Decano (astronomia egípcia)

Os decanos (ou Baktiu) são 36 grupos de estrelas (pequenas constelações) na astronomia do Antigo Egito. Eles vão surgindo sucessivamente no horizonte a cada rotação da Terra. Seu surgimento marcava o começo de cada hora decana (em grego hōra) e foi usado como relógio estelar desde a nona ou décima dinastia (até 2100 a.C.).

'Diagonal star table' from the late 11th Dynasty coffin lid; found at Asyut, Egypt. Roemer- und Pelizaeus-Museum Hildesheim

Já que o nascer helíaco de cada decano ocorre de dez em dez dias (ou seja, a cada dez dias um novo grupo de estrelas decanas se torna visível ao amanhecer no céu oriental, pouco antes de nascer o sol, depois de um período que passaram ofuscados por sua luz), os gregos antigos os chamaram de dekanoi (δεκανοί; plural de δεκανός dekanos) ou décimos. Quando o conceito de decano chegou ao norte da Índia foi chamado de drekkana em sânscrito.

Os decanos continuaram sendo utilizados na astrologia e na magia durante todo o Renascimento, mas os astrólogos modernos, em geral, os desconhecem.

Origem no Antigo Egito editar

 
Astronomical ceiling of Senemut Tomb showing various decans, as well as the personified representations of stars and constellations

Os decanos surgiram durante a décima dinastia do Egito (2100 a.C.) e estão registrados nos Textos dos Sarcófagos.[1] Sirius seria a estrela inicial nessa sequência de constelações e cada decano corresponderia a um conjunto de estrelas e divindades. A posição dos decanos era tida como medida de tempo e marcava as “horas” e os grupos de 10 dias, que constituíam um ano egípcio. O tema dos decanos é descrito no Livro de Nut.

São 36[2] decanos (36 x 10 = 360 dias), acrescidos de 5 dias para completar os 365 de um ano solar. Os decanos medem o tempo sideral, mas o ano solar tem 6 horas a mais; no calendário egípcio, o ciclo sotíaco e os anos solares se realinham a cada 1460 anos. O ciclo sotíaco é descrito nas representações dos decanos em dinastias posteriores (como a de Seti I).

De acordo com Sarah Symons,

Ainda que se saiba os nomes dos decanos e que em alguns casos eles possam ser traduzidos (“Hry-ib wiA” significa “no centro do barco”), não se sabe a localização das estrelas decanas e sua relação com os nomes modernos das estrelas e das constelações. Isto se deve a muitos fatores, mas os problemas centrais são a imprecisão relacionada aos métodos de observação utilizados para elaborar e compor as tábuas diagonais de estrelas e os critérios utilizados para delimitar os decanos (brilho, localização, relação com outras estrelas, etc.).[3]

Elaborações posteriores editar

A previsibilidade do renascimento helíaco dos decanos foi utilizada pelos egípcios para marcar as divisões de seu calendário solar anual, sendo que o nascer helíaco de Sirius coincidia com a cheia anual do Rio Nilo.

Este sistema levou a uma divisão do tempo em 12 horas diurnas e 12 horas noturnas, cuja duração variava de acordo com a estação. Posteriormente foi utilizado um sistema de 24 horas “equinociais”.[4]

Depois da introdução da astrologia helênica no Egito, surgiram vários sistemas que atribuíam importância astrológica aos decanos, sendo estes associados, por exemplo, a várias doenças e determinando uma época propícia para a confecção de talismãs de cura;[5] e também aos decanatos, um sistema onde se atribui três decanos para cada signo zodiacal, onde cada decanato, abrangendo 10º do zodíaco, caracteriza-se por uma força planetária.[6]

Descrições dos decanos editar

O nome dos decanos aparece em muitos registros greco-egípcios, em muitos escritos herméticos, no testamento de Salomão[7] e nos escritos de Aristóbulo,[8] Julio Fírmico Materno, Cosme de Jerusalém, Joseph Justus Scaliger e Athanasius Kircher.[7]

As imagens dos decanos nos escritos herméticos são descritas pelo astrólogo indiano Varaja Mijira, pelo livro de Picatrix e por alguns escritos japoneses.[9] As descrições de Varāhamihira foram influenciadas pelas representações greco-egípcias, e talvez pelas herméticas, através de Yavanajataka. O papel dos decanos na astrologia japonesa pode ter derivado de uma forma anterior chinesa[10] ou indiana,[11] sendo possivelmente o resultado da distribuição dos doze animais do zodíaco chinês e das constelações de estrelas num sistema de vinte e quatro horas.[10] Eram os mais usuais entre o período Kamakura e o período Edo.[11] Considerando a precessão dos equinócios, a posição original dos decanos na antiguidade foi aos 0º de Câncer, coincidindo com o nascer helíaco de de Sirius (a estrela Sepdet para os egípcios; Sothis para os greco-egípcios). Como no calendário judaico e islâmico, o Ano Novo egípcio e, agora, o primeiro decano cai nos 0º de Leão, em 20 de julho no calendário juliano, o que seria entre os dias 22 e 23 de julho do calendário gregoriano.

