Difflugia é o género de maior tamanho das Arcellinida, um dos grupos de amoebozoas Tubulinea.[1] As espécies de arcelínidos formam conchas ou testas a partir de partículas minerais ou de elementos de origem biológica (por exemplo frústulas de diatomáceas), pelo que se denominam de amebas testadas. As Difflugia são especialmente comuns em pântanos e outros habitats de água doce.

Como ler uma infocaixa de taxonomiaDifflugia
Razas de Difflugia. (de Leidy.)
Razas de Difflugia. (de Leidy.)
Classificação científica
Domínio: Eukaryota
Reino: Amoebozoa
Filo: Tubulinea
Classe: Arcellinida
Ordem: Difflugina
Família: Difflugiidae
Género: Difflugia
Leclerc, 1815

As partículas utilizadas para formar a sua concha são recolhidas pelas amebas directamente do seu entorno ou das suas presas. Durante a divisão celular estes elementos passam para dentro das células-filhas, onde são formados e colados por um cimento orgânico em forma de lâmina.[2] A testa possui uma só abertura terminal, chamada pseudostoma. A forma da testa varia de esférica a alongada, por vezes com ornamentações como cornos ou um colar,[3] ou ambos, como na espécie Difflugia corona.[4]

Difflugia utiliza pseudópodes para se locomover e capturar as suas presas. A maioria das espécies de Difflugia são heterótrofos, que se alimentam de matéria orgânica ou de vários microorganismos que capturam. Porém, existe algumas espécies que contém algas endosimbióticas e são, portanto, mixotróficas, ou seja, combinam a autotrofia e a heterotrofia.[5][6]

Os estudos filogenéticos moleculares indicam que o género Difflugia não é monofilético. A definição do género é controversa e futuras investigações muito provavelmente levaram a mudanças da taxonomia geral deste grupo.[3]

Parte deste artigo incorpora texto em domínio público de: Chisholm, Hugh, ed. (1911). "Difflugia". Encyclopædia Britannica (11ª ed.). Cambridge University Press.

Referências

  1. Adl SM, Simpson AGB, Lane CE, Lukeš J, Bass D, Bowser SS, Brown MW, Burki F, Dunthorn M, Hampl V, Heiss A, Hoppenrath M, Lara E, le Gall L, Lynn DH, McManus H, Mitchell EAD, Mozley-Stanridge SE, Parfrey LW, Pawlowski J, Rueckert S, Shadwick L, Schoch CL, Smirnov A, Spiegel FW (2012). «The Revised Classification of Eukaryotes». Journal of Eukaryotic Microbiology. 59: 429–514. doi:10.1111/j.1550-7408.2012.00644.x 
  2. Ralf Meisterfeld: Arcellinida, In: John J. Lee, Gordon F. Leedale, Phyllis Bradbury (Hrsg.): The Illustrated Guide to the Protozoa, 2nd Edition. Vol. 2, Society of Protozoologists, Lawrence, Kansas 2000, ISBN 1-891276-23-9, pp. 827-860
  3. a b Gomaa F, Todorov M, Heger TJ, Mitchell EAD, Lara E (2012). «SSU rRNA Phylogeny of Arcellinida (Amoebozoa) Reveals that the Largest Arcellinid Genus, Difflugia Leclerc 1815, is not Monophyletic». Protist. 163: 389–99. doi:10.1016/j.protis.2011.12.001 
  4. Silva-Briano M, Martínez-Hernández SL, Adabache-Ortíz A, Ventura-Juárez J, Salinas E, Quintanar JL (Agosto de 2007). «Ultrastructural analysis and identification of membrane proteins in the free-living amoeba Difflugia corona». Biocell. 31 (2): 225–8. PMID 17902270 
  5. Ralf Meisterfeld: Arcellinida, In: John J. Lee, Gordon F. Leedale, Phyllis Bradbury (Hrsg.): Illustrated Guide to the Protozoa, 2nd Edition. Vol. 2, Society of Protozoologists, Lawrence, Kansas 2000, ISBN 1-891276-23-9, pp. 827-860
  6. Schönborn W (1965). «Untersuchungen über die Zoochlorellen-Symbiose der Hochmoor-Testaceen». Limnologica. 3: 173–176 

Ligações externas editar