Discussão:Evolução

Último comentário: 25 de março de 2017 de Luan no tópico Fusão Biologia evolutiva; Evolução
Estrela de artigo destacado Evolução é um artigo destacado; o que significa que o artigo (ou uma versão anterior) foi identificado como um dos melhores artigos produzidos pela comunidade da Wikipédia. Apesar disso, se puder atualizar ou melhorá-lo, por favor, faça-o.
Etapas passadas por este artigo
Data Processo Resultado
14 de maio de 2008 Candidato a artigo destacado Promovido
29 de junho de 2020 Revalidação de artigo destacado Mantido
Estatuto atual: Artigo destacado
Perguntas frequentes (FAQ)
Q1: Por que não se pode introduzir críticas e objeções à evolução no artigo correspondente?
R1: É essencialmente proibido pela política do princípio da imparcialidade da Wikipédia. Esta política exige que os artigos tratem os diferentes pontos de vista com ênfase proporcional aos pontos de vista existentes na população acadêmica especializada no assunto. Por exemplo, se em Física existirem duas visões contraditórias que são defendidas, cada uma, por cerca de metade dos físicos, o artigo na Wikipédia deverá tratar as duas versões com o mesmo ênfase. Pelo contrário, se uma das visões for apoiada por 99% dos físicos, o artigo deverá ser quase totalmente ou mesmo totalmente dedicado a esta versão. Procedendo de outro modo, dever-se-ia tratar a crença que o planeta Terra é plano do mesmo modo que a versão aceite de que este é aproximadamente esférico.
Dado que na comunidade científica existe um alargado consenso na defesa da moderna teoria da evolução, tomando como base a política acima mencionada, o artigo sobre a evolução refere-a como um processo natural observável e a explicação válida para a diversidade da vida na Terra. Embora haja, de facto, visões opostas à evolução, como por exemplo o criacionismo, nenhuma destas visões tem qualquer apoio na área científica onde a teoria da evolução se insere (Biologia). Assim, a Wikipédia não poderá – nem deverá – tratar estas visões opostas como alternativas à evolução no artigo que lhe diz respeito. Por outro lado, os efeitos do aparecimento da teoria da evolução na cultura e crenças religiosas poderá ser objecto de artigos sociológicos e históricos, podendo haver igual destaque num artigo desse tipo.
Q2: Se a evolução é controversa, porque é que o artigo não refere essa controvérsia?
R2: Como já foi referido na questão, a evolução é, quando muito, controversa em áreas sociais como a política e a religião. O facto de que a evolução ocorre e a capacidade da teoria evolucionária moderna explicar como ela ocorre não é controversa entre os biólogos. De facto, numerosas respeitáveis sociedades científica, como a Associação Americana para o Avanço da Ciência e a Academia Nacional de Ciências dos EUA emitiram comunicados a apoiar a evolução e a denunciar o criacionismo e o design inteligente. Em 1987 cerca de 0,15% de membros da comunidade científica americana da área das ciências da Terra e biológicas apoiavam o criacionismo.[1]
Assim, como consequência das políticas da Wikipédia, é necessário tratar a evolução como a larga maioria dos cientistas a trata: um facto incontroverso que não é contestado e uma explicação precisa da teoria evolucionária. Não há "alternativas" científicas a esta visão.
No entanto, enquanto a teoria geral da evolução não suscita controvérsia e a única teoria científica largamente aceite como a explicação da diversidade da vida na Terra, alguns aspetos desta teoria são controversos e passíveis de disputa e há mesmo discordâncias entre os biólogos noutros aspetos. Estas controvérsias menores, tais como a velocidade a que a evolução se dá, a importância de vários mecanismos como a Teoria neutralista da evolução, ou a relevância da evolução centrada nos genes, são, de facto, discutidas nos artigos correspondentes. Contudo, muitas destas discussões são demasiado técnicas para garantir um discurso acessível no artigo Evolução. Estas discussões são muito diferentes da Controvérsia da criação vs. evolução, visto que correspondem a discussões científicas e não de carácter religioso.
Q3: Por que a evolução é descrita como se fosse um fato? A evolução não é apenas uma teoria?
