David Sylvian (nascido David Alan Batt, Beckenham, Kent, 23 de Fevereiro de 1958) é um cantor e músico inglês que adquiriu proeminência no final dos anos 70 como vocalista e principal compositor do grupo de new romantic Japan.[1] O crítico Jason Ankeny, no Allmusic, descreve sua carreira: "uma carreira esotérica e de longo alcance que abrangeu não só discos solo como também uma série fascinante de colaborações, incluindo fascinantes incursões em cinema, fotografia e arte moderna".[2] Dentre os músicos que tocaram ou gravaram com Sylvian, estiveram desde músicos de jazz e de vanguarda, como Mark Isham, John Taylor, Kenny Wheeler, David Torn[carece de fontes?] e Derek Bailey,[3] até músicos de rock progressivo e krautrock, como Robert Fripp, Bill Nelson e Rolger Czukay. Também se destaca na maioria dos seus discos a presença de seu irmão, Steve Jansen, na bateria, outro ex integrante do Japan, e do tecladista nipônico Ryuichi Sakamoto.

David Sylvian
David Sylvian
Informação geral
Nome completo David Alan Batt
Nascimento 23 de fevereiro de 1958 (66 anos)
Local de nascimento Beckenham, Inglaterra
Reino Unido
Gênero(s) Rock
New Wave
New romantic
Synthpop
Eletrônica
Música de vanguarda
Instrumento(s) Guitarra, Violão, Teclados
Período em atividade 1974 - atualmente
Gravadora(s) Hansa, Virgin, Samadhisound
Página oficial davidsylvian.com

História editar

1974-2000: Japan e carreira solo na Virgin editar

 
David Sylvian e banda Japan em Toronto, 1979.
 
Em Londres, 1982.

Entre 1974 e 1982, ele foi vocalista da banda de new romantic Japan, que durou oito anos e lançou cinco discos de estúdio e um disco ao vivo (além de alguns singles) pela Ariola, Hansa e Virgin[4]; dissolvendo-se o grupo na mesma época em que Sylvian gravava seu primeiro trabalho solo pela Virgin, o single de "Bamboo Houses" / "Bamboo Music", em colaboração com o ex músico da Yellow Magic Orchestra, Ryuichi Sakamoto;[5] que já havia colaborado com Sylvian em 1980 na música "Taking Islands In Africa", do Japan, e que seria um colaborador frequente.[6] Em 1983, ambos participam novamente da parceria, com a música "Forbidden Colours" (que atingiu posição #16 da parada inglesa, segundo o The Official Charts Company),[7] presente no filme de Nagisa Oshima, Merry Christmas, Mr. Lawrence, com David Bowie e o próprio Sakamoto nos papéis principais.[8] Entre 1984 e 2000, David Sylvian lançou material em LP e CD pela gravadora Virgin Records[carece de fontes?] (que já lançava discos com Sylvian nos vocais desde Gentlemen Take Polaroids, do Japan, totalizando vinte anos do cantor em seu catálogo).[carece de fontes?] Seu primeiro disco foi o jazzístico Brilliant Trees, de 1984,[carece de fontes?] que lhe rendeu os singles das músicas "Red Guitar" (que chegou na posição #17 das paradas, segundo o The Official Charts Company), "The Ink In The Well" (#36) e "Pulling Punches" (#56).[7] Dentre os integrantes das sessões de gravação estiveram os músicos Ryuichi Sakamoto, Holger Czukay, Jon Hassell, Steve Jansen e Kenny Wheeler. O produtor foi Steve Nye (que ajudara a produzir Tin Drum e que produziu seus três primeiros discos solo mais populares).[carece de fontes?] O disco posterior foi o etéreo Gone to Earth, de 1986, que continha dois LPs; o primeiro disco sendo quase todo constituído por uma suíte de faixas com vocais e o segundo disco contendo uma série de temas instrumentais. Nas sessões estiveram os músicos Bill Nelson e Robert Fripp, além de Steve Jansen e Kenny Wheeler.[carece de fontes?] As músicas mais comerciais deste disco, e que saíram em single, foram "Taking The Veil" (posição #53 nas cartas)[7] e "Silver Moon" (#83).[9] Entre Brilliant Trees e Gone to Earth sai o primeiro disco da obra experimental e instrumental de Sylvian, conhecido por Alchemy: An Index of Possibilities, e que continha a sequência "Words With The Shaman", "Preparations for a Journey" e "Steel Cathedrals". Estes dois últimos títulos também se tornaram documentários lançados em vídeo, no ano de 1985, pelo cantor.

