Corporação Radium dos Estados Unidos

A United States Radium Corporation foi uma companhia estadunidense, mais notória por suas operações entre os anos de 1917~1926 em Orange, Nova Jérsei, que a levaram a causar o fortalecimento das leis de proteção a trabalhadores. Após seu sucesso inicial em desenvolver tinta radioativa que brilha no escuro, a companhia foi alvo de diversos processos judiciais no fim da década de 1920, causados pelas doenças severas e mortes de trabalhadoras (as Garotas do Radium) que ingeriram material radioativo. Às trabalhadoras, havia sido dito que a tinta era inofensiva.[1] Durante a 1ª e 2ª Guerras Mundiais, a companhia produziu relógios e indicadores luminosos para o Exército dos Estados Unidos, para uso por soldados.[2]

Laboratório de Cristalização de Radium, em Orange - NJ.

Encerramento das operações editar

Após a confirmação da causa das mortes e doenças como sendo devidas ao material da empresa, a instalação da companhia em Orange foi forçada a fechar-se em 1927. O caso foi resolvido fora dos tribunais em 1928, mas não antes que um número significativo de litigantes estivessem seriamente doentes, ou mortas de câncer ósseo e outras doenças relacionadas à radiação.[3] Alegou-se que a companhia deliberadamente atrasou a resolução dos litígios, levando a mais mortes.

Em novembro de 1928, o Dr. von Sochocky, inventor da tinta baseada em radium, morreu de anemia aplástica, resultante de sua exposição a material radioativo, "uma vítima de sua própria invenção".[4]

As vítimas foram tão contaminadas que a radiação ainda pode ser detectada em suas tumbas, ao usar-se um contador Geiger.[5]

 
O Second River flui através do local da fábrica.

Local Superfund editar

A companhia processou ~453,5Kg/dia de minério enquanto em operação, que foi jogado no local. A quantia de radônio e radiação resultantes de 1.600t de material na fábrica abandonada resultou no local receber a designação "Local Superfund" pela United States Environmental Protection Agency em 1983.[6][7] De 1997 até 2005, a EPA remediou o local em um processo que envolveu escavação e eliminação em outro local do material contaminado por radium, na área correspondente à instalação da fábrica, e também em outras 250 propriedades comerciais e residenciais que foram contaminadas.[8][9] Em 2009, a EPA concluiu sua longa tarefa de limpeza.[10]

Referências editar

  1. Frame, Paul.
  2. University Libraries Special Collections: U.S. Radium Corporation Arquivado em 29 de março de 2005, no Wayback Machine., University of Medicine and Dentistry of New Jersey.
  3. Radium dial painters, 1920–1926, Johnston's Archive.
  4. "RADIUM PAINT TAKES ITS INVENTOR'S LIFE; Dr. Sabin A. von Sochocky Ill a Long Time, Poisoned by Watch Dial Luminant. 13 BLOOD TRANSFUSIONS Death Due to Aplastic Anemia-- Women Workers Who Were Stricken Sued Company."
  5. «Radium: From Wonder Drug to Hazard», The New York Times, 4 de outubro de 1987, consultado em 20 de setembro de 2007, It was not until the early 1920s, after the first cancer deaths of watch-dial painters at the United States Radium Corporation in East Orange, N.J., that medical authorities began to realize that radium, in even the most minute amounts, was extremely dangerous and long-lasting. Workers had been instructed to twirl their paint brushes in their mouths to get a fine point. As a result, some victims ingested so much radium that their graves still cause Geiger-counter needles to jump.  line feed character character in |citação= at position 279 (ajuda)
  6. NPL Site Narrative for U.S. Radium Corp., United States Environmental Protection Agency notice dated September 8, 1983.
  7. U.S. Radium Site
  8. «U.S. Radium Superfund Site Remediation». Consultado em 16 de novembro de 2015. Arquivado do original em 16 de fevereiro de 2013 
  9. U.S. Radium Corp., United States Environmental Protection Agency notice dated September 8, 1983.
  10. http://www.nj.com/news/local/index.ssf/2009/05/epa_wraps_up_long_cleanup_of_u.html EPA wraps up long cleanup of U.S. Radium pollution in Essex County