumas têm call centers próprios, como a Portugal Telecom (PT), Nos, Vodafone, EDP ou Teleperformance. Outras são empresas de trabalho temporário, como Randstad, Adecco, Kelly Services, Manpower, que são subcontratas por outras empresas para prestar um serviço de call center.

“Muitas vezes, as empresas que subcontratam pagam às empresas de trabalho temporário o triplo daquilo que os trabalhadores vão realmente receber. Os intermediários é que ficam com o dinheiro quase todo”, denuncia D. Moreira, o presidente do Sindicato.[2]

Ver também editar

Referências

  1. «Contact Center vs Communication Center vs Call Center» (em inglês). EWA Bespoke Communications. Consultado em 24 de julho de 2019 
  2. a b Palma, Tiago (19 de Março de 2016). «"O 'call center' deu-me cabo da vida"». Observador 
  3. Garcia, Pedro C. (10 de Janeiro de 2016). «Onde os sonhos vão morrer. Um mês num call center». Jornal i 

Bibliografia editar

  • Bloodworth, James (2018) - Hired: Six Months Undercover in Low-Wage Britain - Atlantic Books

Ligações externas editar