Cultura da cidade do Rio de Janeiro

culture of rio de janeiro

A Cultura da cidade do Rio de Janeiro possui uma forte herança do passado desde o final do século XIX, quando foram ali realizadas as primeiras sessões de cinema no Brasil[livro 1][1] e, desde então, descortinaram-se vários ciclos de produção, os quais acabaram por inserir a produção cinematográfica carioca na vanguarda experimental e na liderança do cinema nacional. Atualmente, o Rio aglutina os principais centros de produção da TV brasileira: o Projac da Rede Globo, o RecNov da Rede Record e o Polo de Cinema de Jacarepaguá.[2] Em 2006, 65% da produção do cinema nacional foi realizada exclusivamente por produtoras sediadas na cidade, captando 91 milhões de reais em recursos federais através da Lei Rouanet.[2]

Rio de Janeiro: Paisagem Carioca entre as Montanhas e o Mar 

Pão de Açúcar e Enseada de Botafogo vistos do Morro Dona Marta

Tipo Cultural
Critérios vi
Referência 1100
Região Brasil
Países  Brasil
Histórico de inscrição
Inscrição 2012

Nome usado na lista do Património Mundial

  Região segundo a classificação pela UNESCO

Na arquitetura nacional, despontaram, na ribalta das tendências vanguardistas, nomes como Oscar Niemeyer e Lucio Costa, além dos irmãos Roberto e Afonso Eduardo Reidy.[livro 1]

Contemplada por diversos museus, teatros e casas de espetáculos, a capital fluminense é o destino mais procurado pelos turistas estrangeiros que visitam o Brasil a lazer, e o segundo colocado no ranking de negócios e eventos, segundo a Embratur.[2][3]

Literatura editar

Na Literatura do Brasil, efetivamente, aos primeiros decênios do século XVIII, quando da instalação das "academias" e "associações" com finalidades eruditas, a cidade - como centro colonial mais expressivo - testemunhou, desde então, a gênese e consolidação de diversas escolas e movimentos.[livro 1]Escritores como Machado de Assis, Olavo Bilac, Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Guimarães Rosa, Cecília Meireles, Graciliano Ramos, Nélida Piñon - entre outros - conduziram parte significativa de suas carreiras no Rio de Janeiro. A Academia Brasileira de Letras (ABL), fundada em 1896, segundo o modelo da Academia Francesa,[livro 1]teve, em sua concepção, a atuação de Medeiros e Albuquerque, Lúcio de Mendonça e Machado de Assis.[livro 1]

Música editar

 
Frontispício do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, na região da Cinelândia

A cidade foi, e ainda é, palco de muitas das principais manifestações artísticas ocorridas ao longo da história do Brasil. Desde a primeira metade do século XIX, estabeleceu-se como o principal centro difusor das tendências musicais pelo país. Data dessa época a fundação do extinto "Conservatório Nacional", em 1848.[livro 1]A partir da década de 1920, surgiram as primeiras escolas de samba, e com a popularização do rádio, os artistas consolidaram suas carreiras.[livro 1]O samba e a Marchinha de Carnaval que incorporaram com graça e verve, elementos do cotidiano carioca, floresceram e perpetuaram-se através de compositores como Noel Rosa e Ary Barroso.[livro 1]O samba de morro alçou voos maiores nas composições de Cartola e Ataulfo Alves.[livro 1]

Há de se notar a influência de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira na popularização do baião e do xaxado, e Dorival Caymmi, em cuja obra elementos do folclore baiano coadunavam-se à cultura brasileira em geral Todavia, foi no final dos anos 50, quando irrompeu o movimento da bossa nova, que a música brasileira projetou-se, definitivamente, no exterior, tornando-se conhecida em diversas partes do mundo.[livro 1]À época, na condição de centro político e cultural do Brasil, circulavam pela cidade músicos como Tom Jobim, Vinicius de Moraes, Ronaldo Bôscoli, Nara Leão, Roberto Menescal, Maysa, Luís Bonfá, entre outros.[livro 1]

