Cool Hand Luke (bra: Rebeldia Indomável[1]; prt: O Presidiário[2]) é um drama estadunidense de 1967 dirigido por Stuart Rosenberg. O roteiro de Donn Pearce e Frank Pierson adapta a novela homônima de autoria de Pearce. A trilha sonora do filme é de Lalo Schifrin.

Cool Hand Luke
Cool Hand Luke
No Brasil Rebeldia Indomável
Em Portugal O Presidiário
 Estados Unidos
1967 •  cor •  126 min 
Género drama
Direção Stuart Rosenberg
Roteiro Donn Pearce
Frank Pierson
Elenco Paul Newman
George Kennedy
J.D.Cannon
Idioma inglês

Elenco editar

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Temas editar

Referências religiosas editar

Pierson havia incluído simbolismo religioso explícito no rascunho inicial do filme,[3] que contém diversos temas cristãos, incluindo o conceito de São Lucas (Luke, no inglês), que conquista a simpatia das massas e é ultimamente sacrificado.[4] O personagem de Newman é representado como uma figura semelhante a Jesus, no que tange sua redenção.[5] Após ganhar a aposta dos 50 ovos, Luke se deita na mesa, exausto, na mesma posição em que Jesus fora crucificado. Após descobrir sobre a morte de sua mãe, Luke canta Plastic Jesus.[6] Greg Garrett também compara Luke a Jesus, no sentido de que, como com ele, as ações Luke não representavam uma ameaça física à sociedade, e sua punição foi desproporcional.[7]

Luke desafia Deus na cena da tempestade na estrada, dizendo-lhe para fazer qualquer coisa a ele. Depois, enquanto Luke cavava e tapava trincheiras sob ordens dos guardas, um detento toca a música espiritual Ain't No Grave.[7] Mais para o final do filme, Luke fala com Deus, evocando a conversação entre Deus e Jesus em Getsêmani, narrado no Evangelho segundo Lucas.[7] Após a conversa de Luke, o filme representa Dragline como Judas Iscariot, que entrega Luke às autoridades tentando convencê-lo a render-se.[8] Na cena final, Dragline faz uma eulogia a Luke. Ele explica que, apesar de sua morte, suas ações foram bem sucedidas em derrotar o sistema.[4] The closing shot shows inmates working on crossroads with the repaired photo of Luke and the two women superimposed.[6][9]

Uso de sinais de trânsito editar

Sinais de trânsito são usados ao longo do filme, complementando as ações dos personagens durante as cenas. No início, quando Luke corta a cabeça dos parquímetros, a palavra "Violation" (violação, do inglês) aparece em uma placa. Placas de pare também podem ser vistas na cena. Outras instâncias incluem a cena da pavimentação de uma rua e a última cena do filme, em que a as estradas se encontram em uma interseção. Sinaleiras mudam do verde para o vermelho, ao fundo, quando Luke é preso, bem como quando ele é fatalmente machucado, na cena final.[10]

"Failure to communicate" editar

 
Após surrar Luke, o Capitão dá seu discurso.
What we've got here is failure to communicate. Some men you just can't reach. So you get what we had here last week. Which is the way he wants it. Well, he gets it. And I don't like it any more than you men.[11]
O que temos aqui é uma falha de comunicação. Você não consegue fazer alguns homens entender. Então nós temos o que tivemos aqui semana passada. Que é o jeito que ele quer que seja. Bom, ele conseguiu. E eu não gosto mais do que qualquer um de vocês.

A frase teve diversas interpretações por diferentes autores, incluindo que seria uma metáfora para a Guerra do Vietnã, que ocorria durante as filmagens,[12] ou relacionada com corporações e até mesmo com adolescentes.[13] A frase foi listada como número onze na lista das mais memoráveis do American Film Institute.[14] Um áudio de um trecho da frase aparece nas músicas "Civil War" e "Madagascar.", da banda Guns N' Roses[15]

Trilha sonora editar

A trilha sonora foi criada por Lalo Schifrin, com um background em música popular e jazz.[16] Enquanto algumas faixas utilizavam violões, banjos e harmônicas, outras incluíam trompetes, violinos, flautas e piano.[17]

Uma versão editada da faixa para a cena em que os detentos estão energeticamente pavimentando uma estrada foi usada como tema musical por estações de TV ao redor do mundo em seus telejornais, em especial os canais administrados pela ABC nos Estados Unidos. Apesar da música ter sido feita para o filme, ficou famosa principalmente pelo seu uso na televisão, devido parcialmente à melodia que lembra os sons de um telégrafo.[18]

Prêmios e homenagens editar

Cool Hand Luke venceu o Oscar de melhor ator coadjuvante (George Kennedy). Indicado para melhor ator (Paul Newman), melhor canção original e melhor roteiro adaptado.

Em 2003, o AFI elegeu Luke Jackson como o trigésimo maior herói dos filmes americanos. Em 2007, o filme ficou em 71º na lista dos cem filmes mais inspiradores.

Em 2005, a Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos selecionou o filme para preservação por sua importância cultural, histórica e estética.

Referências

  1. EWALD FILHO, Rubens (1975). Os filmes de hoje na TV. São Paulo: Global. p. 165. 210 páginas 
  2. «O Presidiário». Portugal: SapoMag. Consultado em 25 de abril de 2023 
  3. Eagan, Daniel 2010, p. 628.
  4. a b Reinhartz, Adele 2012, p. 69 - 72.
  5. Greenspoon, Beau & Hamm 2000, p. 131.
  6. a b Fairbanks, Brian 2005, p. 95.
  7. a b c Garrett, Gregg 2007, p. 36 - 40.
  8. May, John 2001, p. 57.
  9. Hook, Sue Vander 2010, p. 56.
  10. Jarvis, Brian 2004, p. 184–187.
  11. «listen». Consultado em 1 de maio de 2012. Arquivado do original em 4 de janeiro de 2012 
  12. Nolte 2003, p. 285.
  13. DeMar, p. 87.
  14. AFI 2005.
  15. Rasmussen, Eric 1991, p. 74.
  16. MacDonald, Laurence 2013, p. 228.
  17. MacDonald, Laurence 2013, p. 230.
  18. Allora, Jennifer; Ruf, Beatrix; Calzadilla, Guillermo 2009, p. 142.
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