1987 foi o ano do lançamento de seu disco Secrets of The Beehieve. A resenha em seu site já indica: "o álbum contém muitas das músicas mais pessoais de Sylvian e que se firmaram como favoritas dentre muitos de seus ouvintes", músicas como "Orpheus", "When Poets Dreamed of Angels", "Let The Happiness In" e "Waterfront". Mesmo assim, o disco vendeu menos que os anteriores segundo as posições no The Official Charts Company, com Brilliant Trees atingindo #4 das paradas e este #37.[7] Também foi a época do lançamento do segundo disco solo, Dreams of Reason Produce Monsters, do baixista do Japan, Mick Karn, contendo as músicas "Buoy" e "When Love Walks In" com Sylvian nos vocais.[carece de fontes?] No ano seguinte, David inicia uma colaboração com Rolger Czukay, da banda de krautrock Can, no disco Plight & Premonition, para terminar a década, em 1989, com Flux & Mutability (também com Czukay) e com o single de "Pop Song". No mesmo ano, a Virgin disponibiliza uma caixa sua de material solo dos anos 80, intitulada Weatherbox. Entre 1989 e 1990, David também se reúne com músicos do Japan em estúdio para a formação do grupo Rain Tree Crow, que lança seu disco em 1991. A dissolução traumática desta banda resultou em algum tempo sem seu irmão Jansen, que estava tocando junto a outros integrantes do Japan no período em que Sylvian lança outro single com Sakamoto, "Heartbeat (Tainai Kaiki II)", e seu disco mais roqueiro; uma colaboração entre David Sylvian e Robert Fripp, do King Crimson, conhecida por The First Day e que apresentava, além de Fripp na guitarra, Trey Gunn no chapman stick, Jerry Marotta na bateria e Marc Anderson na percussão. O disco de Fripp e Sylvian sai em 1993, e ainda resulta numa luxuosa edição ao vivo contendo algum material inédito e anterior, Damage, com as músicas gravadas pelo grupo no London Albert Hall e lançadas em 1994.[carece de fontes?] Inclui uma versão de "Every Colour You Are", do Rain Tree Crow, e teve uma reedição em embalagem acrílica comum e nova mixagem, em 2001, pela Venture. Também em 1994, David cria uma instalação multimídia em parceria com os artistas Russell Mills e Ian Walton, conhecida por "Redemption - Approaching Silence", este último título sendo o nome da música experimental resultante e do CD que sai em 1999 pela Venture. David, por esta época, está casado com a cantora Ingrid Chavez,[carece de fontes?] mas o relacionamento de David Sylvian com a gravadora Virgin se rompe no final dos anos 90; lançando o cantor, no mesmo ano, o último álbum pela Virgin, Dead Bees on a Cake (contendo o hit "I Surrender", que chegou na posição #40 nas cartas segundo o Chart Archive)[10], gravado com Kenny Wheeler, Bill Frisell, Ryuichi Sakamoto, Steve Jansen, Marc Ribot e o tocador de tabla Talvin Singh. Em 2000, a Virgin lança a coletânea dupla, em CD, Everything and Nothing, com muito material inédito, como "The Scent of Magnolia", "Ride" e "Cover me With Flowers", além de algum material do Japan em novas versões.[carece de fontes?]