Eventos e espaços culturais editar

 
Carnaval do Rio de Janeiro, considerado uma das maiores festas do planeta

Entre os maiores eventos do calendário carioca, destacam-se o Carnaval, o Festival Internacional de Cinema, a Mostra do Filme Livre, a Bienal do Livro, o Fashion Rio, o Anima Mundi e a festa do réveillon em Copacabana. Quanto aos pontos de referência do turismo cultural, podem-se elencar, entre tantos: o Museu Histórico Nacional; o Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (mais antiga instituição científica do Brasil; o Museu Casa do Pontal; o maior museu de história natural e antropológica da América Latina[4]); o Museu Nacional de Belas Artes; a Biblioteca Nacional (sétima biblioteca nacional do mundo, com o maior acervo da América Latina); o Museu de Arte Moderna (MAM), o Real Gabinete Português de Leitura; o Palácio do Catete; o Riocentro; o Canecão e o Theatro Municipal (considerado uma das principais casas de espetáculos da América do Sul).[5]

Atualmente, o Festival do Rio, importante mostra internacional de cinema do país, consolidou-se como a principal plataforma de lançamento de filmes brasileiros e o maior evento cinematográfico da América Latina. Na sua edição de 2010, um público de 250 000 pessoas assistiu aos quase 300 filmes.[6]

Esportes editar

 
Parque Aquático Maria Lenk, construído especialmente para os Jogos Pan-americanos de 2007

Os eventos esportivos mais conhecidos do Rio de Janeiro são a etapa brasileira de MotoGP e as finais mundiais de vôlei de praia. Jacarepaguá era o local onde se realizava a etapa brasileira do Grande Prêmio de Fórmula 1, entre os anos de 1978 e 1990, e Champ Car (1996-1999). Os circuitos WCT e WQS de Surf foram disputados em praias cariocas entre 1985 e 2001.[7]

Dentre as modalidades esportivas mais praticadas estão o futebol de areia, o vôlei de praia, o surfe, o kitesurf, o voo livre, o jiu-jítsu e o remo. A capoeira, mistura de dança, esporte e arte marcial, também aparece com alguma frequência. Outro esporte altamente popular nas areias do Rio é o "frescobol", espécie de tênis de praia.[8] O voo livre começou a ser exercitado em meados de 1974, e adequou-se rapidamente ao gosto de inúmeros praticantes e às características da cidade, em razão de suas peculiaridades geográficas: no encontro das montanhas com o oceano Atlântico, surgem excelentes posições para decolagem, podendo-se contar com vastas porções desocupadas de areia para aterrissar. De início majoritariamente encenada por amadores, a atividade verteu-se em uma lucrativa indústria.[9]

Em 4 de junho de 2008, o Rio de Janeiro foi anunciado pelo Comitê Olímpico Internacional como uma das quatro candidatas finalistas a sediar os Jogos Olímpicos de 2016,[10] após se tornar uma cidade postulante oficialmente em 16 de maio de 2007.[11] Em 2 de outubro de 2009, a cidade foi escolhida pelos membros do COI, reunidos em Copenhague, para ser a sede dos Jogos Olímpicos de 2016 e dos Jogos Paraolímpicos de Verão de 2016, derrotando as cidades de Madri, Tóquio e Chicago.[12]

Futebol editar

 
Estádio Jornalista Mário Filho (Maracanã).
 
Estádio Olímpico Nilton Santos.

A prática de esportes é um passatempo muito comum no Rio de Janeiro, sendo o futebol o mais popular deles[13]. O Rio abriga cinco clubes brasileiros bastante tradicionais: America[14], Botafogo[15], Flamengo[16], Fluminense[17] e Vasco[18]. Recentemente, a cidade construiu um novo e moderno estádio no bairro do Engenho de Dentro, com capacidade para mais de 46 mil pessoas. Foi batizado de Estádio Olímpico João Havelange, em homenagem a João Havelange que presidiu durante muitos anos a FIFA e que, ainda hoje, é considerado seu presidente de honra.[19][20]

A cidade conta com três grandes estádios:

