Dennstaedtiaceae é uma família de Samambaia-das-taperas nativa do Brasil, possui 11 gêneros e 170 espécies[1]. Sendo de ocorrência Pantropical e com representantes em regiões temperadas e em florestas úmidas, campos abertos, rochedos, beiras de estradas e locais sombreados, às vezes se comportando como invasoras em muitas regiões. Só não possuem representantes em regiões muito frias ou secas [1]. Uma espécie dessa família seria o Pteridium aquilinum que se propaga vegetativamente por meio de longos rizomas, persistindo dessa forma em ambientes estáveis e somente produzindo esporos em locais com instabilidade ou muito alterados[1]. O principal e maior gênero dessa família é Dennstaedtia com 45 espécies, sendo principalmente tropicais, algumas espécies possuem folhas com até 3 metros de comprimento [1].

Como ler uma infocaixa de taxonomiaDennstaedtiaceae
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Monilophyta
Clado: Tracheophyta
Classe: Embryopsida
Subclasse: Polipodiidae
Ordem: Polypodiales
Subordem: Dennstaedtiineae
Schwarstb. & Hovenkamp
Família: Dennstaedtiaceae
Lotsy
Géneros

Morfologia

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As plantas dessa família são terrestres ou crescem apoiando-se na vegetação, possuem rizomas normalmente longos e rasteiros com pelos articulados[1]. Suas folhas são monomórficas, possuem pecíolo pubescente ou glabro, lâminas geralmente grandes (até 7 metros de comprimento), 1-4 pinadas ou mais, têm indumento de pelos, sem escamas. Soros próximos à margem foliar, geralmente lineares, às vezes fusionados com parte de lâmina e formando uma estrutura em forma de taça, ou ocultos por uma porção recurvada da margem foliar. Pedúnculo do esporângio com 1-3 fileiras de células[1].

A família é caracterizada pelo caule ereto, raramente arborescente, curto a longo-reptante, com tricomas e/ou escamas, folhas geralmente pinadas, soros indusiados e marginais, submarginais ou raramente abaxiais, esporângios curto a longo-pedicelados, ânulo interrompido pelo pedicelo, esporos sem clorofila[1].

Relações Filogenéticas

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A família Dennstaedtiaceae tem cerca de 75 milhões de anos, é constituída por aproximadamente 270 espécies e configura-se como um grupo monofilético[1].

Monachosoroideae

Monachosorum Kunze 1848

Dennstaedtioideae
Microlepieae

Paradennstaedtia Tagawa 1952

Leptolepia Mettenius ex Kuhn

Oenotrichia Copeland 1929

Dennstaedtia Moore 1859 non Bernhardi 1801

Dennstaedtia species-group 2

Dennstaedtia species-group 3

Microlepia Presl 1836

Hypolepideae

Pteridium Gleditsch ex Scopoli 1760 nom. cons. non Rafinesque 1814

Paesia Saint-Hilaire 1833

Hiya Shang 2018

Histiopteris (Agardh 1839) Smith 1875

Blotiella Tryon 1962

Hypolepis Bernhardi 1805 non Palisot de Beauvois ex T. Lestib. 1819 non Nees 1829 non Pers. 1807

Lista de gêneros e suas respectivas espécies no Brasil[2]

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Existem 8 gêneros aceitos no Brasil:

Blotiella R.M.Tryon

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Blotiella lindeniana (Hook) R.M.Tryon

Dennstaedtia Bernh.

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Dennstaedtia bipinnata (Cav.) Maxon

Dennstaedtia cicutaria (Sw.) T.Moore

Dennstaedtia cornuta (Kaulf.) Mett.

Dennstaedtia deparioides (Rosenst.) Rosenst

Dennstaedtia dissecta T.Moore

Dennstaedtia fluminensis (Fée)C. Chr.

Dennstaedtia globulifera (Poir.) Hieron.

Dennstaedtia lindsayiformis (Fée) C. Chr.

Dennstaedtia mathewsii (Hook.) C.Chr.

Dennstaedtia rubicaulis H. Christ

Dennstaedtia rubiginosa (Kaulf.) T. Moore

Dennstaedtia tamandarei Rosenst.

Dennstaedtia tenera (C. Presl) Mett.

Histiopteris J.Agardh

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Histiopteris incisa (Thunb.) J.Sm.

Hiya H. Shang

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Hiya nigrescens (Hook.) H. Shang

Hypolepis Bernh.

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Hypolepis acantha Schwartsb.

Hypolepis aculeata (Spreng.) J. Sm.

Hypolepis aquilinaris (Fée) Christ

Hypolepis brasiliana (C. Presl) Kuhn

Hypolepis coniifolia (C. Presl) C. Presl

Hypolepis delicatula Fée

Hypolepis dicksonioides Fée

Hypolepis forzzae Schwartsb.