2001-atualidade: Venture / Samadhisound editar

Em 2000 David Sylvian remixa, e lança em 2001, uma nova edição do ao vivo Damage, junta-se aos músicos do projeto N.M.L. No More Landmine (lançando o single Zero Landmine); além de lançar em CD duplo a coletânea de sua música experimental pela Virgin, Camphor, em 2002.[carece de fontes?] Monta, então, um selo de gravação de sua música e de outros artistas que demonstrem características de experimentação musical, o Samadhisound.[11] O primeiro trabalho, em 2003, foi um disco solo seu, Blemish, onde David radicaliza na experimentação com frequências eletrônicas, gravando neste disco também algum material com o violonista de vanguarda Derek Bailey.[3] Segundo a discografia em seu site: "David gastou um mês para escrever e gravar o disco, enquanto dava uma pausa em outro projeto com seu irmão Jansen".[carece de fontes?] Este projeto seria a banda Nine Horses, montada por Jansen, Sylvian e o artista eletrônico Burnt Friedman, mais comercial, que lançou o CD Snow Borne Sorrow em 2005, o single de "Wonderful World" em 2006 e o EP Money For All em 2007.[12] Em 2003, também sai pela Samadhisound a colaboração com Sakamoto, "World Citizen", com várias versões da música tema, incluindo os músicos Skúli Sverrisson e Amedeo Pace e, em 2004, sai uma coletânea de remixes de Blemish, conhecida por The Good Son Vs. The Only Daughter. Entre 2006 e 2007, é montada uma instalação para o museu de arte da fundação Naoshima Fukutake, e a música resultante desta obra sai em 2009, com o título When Loud Weather Buffeted Naoshima, em edição limitada, gravada com Clive Bell, Christian Fennesz (que já havia participado em Blemish, na música "A Fire In The Forest"), Arve Henriksen e Akira Rabelais.[carece de fontes?]

A partir de 2007, a obra de Sylvian adquire uma conotação de radicalismo experimental e hermético, porém ainda sublime, com os discos Manafon (2009), a coletânea de músicas de sua gravadora, Sleepwalkers (2010), e o disco de remixes de músicas de Manafon, Died In The Wool: Manafon Variations (em 2011). No início de 2012, a Virgin lança a coletânea, em CD duplo, A Victim of Stars 1982-2012, que contém a inédita "Where's Your Gravity?".

Também no início de 2012, David teve que cancelar algumas turnês por problemas de saúde.[13] Em setembro de 2012, ocorre o lançamento do álbum de estréia do projeto LAND, intitulado Night Within e lançado com David nos vocais da faixa "Nothing Is Happening Everywhere". Neste mesmo ano, são lançados Uncommon Deities, um projeto miltimídia com Jan Bang, Erik Honoré, Sidsel Endresen e Arve Henriksen, resultando não em um documento desta instalação, mas uma reinvenção com os poemas e leituras de Sylvian colocados em novas configurações; e também o álbum Wandermüde, com o músico eletroacústico Stephan Mathieu e contendo material de origem instrumental, trabalhado sobre os arquivos das sessões de Blemish. 2014 foi o ano do lançamento do disco There's a Light That Enters Houses With no Other House in Sight; uma colaboração com o ganhador do Prêmio Pulitzer, Franz Wright, com contribuições de Christian Fennesz e John Tilbury. O lançamento esteve disponível em três edições, algumas contendo colaborações gráficas e fotográficas de Chris Bigg e Nicholas Hughes, e outros três fotógrafos, segundo o site do cantor:[carece de fontes?]

Em 18 de abril de 2015 é lançada, no Record Store Day, uma nova edição do single "Bamboo Houses" / "Bamboo Music", em 7". O lançamento é limitado a 1 000 cópias e contém arte de capa dirigida por David, desenhada por Chris Bigg e com imagens feitas por Yuka Fujii Em outubro é lançado um novo EP, Playing The Schoolhouse, gravado na Noruega em março e resultante de uma improvisação por Jan Bang e Sylvian, também apresentando contribuições de Otomo Yoshihide e Toshimaru Nakamura.[carece de fontes?] Neste mesmo período é lançado, em uma edição limitada a 3 000 cópias, o livro Hypergraphia: The Writings of David Sylvian 1980–2014, que contém as suas letras e poesia (muitas publicadas pela primeira vez), cobrindo trinta e cinco anos de sua carreira e com três entrevistas, também acompanhado por uma coleção de imagens de obras de arte feitas por Sylvian, ou com sua curadoria.[14]