Nomes dos Decanos
Zodíaco Ocidental Decano Posição Original dos Decanos na Antiguidade considerando a Precessão dos Equinócios Transliteração da Antiga Língua Egípcia [Variante Ptolemaica][12] Greco-Egípcia[7] Testamento de Salomão[7][13][14] Nomes de Aristóbulo[15] Hermetismo grego[7][16][17] Hermetismo latino[7][17][18] Firmicus[7] Cosmas[7][19] Scalinger[7] Kircher[7]
Áries 1 28 Χont-har Rhyax ou Ruax Bendonc Chenlachori Aulathamas Senator ou Asiccan Aidoneus Asiccan Arueris
2 29 Sasaqed

[Siket]

Si-ket Barsafael Mensour Chontaret Sabaoth Senacher ou Asenter Perséfone Senacher Anúbis
3 30 Xont-χre Artosael ou Arôtosael Carexon Siket Disornafais Sentacher ou Asentacer Eros Acentacer Hórus
Touro 4 31 Khau

[Erō, Aro'ou]

Xau Horopel Gisan Soou Jaus Suo ou Asicat Cárites Asicath Serapis
5 32 Ārt

[Khōo'ou]

Arat Kairoxanondalon ou Iudal Tourtour Aron Sarnotois Aryo ou Ason die Horen Viroaso Helitomenos
6 33 Remen-Ḥeru-An-Saḥ

[Remena'are]

Remen-hare Sphendonael Ballat Rhomenos Erchmubris Romanae ou Arfa Litai Aharph Apófis
Gêmeos 7 34 Mesdjer-Saḥ

[Thosalk]

Θosalk Sphandor Farsan Xocha Manuchos Thesogar ou Tensogar Tétis Thesogar Tautus
8 35 Remen-Kher-Saḥ

[O'ouare]

Uaret Belbel Vaspan Ouari Samurois Ver ou Asuae Cibeles Verasua Cíclope
9 36 A-Saḥ

[T'pēsōthis]

Phu-hor Kourtael ou Kurtaêl Parquia Pepisoth Azuel Tepis ou Atosoae Praxidique Tepisatosoa Titán
Câncer 10 1 (= 0' Câncer) Sepdet

[Sōthis]

Sopdet Metathiax Panem Sotheir Seneptois Sirio ou Socius Nice Sothis Apolo
11 2 Depā-Kenmut

[Sit]

Seta Katanikotael Catarno Ouphisit Somachalmais Sith Heracles Syth Hécate
12 3 Kenmut

[Khno'oumis]

Knum Saphthorael ou Saphathoraél Hellors Chnouphos Charmine Thiumis ou Thumus Hécate Thuimis Mercophta
Leão 13 4 Kher-Khept-Kenmut

[Kharkhno'oumis]

Χar-Knum Phobothel ou Bobêl Jarea Chnoumos Zaloias Craumonis ou Afruicois Hefesto Aphruimis Tifão
14 5 Ḥā-Djat

[Ētēt]

Ha-tet Leroel ou Kumeatêl Effraa Ipi Zachor Sic Isis Sithacer Peroeus
15 6 Peḥui-Djat

[Pho'outēt]

Phu-Tet Soubetti Hayas Phatiti Frich Futile ou Eisie Serapis Phuonisie Nepente
Virgem 16 7 Tjemat-Ḥert

[Tōm]

Tom Katrax ou Atrax Angaf Athoum Zamendres Thumis ou Thinnis Têmis Thumi Isis
17 8 Tjemat-Khert

(O'oueste-Bikōti)

Uste-bikot Jeropa ou Ieropaêl Bethapen Brysous Magois Tophicus ou Tropicus Moiras Thopitus Pi-Osíris
18 9 Ustji

[Aphoso]

Aposot Modobel ou Buldumêch Baroche Amphatham Michulais Afut ou Asuth Hestia Aphut Crono
Libra 19 10 Bekatji

[So'oukhōs]

Sob‿χos Madero ou Naôth Zercuris Sphoukou Psineus Seuichut ou Senichut Erinias Serucuth Zeuda
20 11 Depā-Khentet

