Nota: Para outros significados de Demóstenes ou Demosthenes, veja Demóstenes (desambiguação).

Demóstenes (em grego, Δημοσθένης, Dēmosthénēs; 384 a.C.322 a.C.) foi um preeminente orador e político grego de Atenas. Sua oratória constitui uma importante expressão da capacidade intelectual da Atenas antiga e providencia um olhar sobre a política e a cultura da Grécia antiga durante o século IV a.C. Demóstenes aprendeu retórica estudando os discursos dos grandes oradores antigos.

Demóstenes
Demóstenes
Demóstenes
Dados pessoais
Nascimento 384 a.C.
Atenas
Morte 322 a.C. (62 anos)
Ilha de Calauria, atual Poros

Lutou para evitar a supremacia macedónica e, por este motivo, atacou através dos seus discursos o rei Filipe II da Macedónia.[1]

Biografia editar

Aos sete anos de idade, Demóstenes perdeu o pai e teve sua herança roubada por seus tutores. Posteriormente, abriu processo para recuperar os bens roubados. Ganhou o processo, mas não recuperou todos os bens que lhe pertenciam. Com vinte e sete anos iniciou sua carreira de orador e logo conseguiu destaque.

Garoto ainda, Demóstenes assistiu a um julgamento no qual um orador chamado Calístrato teve um desempenho brilhante e, com sua verve, mudou um veredicto que parecia selado. Demóstenes invejou a glória de Calístrato ao ver a multidão escoltá-lo e felicitá-lo, mas ficou ainda mais impressionado com o poder da palavra, que parecia capaz de levar tudo de vencida. Assim, alimentou a esperança de se tornar um grande orador — sonho que parecia impossível devido à sua gagueira.

Conta-se que Demóstenes, à força de perseverança, ultrapassou o problema da gaguez declamando poemas enquanto corria na praia contra o vento e também, sendo esse o facto mais conhecido, forçando-se a falar com seixos na boca.

Após treinamento que demandou enorme esforço, Demóstenes venceu a gagueira e se tornou o maior orador da Grécia.

Sua vida como orador e político foi dedicada à defesa de Atenas que se via ameaçada por Filipe II da Macedônia. Contra o líder macedônio, Demóstenes escreveu inúmeros discursos que ficaram conhecidos como Filípicas. O objetivo era conclamar os cidadãos atenienses e arregimentar forças contra a Macedônia antes que fosse tarde demais.

Em 338 a.C., Demóstenes participou da batalha de Queroneia — na qual Atenas foi derrotada pela Macedônia e marcou o início do domínio de Filipe e depois de Alexandre, o Grande, sobre a Grécia.

Após 335 a.C., Demóstenes vê decair tanto sua reputação quanto influência. Chegou mesmo a ser condenado por ter se deixado comprar por um ministro de Alexandre e facilitar sua fuga de Atenas. Foi preso, mas conseguiu fugir, exilando-se de Atenas por longo período.

Após a morte de Alexandre, em 323 a.C., Demóstenes é chamado de volta e retoma suas atividades. Alia-se, então, à revolta contra Antípatro. Tendo falhado tal revolta, Antípatro exige a entrega dos chefes revoltosos. Demóstenes foge para o templo de Poseidon na ilha grega de Calauria. Quando percebe que está cercado pelos soldados de Antípatro, suicida-se com veneno.

Obras editar

Além de algumas cartas, cerca de 60 discursos são atribuídos a Demóstenes. Dentre esses, os mais conhecidos são:

Referências

  1. Cunillera, António. Cultura Geral. Portugal: Ferreira e Bento. p. 243 

Ligações externas editar

 
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