Deferribacteres, do latim pref. de -, de e substantivo latino ferrum , ferro, é um filo de bactérias gram-negativas, em forma de bastonete que, apesar de ter metabolismo variado, geralmente reduz o ferro III [1]. Os membros de Deferribacteres são bastonetes ou células em forma de vibrio que não formam endósporos, preferencialmente anaeróbios (raramente microaerofílicos). Eles produzem energia pela respiração anaeróbica usando ferro, manganês ou nitrato e também podem produzir energia por fermentação. [2] O filo Deferribacteres é uma linhagem baseada na análise filogenética das sequências 16S rDNA. Atualmente, os membros deste filo são organizados em uma única classe, ordem e família[3].

Como ler uma infocaixa de taxonomiaDeferribacteres
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Classificação científica
Domínio: Bacteria
Filo: Deferribacteres
Classe: Deferribacteres
Ordem: Deferribacterales
Huber & Stetter 2002
Família: Deferribacteraceae
Huber & Stetter 2002
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O filo Deferribacteres foi caracterizado em 2001 e atualmente agrupa 6 gêneros e 10 espécies de bactérias anaeróbias Gram-negativas, ou seja, Calditerrivibrio, Deferribacter, Denitrovibrio, Flexistipes, Geovibrio e Mucispirillum. Caldithrix , que atualmente é um gênero não classificado, algumas vezes descrito como filogeneticamente relacionado a Deferribacteres, mas provavelmente representa outro filo. O gênero mais conhecido é Deferribacter , cujas espécies são termofílicas, com mais de 60ºC de temperatura ótima que habitam águas termais terrestres ou marinhas[4].

Os tamanhos de genoma de Deferribacteres são bastante pequenos, variando de 2,22 a 3,22 Mb com dois operons rrn e um conteúdo variável de G + C variando de 28,7 a 50,2% molar[5]. Não apresentam esporulação e não tem motilidade evidente. São neutrófilos, halófilos e termófilos, de forma que suportam temperatura de 60 ºC. Além disso, se desenvolvem bem em pH 6,5 (intervalo de pH 5-8). Heterotróficos quimiorganotróficas que respiram anaerobicamente com terminal de electrões aceitadores incluindo Fe (II), Mn (IV), S 0, Co (III), e nitrato. Sensível à penicilina, vancomicina, estreptomicina e ciclosserina, são resistentes à tetraciclina[3].

Ecologia editar

São bacilos aquáticos e móveis[4]. A maioria dos deferribacteres são halófilos, explicando que eles foram frequentemente encontrados em nichos marinhos, particularmente em condições termofílicas, halofílicas e ricas em sulfeto, como aquelas encontradas em fontes hidrotermais profundas. Eles também foram encontrados em reservatórios de petróleo e solos poluídos. Entre os ferribactérias, Mucispirillum sp. mostrou um estilo de vida particular associado ao muco intestinal em roedores, onde poderia contribuir para a patogênese em condições inflamatórias[5].

Importância editar

É importante ressaltar que o metabolismo de ferro por deferribacteres na flora intestinal está definitivamente relacionado ao balanço de ferro intestinal. Logo, o metabolismo anormal do ferro aumentaria os riscos de doenças e promoveria o crescimento do tumor [6] [7]. Entre os deferribacteres, Mucispirillum sp. mostrou um estilo de vida particular associado ao muco intestinal em roedores, onde poderia contribuir para a patogênese em condições inflamatórias[5]. O D. acetiphilus, por exemplo, encontrado em reservatórios de petróleo, reduz o nitrato e a amônia. A presença deste organismo será benéfica para interromper o processo de formação indesejada de sulfeto de hidrogênio. A adição de nitrato ao sistema estimula a substituição de populações redutoras de sulfato por bactérias redutoras de nitrato, reduzindo a produção de sulfeto de hidrogênio. Assim, a capacidade desse organismo para reduzir o nitrato é de importância econômica, eliminando a necessidade de biocidas caros atualmente utilizados no tratamento de reservas de petróleo[8].

 Imagem (D. acetiphilus) File: Foo.jpg

Referências

  1. EUZéBY, J. P. (1 de abril de 1997). «List of Bacterial Names with Standing in Nomenclature: a Folder Available on the Internet». International Journal of Systematic and Evolutionary Microbiology. 47 (2): 590–592. ISSN 1466-5026. doi:10.1099/00207713-47-2-590 
  2. Huber, H., and Stetter, K.O.. "Family I. Deferribacteraceae fam. nov." In: Bergey's Manual of Systematic Bacteriology, 2nd ed., vol. 1 (The Archaea and the deeply branching and phototrophic Bacteria) (D.R. Boone and R.W. Castenholz, eds.), Springer-Verlag, New York (2001). pp. 465-466.
  3. a b Garrity, George M.; Holt, John M.; Huber, Harald; Stetter, Karl O.; Greene, Anthony C.; Patel, Bharat K. C.; Caccavo, Frank; Allison, Milton J.; MacGregor, Barbara J. (2001). «Phylum BIX. Deferribacteres phy. nov.». New York, NY: Springer New York: 465–471. ISBN 9781441931597 
  4. a b Huber, Harald; Stetter, Karl O. (14 de setembro de 2015). «Deferribacteraceae fam. nov.». Chichester, UK: John Wiley & Sons, Ltd. Bergey's Manual of Systematics of Archaea and Bacteria: 1–1. ISBN 9781118960608 
  5. a b c Alauzet, Corentine; Jumas-Bilak, Estelle (2014). «The Phylum Deferribacteres and the Genus Caldithrix». Berlin, Heidelberg: Springer Berlin Heidelberg: 595–611. ISBN 9783642389535 
  6. Wei, Xu-Biao; Xu, Jie; Li, Nan; Yu, Ying; Shi, Jie; Guo, Wei-Xing; Cheng, Hong-Yan; Wu, Meng-Chao; Lau, Wan-Yee (março de 2016). «The role of three-dimensional imaging in optimizing diagnosis, classification and surgical treatment of hepatocellular carcinoma with portal vein tumor thrombus». HPB. 18 (3): 287–295. ISSN 1365-182X. doi:10.1016/j.hpb.2015.10.007 
  7. Khattak, Arif Mehmood; Ul-Haq, Zia; Barki, Zamir; Ilyas, Muhammad (1 de janeiro de 2018). «APPLICATION OF SOFT P-OPEN SET TO BINARY SOFT STRUCTURES». Acta Scientifica Malaysia. 2 (2): 23–26. ISSN 2521-5051. doi:10.26480/asm.02.2018.23.26 
  8. Kiss, Hajnalka; Lang, Elke; Lapidus, Alla; Copeland, Alex; Nolan, Matt; Glavina Del Rio, Tijana; Chen, Feng; Lucas, Susan; Tice, Hope (15 de junho de 2010). «Complete genome sequence of Denitrovibrio acetiphilus type strain (N2460T)». Standards in Genomic Sciences. 2 (3): 270–279. ISSN 1944-3277. doi:10.4056/sigs.892105 
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