Hypolepis guianensis Klotzsch

Hypolepis hispaniolica Maxon

Hypolepis hostilis (Kunze) C.Presl

Hypolepis incisa (Kunze ex Mett.) C.Chr.

Hypolepis juergensii Rosenst.

Hypolepis krameri Schwartsb., Boudrie & Cremers

Hypolepis miodelii Schwartsb.

Hypolepis mitis Kunze ex Kuhn

Hypolepis monticola (Gardner) Hook.

Hypolepis nigrescens Hook.

Hypolepis parviloba Fée

Hypolepis radiata (L.) Hook.

Hypolepis repens (L.) C.Presl

Hypolepis repens var. hostilis (Kunze) Baker

Hypolepis repens var. selloana Baker

Hypolepis repens var. stolonifera (Fée) M. Lisboa

Hypolepis rigescens (Kunze in Mart.) T.Moore

Hypolepis rigescens (Kunze in Mart.) T.Moore var. rigescens

Hypolepis rigescens var. paranaensis Schwartsb.

Hypolepis rubiginosopilosula Lellinger

Hypolepis rugosula (Labill.) J.Sm.

Hypolepis rugosula subsp. pradoana Schwartsb.

Hypolepis sellowiana Schlecht.

Hypolepis serrata Fée

Hypolepis spectabilis (Kaulf.) Link

Hypolepis stolonifera Fée

Hypolepis stolonifera Fée var. stolonifera

Hypolepis stolonifera var. delasotae Arana et al.

Hypolepis stolonifera var. nebularis Schwartsb.

Hypolepis trinationalis Schwartsb.

Hypolepis Xpaulistana Schwartsb. & J.Prado

Microlepia C.Presl

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Microlepia brasiliensis C.Presl

Microlepia elegans (Kaulf.) Mett.

Microlepia fluminensis Fée

Microlepia inaequalis (Kunze) C. Presl

Microlepia inaequalis var. nigrescens (Kunze) Mett.

Microlepia lindsayiformis Fée

Microlepia nigricans C. Presl

Microlepia pohliana Kunze ex Ettingsh.

Microlepia speluncae (L.) T.Moore

Paesia A.St.-Hil.

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Paesia amazonica (Christ) C.Chr.

Paesia glandulosa (Sw.) Kuhn

Paesia viscosa A. St-Hil.

Pteridium Gled. ex Scop.

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Pteridium aquilinum (L.) Kuhn

Pteridium aquilinum var. arachnoideum (Kaulf.) Brade

Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon

Pteridium arachnoideum (Kaulf.) Maxon subsp. arachnoideum

Pteridium arachnoideum subsp. campestre (Schrad.) Schwartsb. & P.L.R. Moraes

Pteridium caudatum (L.) Maxon

Pteridium caudatum subsp. arachnoideum (Kaulf.) Lellinger

Pteridium esculentum (G. Forst.) Cockayne

Pteridium esculentum subsp. arachnoideum (Kaulf.) Thomson

Pteridium esculentum subsp. campestre (Schrad.) Schwartsb. & J Prado

Pteridium esculentum subsp. gryphus Schwartsb.

Pteridium esculentum var. harpianum Schwartsb. & A. Yanez

Pteridium esculentum var. paedomorficum Schwartsb. & J.Prado

Pteridium psittacinum (C. Presl) Maxon

Domínios e Estados de ocorrência no Brasil

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A família Dennstaedtiaceae foi confirmada nos seguintes domínios fitogeográficos brasileiros: Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal [2].

Em relação ao tipo de vegetação, indivíduos da família são encontrados em áreas antrópicas, Caatinga (stricto sensu), Campinarana, Campo de Altitude, Campo Limpo, Campo Rupestre, Carrasco, Cerrado (lato sensu), Floresta Ciliar ou Galeria, Floresta de Terra Firme, Floresta Estacional Perenifólia, Floresta Estacional Semidecidual, Floresta Ombrófila (Floresta Pluvial), Floresta Ombrófila Mista, Restinga, Savana Amazônica e em vegetação sobre afloramentos rochosos[2].

Distribuição geográfica: indivíduos da família foram confirmados nas 5 regiões brasileiras:

● Norte: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins;

● Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe;

● Centro-Oeste: Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso;

● Sudeste: Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo;

● Sul: Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina;

Provavelmente também existem espécies de Dennstaedtiaceae em ilhas oceânicas em Abrolhos, Atol das Rocas, São Pedro, São Paulo e Trindade[2].

Notas

  1. a b c d e f g h Judd, Walter (2009). Walter S. Judd et. al. Sistemática Vegetal: Um enfoque Filogenético. Tradução André Olmos Simões et. al.; 3 ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 632 p. Porto Alegre: Artmed 
  2. a b c d «Detalha Taxon Publico». floradobrasil.jbrj.gov.br. Consultado em 30 de abril de 2022