Determinismo biológico

O determinismo biológico, também conhecido como determinismo genético,[1] é a crença de que o comportamento humano é controlado diretamente pelos genes de um indivíduo ou algum componente de sua fisiologia, geralmente às custas do papel do meio ambiente, seja no desenvolvimento embrionário ou no aprendizado.[2] O reducionismo genético é um conceito semelhante, mas é distinto do determinismo genético porque o primeiro se refere ao nível de compreensão, enquanto o último se refere ao papel supostamente causal dos genes.[3] O determinismo biológico tem sido associado a movimentos na ciência e na sociedade, incluindo a eugenia, o racismo científico e os debates em torno da herdabilidade do QI,[4] a base da orientação sexual e a sociobiologia.[5]

Em 1892, o biólogo evolucionário alemão August Weismann propôs em sua teoria do plasma germinativo que a informação hereditária é transmitida apenas por células germinativas, que ele pensava conter determinantes (genes). O polímata inglês Francis Galton, supondo que traços indesejáveis como pé torto e criminalidade fossem herdados, defendia a eugenia, com o objetivo de evitar que pessoas supostamente defeituosas se reproduzissem. O médico americano Samuel George Morton e o médico francês Paul Broca tentaram relacionar a capacidade craniana (volume interno do crânio) à cor da pele, pretendendo mostrar que os brancos eram superiores. Outros pesquisadores, como os psicólogos americanos Henry H. Goddard e Robert Yerkes, tentaram medir a inteligência das pessoas e mostrar que as pontuações resultantes eram hereditárias, mais uma vez para demonstrar a suposta superioridade das pessoas de pele branca.

Galton popularizou a expressão natureza e criação, mais tarde frequentemente usada para caracterizar o acalorado debate sobre se os genes ou o ambiente determinam o comportamento humano. Cientistas como ecologistas e geneticistas comportamentais agora veem como óbvio que ambos os fatores são essenciais e que estão interligados, especialmente por meio dos mecanismos da epigenética.

O biólogo americano E. O. Wilson fundou a disciplina de sociobiologia, baseada em observações de animais como insetos sociais, sugerindo de forma polêmica que suas explicações do comportamento social podem se aplicar aos humanos.

Referências

  1. de Melo-Martin, Inmaculada (2002). «When is Biology Destiny? Biological Determinism and Social Responsibility». philsci-archive.pitt.edu (em inglês). Consultado em 10 de junho de 2021 
  2. Feminist Frontiers, nona edição, por Taylor, Whittier, e Rupp; How Societies Work, quarta edição, por Joanne Naiman
  3. Hayes, Nicky; Stratton, Peter (2017). A Student's Dictionary of Psychology and Neuroscience (em inglês). Abingdon-on-Thames: Routledge. p. 138 
  4. Allen, Garland E. (1 de março de 1984). «Essay review: The roots of biological determinism». Journal of the History of Biology (em inglês) (1): 141–145. ISSN 1573-0387. doi:10.1007/BF00397505. Consultado em 10 de junho de 2021 
  5. Lewontin, Richard; Rose, Steven; Kamin, Leon (1984). Not in Our Genes: Biology, Ideology and Human Nature. Pantheon Books. pp. 131–163.