Desastre do Hindenburg

incêndio de dirigível em 1937

O desastre do Hindenburg ocorreu em 6 de maio de 1937, em Lakehurst, Nova Jersey, Estados Unidos. O dirigível alemão de passageiros LZ 129 Hindenburg pegou fogo e foi destruído durante a sua tentativa de atracar com o seu mastro de amarração na Estação Aérea Naval de Lakehurst. A bordo estavam 97 pessoas (36 passageiros e 61 tripulantes); houve 36 mortes (13 passageiros e 22 tripulantes, 1 trabalhador no solo).

Desastre do Hindenburg
Desastre do Hindenburg
Em 6 de maio de 1937, um incêndio destruiu o Hindenburg no momento em que se preparava para pousar em Lakehurst, nos Estados Unidos.
Sumário
Data 6 de maio de 1937
Causa Desconhecida (pegou fogo durante o pouso)
Local Lakehurst Maxfield Field, Manchester Township, Condado de Ocean, Nova Jérsei,
Estados Unidos
Origem Frankfurt am Main, Hesse-Nassau, Prússia
Alemanha Nazista
Destino NAS Lakehurst, Lakehurst Borough, Nova Jérsei
Estados Unidos
Passageiros 36
Tripulantes 61
Mortos 35 (13 passageiros, 22 tripulantes)
Sobreviventes 62
Aeronave
Modelo Classe Hindenburg
Operador Deutsche Zeppelin-Reederei
Prefixo D-LZ129

Possíveis causas editar

O gás de hidrogênio usado para mantê-lo no ar, altamente inflamável, foi inicialmente responsabilizado pelo enorme incêndio que tomou conta da aeronave e durou exatos trinta segundos. Logo após o evento, o governo alemão também sugeriu, de imediato, que uma sabotagem derrubara o grandioso zeppelin, que representava a superioridade tecnológica daquele país.[1][2][3] Ambas as afirmações iam-se mostrar, contudo, essencialmente incorretas após as investigações.[4]

O desastre foi o tema da cobertura de noticiários, fotografias e relatos do jornalista Herbert Morrison no campo de pouso, que foram transmitidos no dia seguinte.[5] Uma variedade de hipóteses foi apresentada para as causas do incêndio. O evento abalou a confiança do público na gigantesca aeronave rígida que transportava passageiros e marcou o fim abrupto da era dos dirigíveis.[6]

Investigação editar

Vídeo sobre o desastre do Hindenburg.

A comissão americana, que investigou o acidente junto com a companhia Zeppelin, atribuiu falha humana ao acidente. Uma brusca manobra momentos antes do pouso causou o rompimento de um dos tanques de hidrogênio e uma faísca dera a início à ignição.[4]

Investigações posteriores, mais detalhadas, realmente atrelaram a origem das chamas a faíscas elétricas que se desencadearam ao se lançar as amarras ao solo no processo de pouso, geradas pela descarga de energia eletrostática acumulada no dirigível.

O hidrogênio, que também contribuiu de forma indireta para o incêndio, queima com chama azulada, quase invisível.[4] Uma aeronave de dimensões idênticas, o LZ-130 Graf Zeppelin II, que substituiria o veterano LZ-127, chegou a ser construída por completo, mas foi desmontada em 1940, sem nunca ter operado regularmente.

Hipótese da tinta incendiária editar

Uma outra hipótese aventada, chamada de "Incendiary Paint Theory" (IPT), culpava não o gás hidrogênio mas sim a própria estrutura do balão, construído com tecido de algodão impermeabilizado com acetato de celulose e recoberto com pó aglutinado de alumínio (a fim de conferir-lhe uma cor prateada permitindo o destaque da suástica) ligeiramente inflamáveis — pelo início e pela veloz propagação das chamas após iniciadas, essas vermelhas e amarelas, conforme relatos.[4]

Ver também editar

Referências

  1. «1937: Explosão do dirigível Hindenburg». Deutsche Welle 
  2. «A tragédia do Hindenburg». Editora Abril. Aventuras na História (ed. 116). 27 páginas. 2013 
  3. Hinderburg Burns in Lakehusrt crash - 21 known dead, 12 missing, 64 escape - The New York Times - pág. 1 – 6 de maio de 1937
  4. a b c d Kruszlnicki, Karl – Grandes Mitos da Ciência – Editora Fundamentos - 1ª edição - São Paulo, SP – 2013 – ISBN 978–85-395-0164-9
  5. WLS Broadcast Of the Hindenburg Disaster 1937. Chicagoland Radio and Media Acessado em 7 de maio de 2015
  6. Craats 2009, p. 36.

Bibliografia editar

  • Archbold, Rick (1994). Hindenburg: An Illustrated History. Toronto: Viking Studio/Madison Press. ISBN 0-670-85225-2 
  • Birchall, Frederick (1 de agosto de 1936). «100,000 Hail Hitler; U.S. Athletes Avoid Nazi Salute to Him». The New York Times. p. 1 
  • Blackwell, Jon (2007). Notorious New Jersey: 100 True Tales of Murders and Mobsters, Scandals and Scoundrels. Piscataway, NJ: Rutgers University Press. ISBN 978-0-8135-4177-8 
  • Botting, Douglas (2001). Dr. Eckener's Dream Machine: The Great Zeppelin and the Dawn of Air Travel. New York: Henry Holt. ISBN 0-8050-6458-3 
  • Craats, Rennay (2009). USA: Past, Present, Future-Economy. New York: Weigl Publishers. ISBN 978-1-60596-247-4 
  • Deutsche Zeppelin-Reederei (1937). Airship Voyages Made Easy (16 page booklet for "Hindenburg" passengers). Friedrichshafen, Germany: Luftschiffbau Zeppelin G.m.b.H. 
  • Dick, Harold G.; Robinson, Douglas H. (1985). The Golden Age of the Great Passenger Airships Graf Zeppelin & Hindenburg. Washington, D.C. and London: Smithsonian Institution Press. ISBN 1-56098-219-5 
  • Duggan, John (2002). LZ 129 "Hindenburg": The Complete Story. Ickenham, UK: Zeppelin Study Group. ISBN 0-9514114-8-9 
  • Hoehling, A.A (1962). Who Destroyed The Hindenburg?. Boston: Little, Brown and Company. ISBN 0-445-08347-6 
  • Hoffmann, Peter; Harkin, Tom (2002). Tomorrow's Energy. Boston: MIT Press. ISBN 978-0-262-58221-6 
  • Lehmann, Ernst (1937). Zeppelin: The Story of Lighter-than-air Craft. London: Longmans, Green and Co. 
  • Majoor, Mireille (2000). Inside the Hindenburg. Boston: Little, Brown and Company. ISBN 0-316-12386-2 
  • Mooney, Michael Macdonald (1972). The Hindenburg. New York: Dodd, Mead & Company. ISBN 0-396-06502-3 
  • National Geographic (2000). Hindenburg's Fiery Secret (DVD). Washington, D.C.: National Geographic Video 
  • Toland, John (1972). The Great Dirigibles: Their Triumphs and Disasters. Boston: Courier Dover Publications. ISBN 978-0-486-21397-2 

Ligações externas editar

 
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