Didelfiídeos

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Didelfiídeos (nome científico: Didelphidae)[1] é uma família à qual pertencem os gambás. É a única família da ordem Didelphimorphia, com mais de 60 espécies agrupadas em 15 géneros. Apesar das características comuns, este grupo radiou numa grande variedade de formas. Os didelfiídeos encontram-se na maior parte dos habitats desde o nível do mar até altitudes superiores a 3000m, desde a estepe subárida até a savana e a floresta tropical. Várias espécies vivem principalmente nas árvores, muitas vivem no solo, enquanto que uma é aquática e tem as patas traseiras transformadas em nadadeiras (o gambá d'água, Chironectes minimus).

Como ler uma infocaixa de taxonomiaDidelfiídeos
Didelphis virginiana
Didelphis virginiana
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Infraclasse: Marsupialia
Ordem: Didelphimorphia
Família: Didelfiídeos
Gray, 1821
Subfamílias
  • Didelphinae Gray, 1821
  • Caluromyinae Kirsch, 1977
  • Hyladelphinae Voss & Jansa, 2009
  • Glironiinae Voss & Jansa, 2009

Os seus parentes extintos eram ainda mais variados na sua morfologia e comportamento: havia um grupo de grandes carnívoros, com uma espécie parecida com os tigres de dentes de sabre, enquanto outro grupo aparentemente convergiu com os ratos-cangurus.

Vernaculamente, as espécies de grande porte do gênero Didelphis costumam ser chamados de gambás, os de porte médio (na comparação entre os animais da família Didelphidae) e pertencente a outros gêneros são chamadas de cuícas, e as de porte pequeno e que são facilmente confundidas com ratos (animais sem parentesco com os Didelphidae) são chamados de catitas [2].

Uma mãe gambá (da espécie Didelphis virginiana) transportando seus filhotes

No entanto é importante frisar que nos territórios lusófonos onde ocorrem tais animais existem variações regionais de vernáculos, por exemplo, em partes do Norte do Brasil os gambás são chamados de mucuras e em certas regiões do Brasil o termo catita não é usado para as espécies de pequeno porte e sim cuíca (ou seja a mesma designação vernácula para as espécies de porte médio).

São animais de pequeno a médio porte e, tal como os membros da ordem Paucituberculata, diferem dos seus parentes australianos por não apresentarem sindactilia, ou seja, não terem dedos unidos por pele, e por terem o hálux (o primeiro dedo das patas traseiras) parcialmente oponível aos outros dedos; ao contrário dos restantes dedos, que têm garras, este tem uma unha. Têm 5 dentes incisivos superiores e quatro inferiores, os caninos são grandes e os molares são trituberculados. A cauda é preênsil, geralmente longa e escamosa. O focinho é alongado, a caixa craniana é pequena e, muitas vezes, apresenta uma crista sagital proeminente.

ClassificaçãoEditar

 
Um bebê didelfiídeo

Hershkovitz (1992) considerou, com base na morfologia molar, que Caluromysiops e Caluromys estariam em tribos completamente separadas. Estudos morfológicos (Sanchez-Lillagra e Wible, 1993) e moleculares (Jansa e Voss, 2001) indicaram que esses dois gêneros formam um grupo monofilético. O consenso atual é que Glironia, Caluromysiops e Caluromys, são intimamente relacionados e basais entre os Didelphidae (Cardillo et al., 2004). Voss e Jansa (2009) reclassificaram a família Didelphidae, separando em 4 subfamílias.

  • Subfamília Glironiinae Voss & Jansa, 2009
    • Gênero Glironia Thomas, 1912 (1 espécie)
  • Subfamília Caluromyinae Kirsch & Reig, 1977
  • Subfamília Hyladelphinae Voss & Jansa, 2009
    • Gênero Hyladelphys Voss, Lunde & Simmons, 2001 (1 espécie)
  • Subfamília Didelphinae Gray, 1821
    • Tribo Marmosini Hershkovitz, 1992
      • Gênero Marmosa Gray, 1821 (15 espécies)
      • Gênero Monodelphis Burnett, 1830 (22 espécies)
      • Gênero Tlacuatzin Voss & Jansa, 2003 (1 espécie)
    • Tribo Metachirini Hershkovitz, 1992
    • Tribo Didelphini Gray, 1821
    • Tribo Thylamyini Hershkovitz, 1992

Referências

BibliografiaEditar

  • GARDNER, A. L. Order Didelphimorphia. In: WILSON, D. E.; REEDER, D. M. (Eds.). Mammal Species of the World: A Taxonomic and Geographic Reference. 3. ed. Baltimore: Imprensa da Universidade Johns Hopkins, 2005. v. 1, p. 3-18.

Ligações externasEditar

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