[T'pēkhonti]

Tpa-χont Nathotho ou Marderô Baham Nephthimes Chusthisis Sepisent ou Atebenus Kairós Aterechinis Omphta
21 12 Xont-har Alath Pieret Phou Psamiatois Senta ou Atepiten Loimos Arpien Ophionius
Escorpião 22 13 Sapt-Khennu

[S'ptkhne]

Spt-χne Audameoth Haziza Name Necbeuos Sentacer ou Asente Ninfas Sentacer Arimanius
23 14 Sesme Nefthada Nacy Oustichos Turmantis Tepsisen ou Asentatir Leto Tepiseuth Merota
24 15 Si-sesme Akton Alleinac Aphebis Psermes Sentineu ou Aterceni(-cem) Kairos (repetido) Senicer Panotragus
Sagitário 25 16 Ḥer-Ab-Uia

['Erēo'ouō]

Hre-ua Anatreth Ortusa Sebos Clinothois Eregbuo ou Ergbuo Loimos (repetido) Eregbuo Tolmophta
26 17 Sesme Enautha ou Enenuth Daha Teuchmos Thursois Sagon Kore Sagen Tomras
27 18 Kenmu

[Konime]

Konime Axesbyth ou Phêth Satan Chthisar Renethis Chenene ou Chenem Ananque Chenen Teraph
Capricórnio 28 19 Semdet

[Smat]

Smat Hapax ou Harpax Eracto Tair Renpsois Themeso Asclepio Themeso Soda
29 20 Sert

[Srō]

Srat Anoster Salac Epitek Manethois Epiemu ou Epimen Hígia Epima Riruphta
30 21 Sasa-Sert

[Sisrō]

Si-srat Physikoreth ou Alleborith Seros Epichnaus Marcois Omot Tolma Homoth Monuphta
Aquário 31 22 Khukhu

[T'pēkhou]

Tpa-χu Aleureth ou Hephesimireth Tonghel Isi Ularis Oro ou Asoer Dike Oroasoer Brondeus
32 23 Baba

[Khou(?)]

Xu Ichthion Anafa Sosomo Luxois Cratero ou Astiro Fobos Astiro Vucula
33 24 Tpa-Biu Achoneoth ou Agchoniôn Simos Chonoumous Crauxes Tepis ou Amasiero Osíris Tepisatras Proteu
Peixes 34 25 Biu Autoth ou Autothith Achaf Tetimo Fambais Acha ou Atapiac Oceano Archatapias Remphan
35 26 Xont-Har Phtheneoth ou Phthenoth Larvata Sopphi Flugmois Tepibui ou Tepabiu Dolo Thopibui Sourut
36 27 Tpi-biu Bianakith Ajaras Syro Piatris Uiu ou Aatexbui Élpis Atembui Phallophorus

O Zodíaco no Leste da Ásia editar

O zodíaco chinês representa os decanos sob a forma dos trinta e seis animais do calendário Sanjūroku Kingyōzō, 三 禽 形像, também conhecido como Chikusan Reiki, 畜産 暦. Esse conjunto de animais surgiu na China, onde foram divididos em quatro grupos com nove deidades animais em cada (4 x 9 = 36). Os quatro grupos simbolizam os quatro pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste). Os animais também são agrupados em tríades: três animais são associados a um signo do zodíaco (3 x 12 = 36). No Japão, esse conjunto de figuras surgiu no Nichū Reki (二 中 暦), um calendário japonês da segunda metade do século XIV. Curiosamente, oito deles são muito parecidos com raposas, quase idênticos fisicamente. Esses oito incluem o tanuki, o mujina, a raposa, o lobo, o chacal, o gato-selvagem e o cão-selvagem macho e fêmea. O mujina, a raposa e o coelho são regidos sob o signo do coelho. O tanuki, o leopardo e o tigre são regidos pelo signo do tigre. Durante décadas, os estudiosos ocidentais confundiram o tanuki e o mujina com o cão-guaxinim e o texugo. Mas eles pertencem claramente ao gênero vulpes, conforme mostram obras mais abaixo. Portanto, é surpreendente que tenham sido confundidos com texugos e cães-guaxinim.[20][21]

