Decote (do francês décolletage ou décolleté) é o recorte ou abertura em uma roupa que deixa à mostra os ombros, parte dos seios ou as costas. A versão vitoriana deixava os ombros à mostra. O decote é um componente tradicional de vestidos toalete e vestidos de baile. A IFFA (International Federation of Associations of Anatomists), associação que dá nomes as partes do corpo, chama a região exposta pelo decote de “sulco intermamário ou fissura intermamária”.

Imagem de um decote feminino.
Retrato de Barbara Palmer, Duquesa de Cleveland (1640-1709), com o peito exposto. Quadro do pintor Peter Lely.

Em muitas sociedades europeias entre o Renascimento e o século XIX, usar vestidos decotados que expunham os seios era mais aceitável do que no início do século 20; Pernas, tornozelos e ombros nus femininos foram considerados mais ousados do que seios expostos. Nos círculos aristocráticos e da classe alta, a exibição de seios era às vezes considerada um símbolo de status; um sinal de beleza, riqueza e posição social. O peito nu invocava associações com esculturas de nus artísticos da Grécia clássica que influenciaram a arte, escultura e arquitetura do período.[1] A popularização do sutiã na década de 1950 tornou mais comum o uso de decotes e a busca por implantes de silicone nos seios.

Interesse pelo decote editar

Psicologistas evolutivos teorizam que ao contrário dos humanos, que têm seios permanentemente largos, nos primatas as mamas aumentam somente no período da ovulação para chamar a atenção do macho, mesmo que essa fêmea não esteja realmente fértil.[2]

O zoologista e etologista inglês Desmond Morris teoriza em seu livro O Macaco Nu que o decote expressivo mostra os seios de forma semelhante à fenda ou ao cofrinho em sua exposição parcial, formada entre as nádegas, o que pode resultar na atração masculina.[3]

Ver também editar

Referências

  1. Gent, Lucy; Llewellyn, Nigel, eds. (1990). Corpos renascentistas: a figura humana na cultura inglesa c. 1540-1660. Londres: Reaktion Book
  2. Charles B. Crawford & Dennis Krebs (eds.), "How Mate Choice Shaped Human Nature", Handbook of Evolutionary Psychology: Ideas, Issues, and Applications, Lawrence Erlbaum Associates (1998).
  3. Desmond Morris, Manwatching. A Field Guide to Human Behavior.. New York: Harry N. Abrams, Inc., 1977. ISBN 0-8109-1310-0
 
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