R3: Isso depende se você usar as palavras evolução, teoria e fato em seu sentido científico ou coloquial. Infelizmente, todas essas palavras têm pelo menos dois significados. Por exemplo, a "evolução" pode se referir a um processo observado (coberto na evolução), ou, como uma abreviação para a "teoria evolucionária" à explicação desse processo (coberto em síntese evolutiva moderna). Para evitar confusão entre esses dois significados, sobre quando a teoria da evolução, ao invés do processo/fato da evolução está sendo discutido, isto geralmente será observado explicitamente usando a palavra "teoria".
A evolução não é uma teoria no sentido usado no artigo Evolução; em vez disso, é um fato. Isto é porque a palavra evolução é usada aqui para se referir ao processo observado da composição genética das populações que mudam ao longo das gerações sucessivas. Porque isto é simplesmente uma observação, é considerado um fato.
"Fato" tem dois significados diferentes: no uso coloquial, refere-se a qualquer proposição bem suportada; em seu uso científico, refere-se a uma observação confirmada. Por exemplo, no sentido científico, "as maçãs caem se você as derrubar" é um fato, mas "as maçãs caem se você as soltar por causa de uma curvatura no espaço-tempo" é uma teoria. A gravidade pode, portanto, referir-se a um fato (a observação de que objetos são atraídos uns aos outros) ou uma teoria (relatividade geral), que é a explicação para esse fato. Com a evolução é a mesma coisa. Como fato, a evolução é um processo biológico observado; como uma teoria, é a explicação para este processo. O que aumenta a confusão é que a teoria da evolução também é às vezes chamada de "fato", no sentido coloquial - isto é, para enfatizar o quão bem apoiada ela é.
Quando "evolução" é usada como uma abreviação de "teoria evolucionária", a evolução é de fato uma teoria. No entanto, frasear isto como "apenas uma teoria" é algo enganoso. "Teoria" tem dois significados diferentes: no uso coloquial, refere-se a uma conjectura ou suposição; no uso científico, refere-se a uma explicação ou modelo bem suportado para fenômenos observados. A evolução é uma teoria no último sentido, não no primeiro. Assim, é uma teoria no mesmo sentido que a gravidade e a tectônica de placas são teorias. A teoria da evolução atualmente aceita é conhecida como síntese evolutiva moderna.
Q4: Mas a evolução é comprovada?
R4: Mais uma vez, isso depende de como se está definindo a "comprovação". A palavra prova tem dois significados: em lógica e matemática, refere-se a uma proposição que foi confirmada como 100% certa e logicamente necessária; em outros usos, ela simplesmente se refere a uma proposição que é bem apoiada (assim como o significado coloquial de "fato").
No primeiro sentido, a teoria evolucionária não é comprovada. No entanto, isso se deve ao fato de que nada nas ciências naturais pode ser provado no primeiro sentido: afirmações como as da ciência nunca podem ser absolutamente certas, porque elas sempre dependem de suposições não comprovadas sobre o mundo ao nosso redor. Chamar a evolução como algo "não provado" neste sentido é tecnicamente correto, mas não faz sentido, porque proposições como "a Terra gira em torno do Sol" e até mesmo "a Terra existe" são igualmente não comprovadas. A prova só é possível para proposições como "1 + 1 = 2" ou "todos os homens solteiros são solteiros", que não dependem de nenhuma experiência ou evidência.
No segundo sentido, por outro lado, a teoria evolucionária é realmente "comprovada". Isso ocorre porque a evolução é extremamente bem apoiada por evidências, por previsões confirmadas testáveis, etc.
Q5: A evolução alguma vez foi observada?
R5: A evolução, como um fato, é a mudança gradual de formas de vida ao longo de vários bilhões de anos. Em contraste, o campo da biologia evolutiva tem menos de 200 anos. Portanto, não é surpreendente que os cientistas não tenham observado diretamente, por exemplo, a mudança gradual de dezenas de milhões de anos de mamíferos terrestres até as baleias.[2] No entanto, existem outras maneiras de "observar" a evolução em ação.