O Zodíaco do Leste da Ásia[20]
Zodíaco Primeiro animal Segundo animal Terceiro animal
Rato Gato ()[nota 1] Rato () Morcego (伏翼)
Boi Touro () Caranguejo () Tartaruga()
Tigre Mujina ()[nota 2] Leopardo () Tigre ()
Coelho Raposa-vermelha ()[nota 3] Coelho () Tanuki ()[nota 4]
Dragão Dragão () Tubarão () Peixe ()
Serpente Cigarra () Carpa-comum () Serpente ()
Cavalo Cervo (鹿) Cavalo () Corça ()
Cabra Carneiro () Ganso () Falcão ()
Macaco Gibão ()[nota 5][22][23] Orangotango ()[nota 6][24] Macaco ()[nota 7][25]
Galo Corvo () Galo () Faisão ()
Cão Cão (, veja Inugami) Lobo () China Cão-selvagem-asiático,

Japão Lobo-de-honshu ()

Porco Porco ()[nota 8][21] Porco doméstico ( )[nota 9][21] Javali ()[nota 10][21]

Tabela dos decanatos (ou faces) editar

Existiram duas versões principais da regência outorgada aos decanatos na antiguidade: a regência caldeia e a regência tríplice.

"Os aspectos dos planetas" * (segundo William Lilly)[26]
Signo Primeiro Decanato

(0 - 9.999 graus)

Segundo Decanato

(10 - 19.999 graus)

Terceiro Decanato

(20 - 29.999 graus)

Áries Marte Sol Vênus
Touro Mercúrio Lua Saturno
Gêmeos Júpiter Marte Sol
Câncer Vênus Mercúrio Lua
Leão Saturno Júpiter Marte
Virgem Sol Vênus Mercúrio
Libra Luna Saturno Júpiter
Escorpião Marte Sol Vênus
Sagitário Mercurio Luna Saturno
Capricórnio Júpiter Marte Sol
Aquário Vênus Mercúrio Lua
Peixes Saturno Júpiter Marte

* Usados como regências na Astrologia.

Observe-se que as regências seguem um padrão repetitivo que constitui a ordem caldeia: "Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio, Lua". Essa ordem dos planetas, na qual o sol encontra-se no meio, estando os planetas que ficam entre o sol e a terra de um lado e os planetas exteriores de outro, reflete a percepção do movimento dos planetas a partir da Terra.

Os Aspectos Planetários* (Triplicidade)
Signo Regência do Primeiro Decanato

(0 - 9.999 grados)

Regência do Segundo Decanato

(10 - 19.999 deg.)

Regência do Terceiro Decanato

(20 - 29.999 deg.)

Áries Marte Sol Júpiter
Touro Vênus Mercúrio Saturno
Gêmeos Mercúrio Vênus Saturno
Câncer Lua Marte Júpiter
Leão Sol Júpiter Marte
Virgem Mercúrio Saturno Vênus
Libra Vênus Saturno Mercúrio
Escorpião Marte Júpiter Lua
Sagitário Júpiter Marte Sol
Capricórnio Saturno Vênus Mercúrio
Aquário Saturno Mercúrio Vênus
Peixes Júpiter Lua Marte

*Entre os aspectos essenciais, os decanatos são os menos importantes, já que representam cerca de apenas 15% da força total de um planeta na astrologia medieval.

Índia Antiga editar

Na Índia, a divisão do zodíaco em 36 partes de dez graus se chama drekkana (drekka), dreskana (dreṣkana) ou drikana (drákana).[27]

A iconografia e o uso de drekkana remete a Sphujidhvaja, no Yavanajataka (269-270), e é descrito detalhadamente por Varaja Mijira. Os estudiosos modernos creem que os decanos chegaram à Índia pelo contato com os gregos, que tinham aprendido sobre eles com os egípcios.[28]

Há muitos tipos de drekkana em uso na astrologia védica. O parivritti drekkana segue a ordem dos signos; o primeiro decano é Áries, o segundo é Touro, o terceiro é Gêmeos, o quarto é Câncer e assim por diante. Posteriormente surgiu o cálculo das tríades, que utiliza os trios de elementais para cada signo; por exemplo, em Áries estão Áries, Leão e Sagitário, enquanto em Touro estão Touro, Virgem e Capricórnio. Ao todo existem quatro formas de cálculos drekkana. Com fins adivinhatórios, os astrólogos hindus criaram um novo quadro para os signos, calculado com base na localização dos decanos.

