Catarina de Áustria
Catarina de Áustria, Catarina de Habsburgo ou, mais raramente, Catarina de Espanha (em castelhano: Catalina de Austria; Torquemada, 14 de janeiro de 1507 - Lisboa, 6 de fevereiro de 1578[1]) foi arquiduquesa da Áustria, infanta de Espanha e rainha de Portugal como esposa de D. João III.
Catarina de Áustria | |
---|---|
Arquiduquesa da Áustria Infanta de Espanha | |
D. Catarina retratada por António Mouro, entre 1552 e 1553. | |
Rainha Consorte de Portugal | |
Reinado | 2 de fevereiro de 1525 - 11 de junho de 1557 |
Antecessor(a) | Leonor de Áustria |
Sucessor(a) | Ana da Áustria |
Regente de Portugal | |
Reinado | 11 de julho de 1557 - 22 de dezembro de 1562 |
Monarca | D. Sebastião de Portugal |
Nascimento | 14 de janeiro de 1507 |
Torquemada, Palência, Espanha | |
Morte | 6 de fevereiro de 1578 (71 anos) |
Lisboa, Portugal | |
Sepultado em | Mosteiro dos Jerónimos, Belém, Lisboa |
Cônjuge | D. João III |
Casa | Habsburgo (por nascimento) Avis (por casamento) |
Pai | Filipe, o Belo |
Mãe | Joana de Castela |
Filho(s) | D. Afonso D.Maria Manuela D. Isabel D. Beatriz D. Manuel D. Filipe D. Dinis D. João Manuel D. António |
Assinatura |
Família
editarEra filha de Joana de Castela, descrita pelos seus opositores como "Louca", a rainha de Espanha, e de Filipe, o Belo, arquiduque da Áustria e Duque da Borgonha.
Teve cinco irmãos, entre os quais os imperadores romano-germânicos Carlos V da Alemanha e Fernando I de Habsburgo; Isabel, esposa de Cristiano II da Dinamarca; Maria, esposa do rei Luís II da Hungria e da Boémia; e ainda Leonor de Áustria, sua predecessora enquanto rainha de Portugal (foi casada com D. Manuel I embora prometida a D. João III) e ainda rainha de França. Teve como tias maternas Catarina de Aragão, rainha consorte da Inglaterra, mãe da Rainha Maria I; Maria de Aragão e Castela, sua sogra; a gémea de Maria, Ana, natimorta; e Isabel de Aragão, que tinha sido a primeira esposa de D.Manuel I. Teve apenas um tio materno, João, Príncipe das Astúrias, casado com a sua tia terceira, Margarida de Áustria.
Biografia
editarDepois da morte do pai, em 1506, sua mãe foi encarcerada em Tordesilhas como louca e Catarina acompanhou-a, acabando por ser libertada graças à intervenção de seu irmão, o imperador Carlos V.
Em 5 de Fevereiro de 1525 casou-se com o rei João III de Portugal,[2] tornando-se rainha consorte até à morte do esposo em 1557. Foi mãe da infanta Maria Manuela e do Príncipe João e avó do rei D. Sebastião.[2] Durante a menoridade do neto, exerceu a regência do reino[3] entre 1557 e 1562.
A rainha tinha imensa influência no governo do marido. O rei confiava plenamente na rainha, pois João III parecia ser indeciso.
Catarina via o irmão Carlos como o chefe de família. Os casamentos dos seus filhos com os seus sobrinhos foram ideia sua, de forma a reforçar o poder da sua família Habsburgo.
Descendência
editar- Afonso, Príncipe de Portugal (24 de fevereiro de 1526 – 12 de abril de 1526), morreu com um mês e meio de idade;
- Maria Manuela (15 de outubro de 1527 – 12 de julho de 1545), casou-se com Filipe II de Espanha, com descendência;
- Isabel, Infanta de Portugal (28 de abril de 1529 – 22 de maio de 1530), morreu com 1 ano de idade;
- Beatriz, Infanta de Portugal (15 de fevereiro de 1530 – 16 de março de 1530), morreu com um mês de epilepsia;
- Manuel, Príncipe de Portugal (1 de novembro de 1531 – 14 de abril de 1537), declarado herdeiro em 1535. Morreu aos 5 anos de epilepsia;
- Filipe, Príncipe de Portugal (25 de março de 1533 – 29 de abril de 1539), declarado herdeiro em 1537. Morreu aos 6 anos de idade;
- Dinis, Infante de Portugal (16 de abril de 1535 – 1 de janeiro de 1537), morreu com 1 ano e meio de epilepsia;
- João Manuel, Príncipe de Portugal (3 de junho de 1537 – 1554), declarado herdeiro em 1539. Casou-se com Joana de Áustria, Princesa de Portugal, com descendência;
- Antônio, Infante de Portugal (9 de março de 1539 – 20 de janeiro de 1540), morreu aos dez meses de epilepsia.
Não se sabe ao certo o motivo médico pelo qual sete dos nove filhos de D. João III e Catarina de Áustria morreram tão jovens. Embora alguns diagnósticos de época pareçam elucidativos o bastante para resolver a questão, como a epilepsia que teria matado D. Beatriz, D. Manuel, D. Dinis e D. Antônio, ainda restaria o motivo que teria levado tantos filhos do casal a terem exatamente a mesma doença, além de uma saúde frágil o bastante para padecer dela. Além disso, há os misteriosos sintomas registrados de D. Afonso e D. Isabel, que teriam nascido com uma “postema na cabeça que lhe veo a furo”. Conhecendo o parentesco próximo do casal, podemos concluir com certa segurança que os múltiplos casamentos intra-familiares de suas dinastias potencializaram certos problemas genéticos, dos quais eventualmente seriam vítimas os sete infantes e infantas. De qualquer forma, a questão continua esperando uma resolução adequada.
Ancestrais
editarReferências
- ↑ Buescu, Ana Isabel, Catarina de Áustria (1507-1578). Infanta de Tordesilhas, rainha de Portugal, Lisboa, A Esfera dos Livros, 2007. Jordan, Annemarie (2012). A Rainha Colecionadora - Catarina de Áustria. Lisboa: Círculo de Leitores. pp. 214–215.
- ↑ a b José P. Bayam, Portugal cuidadoso, e lastimado com a Vida, e Perda do Senhor El-Rey Dom Sebastião, o desejado de saudosa memoria (1737), Livro I, De Sua Infância, Capítulo Primeiro, Do nascimento, batismo, e aclamação del Rey D. Sebastião, de outros sucessos notáveis deste tempo, p.1 [google books]
- ↑ José P. Bayam, Portugal cuidadoso, e lastimado com a Vida, e Perda do Senhor Rey Dom Sebastião, o desejado de saudosa memoria (1737), Livro I, De Sua Infância, Capítulo II, Como o governo do Reyno foy entregue à Rainha Dona Catharina. Vistas Reays, Embaixadas, e outros successos notaveis deste tempo, p.6
Precedido por Leonor de Áustria |
Rainha de Portugal 1525 — 1557 |
Sucedido por Ana de Áustria |
Precedido por D. Pedro, Duque de Coimbra |
Regente de Portugal 1557 — 1562 |
Sucedido por Cardeal D. Henrique |