Os cientistas observaram e testaram diretamente pequenas mudanças em formas de vida em laboratórios, particularmente em organismos que se reproduzem rapidamente, como bactérias e moscas da fruta.[3] Um experimento famoso desenvolvido em 1992 rastreou a evolução bacteriana com precisão em um laboratório. Esta experiência foi posteriormente utilizada para testar a precisão e a robustez dos métodos utilizados na reconstrução da história evolutiva de outros organismos com grande sucesso.[4][5] A evolução também tem sido observada em campo, como na planta Oenothera lamarckiana que deu origem à nova espécie Oenothera gigas,[6] no lagarto Podarcis sicula e nos fringilídeos de Darwin.[7] Uma nova espécie de mosquito ainda evoluiu no sistema de metrô de Londres desde que ele foi inaugurado.[8]
Os cientistas também observaram grandes mudanças nas formas de vida através de registros fósseis. A partir dessas observações diretas, os cientistas foram capazes de fazer inferências sobre a história evolutiva da vida. Tais inferências também são comuns a todos os campos da ciência. Por exemplo, o nêutron nunca foi observado, mas todos os dados disponíveis suportam o modelo de nêutrons.
As inferências sobre as quais se baseia a evolução foram testadas pelo estudo de fósseis mais recentemente descobertos, a ciência da genética e por outros métodos. Por exemplo, os críticos uma vez desafiaram a inferência de que os mamíferos terrestres evoluíram para as baleias. No entanto, descobertas fósseis posteriores ilustram o caminho da evolução da baleia.[9] Assim, embora toda a história evolutiva da vida não tenha sido diretamente observada, todos os dados disponíveis apoiam o fato da evolução.
Q6: E quanto às evidências científicas contra a evolução?
R6: Para ser franco, não há nenhuma. A maioria das afirmações sobre "evidências contra a evolução" é uma distorção dos fatos reais sobre a questão ou um exemplo de algo que ainda não foi explicado. O primeiro é errôneo, pois é baseado em afirmações incorretas. Este último, por outro lado, mesmo quando preciso, é irrelevante. O fato de que nem tudo é plenamente compreendido não torna uma determinada proposição falsa; o que é um exemplo de argumento da ignorância e falácia lógica. Exemplos de evidências alegadas contra a evolução são:
  1. Não há fósseis de transição, ou não há em quantidade suficiente.
    Há muitos fósseis de transição, incluindo o Archaeopteryx (o pássaro mais antigo e primitivo conhecido), o Thrinaxodon (um réptil de tipo mamífero semelhante a um gato), o Tiktaalik (peixes com muitas características semelhantes aos seres de quatro patas), Acanthostega (primeiros animais vertebrados a terem membros reconhecíveis) e o Ambulocetus (baleia que podia andar assim como nadar). Veja também: Lista de fósseis de transição. Além disso, tecnicamente todos os fósseis são fósseis de transição, porque nenhuma espécie é fixa e imutável. Por exemplo, você pode argumentar que o Homo erectus é um fóssil de transição entre o Homo sapiens e o Homo habilis. Mas na mesma linha de pensamento, você pode dizer que o Homo habilis é um fóssil de transição entre A. afarensis e o Homo erectus e assim por diante.[10][11]
  2. A evolução viola a segunda lei da termodinâmica, "a entropia de um sistema isolado não em equilíbrio tenderá a aumentar ao longo do tempo, aproximando-se de um valor máximo no equilíbrio".
    Os organismos não são sistemas isolados. Ao contrário, eles são sistemas abertos; eles trocam energia com seu ambiente e assim sua entropia pode aumentar ou diminuir. Especificamente, a principal fonte de combustível para a evolução é o Sol, que está continuamente adicionando energia ao ecossistema da Terra.[12][13]
