Cortiça

produto de origem vegetal

Cortiça é um material de origem vegetal da casca (súber) dos sobreiros (Quercus suber), leve e com grande poder isolante. A razão pela qual a cortiça possui estas características é a sua composição rica em suberina, uma substância lipídica (gordurosa) que se acumula na parede celular. A presença desta substância, numa primeira fase, impede a entrada de agentes patogênicos e de quaisquer substâncias tóxicas na célula e, numa fase posterior, a passagem de nutrientes para a célula, causando a sua morte.[1]

A cortiça tem origem na casca do sobreiro.

A primeira extracção da cortiça ocorre, normalmente, quando a árvore atinge entre 25 a 30 anos, sendo que a extracção ocorre nos meses de junho a agosto. Essa cortiça, por vezes com espessura considerável, recebe o nome de virgem e distingue-se substancialmente da cortiça de reprodução extraída nos períodos seguintes: é designada por secundeira na segunda tiragem e por amadia nas tiragens ou extracções subsequentes. A cortiça amadia é a de melhor qualidade, sendo, por isso, a mais valorizada, e a única que pode ser utilizada para o fabrico de rolhas. A partir desta fase, a cortiça é extraída a cada nove anos.[1]

Utilizações

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Actualmente, a cortiça é uma matéria-prima nobre cuja utilização se estende a variadas utilizações, como sejam os revestimentos de solos, os isolamentos térmico e acústico, na fabricação de instrumentos musicais, em artigos de decoração, nos componentes para calçados e para o sector industrial de diversos segmentos automóvel, de bebidas, de construção, de alvenaria, de decoração, entre outros.

Produção

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Portugal, com uma área de 730 000 ha de montado de sobro, é responsável por mais de 50% da produção mundial de cortiça. Outros produtores são a Espanha, o sul da França, o sul da Itália, e mais recentemente o Marrocos, a Argélia e a Tunísia. Portugal exportou, em 2014, 846 milhões de euros de cortiça.[2]

O desenvolvimento tecnológico e a aplicação de novas técnicas, incluindo de gestão, levaram à integração vertical de algumas operações de transformação da cortiça.

Em 1665, Robert Hooke utilizou finos cortes de cortiça e visualizou em seu microscópio algo parecido com "favos de mel", e deu-lhes o nome de célula.[3]

Ver também

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Referências

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Bibliografia

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  • Ignacio García Pereda, Dictionnaire illustré du liège, Trabucaire: Perpignan, 2013, ISBN 9782849741726.