Ver também editar

Lista de Museus cariocas

Referências

  1. «Polos Econômicos». Agência de Fomento do Estado do Rio de Janeiro. Consultado em 26 de outubro de 2008. Arquivado do original em 6 de julho de 2011 
  2. a b c Júlio César Carmo Bueno. «Pólos de Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro». Instituto Nacional de Altos Estudos (INAE), Estudos e Pesquisas N. 180. Consultado em 10 de outubro de 2012 
  3. EMBRATUR (2006). «Anúario Estatístico Volume 33 2006» (PDF). Ministério do Turismo. Consultado em 26 de setembro de 2012. Arquivado do original (PDF) em 13 de agosto de 2012 
  4. «O Museu». Museu Nacional/UFRJ, Quinta da Boa Vista. Consultado em 26 de setembro de 2012. Arquivado do original em 30 de setembro de 2012 
  5. «Apresentação». Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Consultado em 24 de setembro de 2012. Arquivado do original em 10 de outubro de 2012 
  6. «Balanço do Festival do Rio 2010». Prefeitura do Rio. Consultado em 8 de outubro de 2012. Arquivado do original em 16 de outubro de 2012 
  7. Editoria (10 de outubro de 2007). «Praias do Rio de Janeiro». UOL. O Radical. Consultado em 24 de julho de 2012. Arquivado do original em 21 de julho de 2014 
  8. Paula Rondinelli. «Frescobol». R7. Brasil Esola. Consultado em 24 de julho de 2012 
  9. Cleber Augusto Gonçalves Dias e Edmundo de Drummond Alves Júnior (fevereiro de 2007). «O voo livre no Rio de Janeiro: uma visão panorâmica». Anais do Congresso de Engenharia do Entretenimento, Revista Digital - Buenos Aires - Año 11 - N° 105. Consultado em 24 de setembro de 2012 
  10. «Rio de Janeiro é finalista para ser sede em 2016». Terra Esportes. 4 de junho de 2008. Consultado em 27 de novembro de 2008. Arquivado do original em 14 de maio de 2011 
  11. «O Rio de Janeiro, Esportes». ABIH-RJ. Consultado em 26 de setembro de 2012 
  12. «Rio transforma o sonho olímpico em realidade e conquista os Jogos de 2016». Globoesporte.com. Consultado em 7 de março de 2010 
  13. João Máximo (dezembro de 1999). «Memórias do futebol brasileiro». Estud. av. vol.13 no.37 São Paulo Sept./Dec. 1999. Consultado em 21 de setembro de 2012 
  14. «America Football Club». Football Club. Consultado em 17 de setembro de 2012 [ligação inativa]
  15. «Tradição alvinegro». Botafogo de Futebol e Regatas. Consultado em 21 de setembro de 2012 
  16. «A Fundação, O Flamengo já nasceu com a garra e o espírito vencedor». Clube de Regatas do Flamengo. Consultado em 21 de setembro de 2012. Arquivado do original em 14 de novembro de 2012 
  17. «Fluminense, sede». Fluminense Football Club. Consultado em 21 de setembro de 2012 
  18. «Vasco da Gama, linha do tempo». Club de Regatas Vasco da Gama. Consultado em 21 de setembro de 2012. Arquivado do original em 19 de outubro de 2013 
  19. «João Havelange - Biografia». Netsaber - Biografias. Consultado em 24 de julho de 2012 
  20. «João Havelange agradece ao prefeito César Maia pela construção do estádio "Engenhão"». Atenas, notícias e opinião. 25 de junho de 2007. Consultado em 26 de setembro de 2012. Arquivado do original em 7 de novembro de 2012 
  21. Globo Esporte.com (13 de julho de 2012). «Blatter: 'Maracanã é uma catedral. O templo do futebol'». Globo Comunicação e Participações. Consultado em 5 de outubro de 2012 
  22. a b «Stadiums in Brazil (Rio de Janeiro)». World Stadiums. Consultado em 26 de outubro de 2008. Arquivado do original em 21 de novembro de 2012 
  23. «Estádio João Havelange é indicado como um dos melhores do mundo». Prefeitura do Rio de Janeiro. 22 de fevereiro de 2008. Consultado em 26 de outubro de 2008. Arquivado do original em 6 de julho de 2011 
  24. «Revista põe o Engenhão entre os dez melhores». Terra Esportes. 25 de fevereiro de 2008. Consultado em 26 de outubro de 2008 

Bibliografia

  1. a b c d e f g h i j k Grande Enciclopédia Larousse Cultural. 4 2 ed. São Paulo: Nova Cultural Ltda. 1998. pp. 6 112. ISBN 85-13-00755-2