  3. A evolução não pode criar estruturas "irredutivelmente complexas", como o olho ou o flagelo bacteriano.
    Tanto o olho de vertebrados quanto o flagelo bacteriano são bem entendidos como uma evolução a partir de estruturas mais simples. De fato, estruturas semelhantes a um olho simples (como o ocelo dos urocordados) podem ainda ser encontradas em espécies existentes.[14] Traços biológicos complexos também podem evoluir como exaptações, onde estruturas ancestrais, que evoluíram por diferentes razões, tornam-se cooptadas para novas funções. A "complexidade irredutível" não é, de modo algum, um conceito científico nem um argumento coerente: uma compreensão menos do que completa da história evolutiva de uma estrutura biológica não é evidência contra a evolução, nem mais do que uma compreensão total da órbita gravitacional de cada corpo astronômico é evidência contra a gravidade. A evidência empírica para a evolução é substancial, ao passo que nenhuma evidência nunca foi fornecida para a complexidade irredutível.[15][16]
  4. A evolução não pode criar novas informações.
    Novas informações são criadas sempre que ocorre uma mutação. Mesmo o "ruído" aleatório é uma forma de informação. (Esta informação aleatória é então "não aleatoriamente" propagada por seleção natural.) Exemplos da evolução de informações completamente novas incluem as enzimas de bactérias que podem digerir o nylon, um polímero que não existia antes de 1935.[17][18]
No que diz respeito ao artigo Evolução da Wikipédia, se houver qualquer evidência contra a evolução, ainda não foi aceita por qualquer publicação científica revisada por pares. Isto significa que mesmo se cada editor na Wikipédia soubesse da existência de evidências contra a evolução, não poderíamos adicionar esta informação ao artigo sem violar as políticas oficiais do projeto sobre pesquisa inédita e ponto de vista neutro. Se editores acreditam ou não que têm provas contra a evolução é algo irrelevante; o que importa são os pontos de vista científicos notáveis ​​sobre esta questão.

Referências

  1. Newsweek magazine, 29 junho 1987, Pag. 23: "By one count there are some 700 scientists with respectable academic credentials (out of a total of 480,000 U.S. earth and life scientists) who give credence to creation-science..." ver também Public beliefs about evolution and creation, Robinson, B. A. 1995..
  2. [http://www.talkorigins.org/features/whales/ The Origin of Whales and the Power of Independent Evidence
  3. T. Dobzhansky, & O. Pavlovsky, "An experimentally created incipient species of Drosophilia", Nature 23, P. 289-292 (1971)
  4. DM Hillis, JJ Bull, ME White, MR Badgett, and IJ Molineux (1992), «Experimental phylogenetics: generation of a known phylogeny», Science, 255 (5044): 589 - 592 
  5. Crandall, K. (1994), «Intraspecific cladogram estimation: Accuracy at higher levels of divergence» (PDF), Systematic Biology, 43 (2): 222-235 
  6. http://links.jstor.org/sici?sici=0006-8071(190909)48%3A3%3C179%3ATBOTCI%3E2.0.CO%3B2-Y
  7. Franck et al, 1990; M. Losseau-Hoebeke, 1992
  8. Byrne, Katharine & Nichols, Richard A., Heredity Janeiro de 1999, Volume 82, Number 1, Pages 7-15
  9. [http://www.talkorigins.org/features/whales/ The Origin of Whales and the Power of Independent Evidence
  10. Hunt, Kathleen (1997). Transitional Vertebrate Fossils FAQ. TalkOrigins Archive.
  11. Elsberry, Wesley R. (1998). Missing links still missing!?
  12. Disorder — A Cracked Crutch For Supporting Entropy Discussions
  13. Does Life On Earth Violate the Second Law of Thermodynamics?
  14. Lamb, Trevor D.; Collin, Shaun P.; Pugh, Jr, Edward N. (2007), «Evolution of the vertebrate eye: opsins, photoreceptors, retina and eye cup», Nature Reviews Neuroscience, 8: 960–976 
  15. Isaak, Mark (2005). Index to Creationist Claims, Claim CB200: Irreducible complexity. TalkOrigins Archive.
  16. Robison, Keith (1996). Darwin's Black Box: Irreducible Complexity or Irreproducible Irreducibility?. TalkOrigins Archive.
  17. Musgrave, Ian & Baldwin, Rich, et al (2005). Information Theory and Creationism. TalkOrigins Archive.
  18. «Evolution and Information: The Nylon Bug». New Mexicans for Science and Reason 

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