Ver também editar

Notas

  1. Ver Bakeneko
  2. Ver Bake-danuki
  3. Ver Huli Jing e Kitsune
  4. Ver Mujina
  5. Ver You
  6. Ver Yuan
  7. Ver Hou
  8. Gundel troca esse com a próxima entrada
  9. Gundel lista esse como "Tier Yu" ou "animal Yu", descrevendo-o como semelhante ao lobo
  10. Gundel dá como Andorinha

Referências

  1. Symons, S.L., Cockcroft, R., Bettencourt, J. and Koykka, C., 2013. Ancient Egyptian Astronomy [Online database] Diagonal Star Tables
  2. von Bomhard, Dr. A. S., The Egyptian Calendar a Work for Eternity, London 1999, page 51
  3. Symons, S.L. A Star’s Year: The Annual Cycle in the Ancient Egyptian Sky Arquivado em 2013-06-15 no Wayback Machine in: Steele, J.M. (Ed.), Calendars and Years: Astronomy and Time in the Ancient World. Oxbow Books, Oxford, pp. 1-33.
  4. Neugebauer, Otto (1983) [1955]. «The Egyptian "Decans"». Astronomy and History: Selected Essays. New York: Springer. pp. 205–209. ISBN 978-0-387-90844-1. doi:10.1007/978-1-4612-5559-8  Neugebauer, Otto (1969) [1957]. The Exact Sciences in Antiquity 2 ed. [S.l.]: Dover Publications. pp. 81–88. ISBN 978-0-486-22332-2 
  5. see for example, RUELLE, C. E., Hermès Trismégiste, Le livre sacré sur les décans. Texte, variantes et traduction française, Revue de philologie, de littérature et d'histoire anciennes, n.s.:32:4 (1908:oct.) p .247
  6. Julius Firmicus Maternus, Matheseos IV/22.
  7. a b c d e f g h i j Dekane und Dekansterbilder by Wilhelm Gundel, pub. J.J. Augustin, Glückstadt und Hamburg, 1936, p.77-81
  8. Gundel, p. 406-408
  9. Gundel, p.223-225
  10. a b Gundel, p. 217-221
  11. a b "Bukkyō tenbugaku-senseijutsu no zuzō gakuteki junmen: sanjū rokkin to Dekan" by Yano Michio, Dōshisha daigaku rikō kenkyū hōkoku, 48, no 4 (2008), 1-6.
  12. Budge, E. A. Wallis (Ernest Alfred Wallis) (1 de janeiro de 1904). The gods of the Egyptians; or, Studies in Egyptian mythology. [S.l.]: Chicago : Open Court Publishing Co. 
  13. Gundel, p.49-62
  14. The Testament of Solomon, translated by Frederick Cornwallis Conybeare, Jewish Quarterly Review, October, 1898. Ed. Joseph Peterson, 1997, Esoteric Archives
  15. Gundel, p. 406-408
  16. "Hermès Trismégiste: Le Livré Sacre sur les Décans: Texte, variantes et traduction française" by C.E. Ruelle, Revue de Philologie October 1908, p.247-277
  17. a b Gundel, p.374-383
  18. "Hermes Trismegistus: Liber Hermetis, Book I" trans. Robert Zoller, ed. Robert Hand, p.iii-12
  19. Gundel, p.353-354
  20. a b 三十六禽 (Thirty-Six Animals) in the Buddhist Dictionary Arquivado em 2016-06-13 no Wayback Machine hosted by Buddhistdoor International
  21. a b c d Gundel, p. 216-221, 225
  22. The gibbon in China: an essay in Chinese animal lore by Robert van Gulik, Brill Publishers, 1967, p.31
  23. Bencao Gangmu: Compendium of Materia Medica, tr. Luo Xiwen, Foreign Languages Press, 2003, p.4124
  24. Bencao Gangmu: Compendium of Materia Medica, tr. Luo Xiwen, Foreign Languages Press, 2003, p.4124
  25. Bencao Gangmu: Compendium of Materia Medica, tr. Luo Xiwen, Foreign Languages Press, 2003, p.4124
  26. William Lilly, Christian Astrology (London, 1647), pp. 104, 105.
  27. Monier Williams Sanskrit Dictionary
  28. Pingree, David (1963). «The Indian Iconography of the Decans and Horas». Journal of the Warburg and Courtauld Institutes. 26 (3/4): 223–254. JSTOR 750493. doi:10.2307/750493 

Leitura adicional editar

  • Symons, Sarah (2014). «Egyptian "Star Clocks"». In: Ruggles, Clive L.N. Handbook of Archaeoastronomy and Ethnoastronomy. New York: Springer. pp. 1495–1500. ISBN 978-1-4614-6140-1 
  • van der Waerden, B. L. (Janeiro de 1949). «Babylonian Astronomy. II. The Thirty-Six Stars». Journal of Near Eastern Studies. 8 (1): 6–26. JSTOR 542436. doi:10.1086/370901. The property of the Chaldean Decans that one of them rose every ten days made them fit to be assimilated to the Egyptian decans. This assimilation was performed in the decan lists of Hellenistic astrology. 

Ligações externas editar