Dia dos Fiéis Defuntos

celebração religiosa

Dia dos Fiéis Defuntos, Dia de Finados ou Dia dos Mortos é uma data que a Igreja Católica dedica aos mortos e suas almas, no dia 2 de novembro de cada ano.[1]

Dia dos Fiéis Defuntos
O Dia da Morte, pintura de William-Adolphe Bouguereau
Também chamadoDia de Finados
Observado porCatólicos, ortodoxos, anglicanos, metodistas, luteranos
TipoCristão
SignificadoTerceiro dia da Estação de Todos os Santos. Em memória às almas de todos os amados que morreram
Data
  • (Ocidente) 2 (ou 3) de Novembro
    (Oriente) Várias vezes durante o ano
Relacionado aDia das Bruxas, Dia de Todos-os-Santos

Desde o século II, alguns cristãos rezavam pelos falecidos quando visitavam os túmulos dos mártires. No século V, a Igreja dedicava um dia do ano para rezar por todos os mortos já esquecidos. O abade Odilo de Cluny, no final do século X, pedia aos monges que orassem pelos mortos. Desde o século XI os Papas Silvestre II (1009), João XVII (1009) e Leão IX (1015) obrigavam a comunidade a dedicar um dia aos mortos. No século XIII essa data passa a ser oficialmente celebrada em 2 de novembro, um dia após a Festa de Todos os Santos. A doutrina católica evoca algumas passagens bíblicas para fundamentar sua posição (cf. Tobias 12,12; 1,18-20; Mt 12,32 e II Macabeus 12,43-46) e é suportada por uma prática de quase dois mil anos.[2]

O sepultamento dos mortos nas igrejas ou nos seus imediatos arredores permitia à comunidade sentir a continuidade da presença dos seus entes queridos na proximidade das suas vidas terrenas, ajudando a cimentar o conceito da Igreja enquanto comunidade peregrina (os vivos), sofredora (as almas em purificação no Purgatório) e triunfante (as almas santas no Paraíso). Se o dia de Todos os Santos celebrava estes últimos, principalmente os santos anónimos, o dia de Fiéis Defuntos honrava as almas do Purgatório e por estas eram oferecidas orações e sacrifícios.[3]

Dia de Finados em Guanajuato, México

Tradição por religião

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Cristianismo protestante

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Após a Reforma Protestante, a celebração do Dia de Finados foi fundida ao da Festa de Todos os Santos na Igreja Anglicana, posteriormente desmembrada no século XIX. A observância da comemoração foi restaurada em 1980, como "festividade menor" intitulada "Comemoração dos Fiéis Defuntos".[4]

Para a Igreja Metodista, são santos todos os fiéis batizados, de modo que no Dia de Todos os Santos a congregação local honra e recorda seus membros falecidos.[5][6]

Tradição por país

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México

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No México é comemorada a festa do dia dos mortos, bem característica da cultura nacional e que atrai muitos turistas de todo mundo.

Ver também

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Referências

  1. «Dia de Finados: qual o significado, história, comemoração». Mundo Educação. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  2. «O purgatório é uma invenção medieval?». Padre Paulo Ricardo. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  3. «Finados: o que significa e por que é celebrado em 2 de novembro?». Plano Funeral Unilutus | Curitiba. 1 de novembro de 2022. Consultado em 31 de janeiro de 2023 
  4. A Igreja da Inglaterra (2003). «Nossa Fé». Igreja Anglicana. Consultado em 2 de novembro de 2013 
  5. Laura Huff Hileman (2003). «O que é o Dia de Todos os Santos?». Igreja Metodista. Consultado em 2 de novembro de 2013. Arquivado do original em 26 de janeiro de 2012. Os santos nada mais são de que pessoas que estão tentando ouvir a palavra de Deus e viver o chamado de Deus. Esta é a "comunhão dos santos" de que falamos no Credo Apostólico - que a comunidade de crentes que ultrapassa o tempo e lugar, mesmo para além da morte. Lembrando os santos que ajudaram a ampliar e animar o Reino de Deus: eis a celebração de Todos os Santos. 
  6. Rev. J. Richard Peck (2011). «Os metoditas crêem nos santos?». Igreja Metodista. Consultado em 2 de novembro de 2013. Arquivado do original em 18 de julho de 2012. Nós também reconhecemos e celebramos o Dia de Todos os Santos (1° de novembro) e "inclusive daqueles que descansam de suas obras." Os metodistas consideram "santos" todos os cristãos, porque "santas" porque vivenciaram a vida cristã. Neste sentido, todo cristão pode ser chamado de santo. 

Bibliografia

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  • DENIS, Léon. O Gênio Céltico e o Mundo Invisível. União Espiritualista Francesa e Francófona, 1927.
  • KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos. Parte Segunda, Capítulo VI, item Comemoração dos mortos. Funerais, questões 320 à 329