Discografia principal editar

  • 1978-1983 - Japan
  • "Bamboo Houses" / "Bamboo Music" (Virgin: 1982) - single com Ryuichi Sakamoto
  • "Forbidden Colours" (Virgin: 1983) - single com Ryuichi Sakamoto
  • Brilliant Trees (Virgin: 1984) - álbum
  • Alchemy: An Index of Possibilities (Virgin: 1985) - álbum
  • Gone to Earth (Virgin: 1986) - álbum
  • "Buoy" (Virgin: 1987) - single com Mick Karn
  • Secrets of The Beehieve (Virgin: 1987) - álbum
  • Plight & Premonition (Venture: 1988) - álbum com Holger Czukay
  • Flux & Mutability (Venture: 1989) - álbum com Holger Czukay
  • "Pop Song" (Virgin: 1989) - single
  • Weatherbox (Virgin: 1989) - caixa com material pela Virgin
  • Rain Tree Crow (Virgin: 1991) - álbum
  • "Heartbeat (Tainai Kaiki II)" (Virgin: 1992) - single com Ryuichi Sakamoto
  • The First Day (Virgin: 1993) - álbum com Robert Fripp
  • "Darshan (the road to Graceland)" (Virgin: 1993) - single com Robert Fripp
  • Damage (Virgin: 1994) - álbum ao vivo com Robert Fripp
  • Dead Bees on a Cake (Virgin: 1999) - álbum
  • Approaching Silence (Venture: 1999) - álbum
  • Everything and Nothing (Virgin: 2000) - coletânea
  • "Zero Landmine" - N.M.L. (WEA - Japão: 2001) - single com Sakamoto e vários artistas
  • Damage (Venture: 2001) - álbum ao vivo com Robert Fripp, remixado por Sylvian
  • Camphor (Venture: 2002) - coletânea
  • Blemish (Samadhisound: 2003) - álbum
  • "World Citizen" (Samadhisound: 2003) - single com Ryuichi Sakamoto
  • The Good Son Vs. The Only Daughter (Samadhisound: 2004) - álbum de remixagens de Blemish
  • Snow Borne Sorrow (Samadhisound: 2005) - álbum, como Nine Horses
  • "Wonderful World" (Samadhisound: 2006) - single, como Nine Horses
  • Money For All (Samadhisound: 2007) - EP, como Nine Horses
  • When Loud Weather Buffeted Naoshima (Samadhisound: 2009) - álbum
  • Manafon (Samadhisound: 2009) - álbum
  • Sleepwalkers (Samadhisound: 2010) - coletânea
  • Died In The Wool (Samadhisound: 2011) - álbum de remixagens de Manafon
  • A Victim of Stars 1982-2012 (Virgin: 2012) - coletânea
  • Uncommon Deities (Samadhisound: 2012) - álbum com Jan Bang, Erik Honoré, Sidsel Endresen e Arve Henriksen
  • Wandermude (Samadhisound: 2012) - álbum com Stephan Mathieu
  • There's a Light That Enters Houses With no Other House in Sight (Samadhisound: 2014) - álbum com Franz Wright
  • Playing The Schoolhouse (Confront: 2015) - EP, com Jan Bang

Livros editar

  • Sylvian, David - Hypergraphia: The Writings of David Sylvian 1980–2014 (Opium, 2015 - ISBN 0950955035)[14]

Referências

  1. Larkin, Colin. «David Sylvian biography». The Encyclopedia of Popular Music (em inglês). Oldies. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  2. Ankeny, Jason. «David Sylvian - Artist biography by Jason Ankeny» (em inglês). Allmusic. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  3. a b Boon, Marcus (2006). «Derek Bailey» (em inglês). Samadhisound. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  4. Ankeny, Jason. «Japan - Artist biography by Jason Ankeny» (em inglês). Allmusic. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  5. Wallace, Wyndham (19 de março de 2012). «David Sylvian's Guide to the work of David Sylvian» (em inglês). The Quietus. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  6. «Japan - the band» (em inglês). BBC. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  7. a b c d «David Sylvian» (em inglês). The Official Charts Company. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  8. «Ryuichi Sakamoto, Merry Christmas, Mr. Lawrence (soundtrack)» (em inglês). Allmusic. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  9. «David Sylvian - Silver Moon (posição na parada)» (em inglês). Chart Archive. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  10. «David Sylvian - I Surrender (posição na parada)» (em inglês). Chart Archive. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  11. «Samadhisound» (em inglês). Samadhisound. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  12. «Nine Horses» (em inglês). Nine Horses. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  13. «David Sylvian: 'Do gentlemen still take Polaroids? I think they take Viagra now!'» (em inglês). The Guardian. 1 páginas. Consultado em 6 de janeiro de 2013 
  14. a b «Samadhisound announces Hypergraphia: The Writings of David Sylvian 1980–2014» (em inglês). Samadhisound. 1 páginas. Consultado em 10 de novembro de 2015