Doces Poderes

filme de 1996 dirigido por Lúcia Murat

Doces Poderes é um filme de comédia dramática brasileiro de 1996 dirigido e escrito por Lúcia Murat. O filme conta a história de uma jornalista que se muda para Brasília e se encontra em conflitos éticos de sua profissão. É protagonizado por Marisa Orth e Antônio Fagundes, com participações de José de Abreu, Otávio Augusto, Cláudia Lira e Tuca Andrada.[2]

Doces Poderes
Doces Poderes
Cartaz oficial do filme.
 Brasil
1996 •  cor •  102 min 
Género comédiadrama
Direção Lúcia Murat
Roteiro Lúcia Murat
Elenco
Música
Cinematografia Antônio Luiz Mendes
Edição César Migliorin
Companhia(s) produtora(s) Taiga Filmes
Distribuição Elo Company

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Lançamento 11 de outubro de 1996[1]
Idioma português

Sinopse editar

Em ano eleitoral, jornalista íntegra chega a Brasília para dirigir a sucursal de uma importante emissora de tevê. No exercício da tarefa, sofre toda sorte de pressões e tentações.

Elenco editar

Produção editar

O filme é o segundo longa-metragem dirigido por Lúcia Murat, sendo o primeiro Que Bom te Ver Viva. A ideia do filme surgiu após Murat voltar ao Brasil depois de um tempo vivendo fora do país e se chocar com o fato de seus amigos jornalistas fazendo campanhas para candidatos variados e inusitados em todo o Brasil em época de eleição.[3] A diretora explicou o fato em entrevista à Folha de S.Paulo:[3]

"Nesse momento pensei em fazer um filme que mostrasse como essa crise, que ao mesmo tempo tem esse aspecto universal que é a quebra da utopia e da perda de perspectiva, se dava num país chamado Brasil."

Lúcia Murat começou a produção entrevistando amigos próximos que trabalharam durante a campanha política no início dos anos 1990 para ter uma resposta da situação dos jornalistas.[3]

O filme foi produzido inteiramente com um orçamento de apenas R$ 500 mil. O elenco de atores que compõem o filme trabalhou gratuitamente. As gravações ocorreram em Brasília.[3]

Lançamento editar

O filme teve estreia mundial sendo exibido no Festival de Cinema de Sundance em janeiro de 1997.[4] Em seguida, percorreu diversos festival por todo o mundo, como o Festival de Berlim (na mostra Fórum); Washington International Film Festival e Chicago Latino Film Festival, nos Estados Unidos; Festival de Mar del Plata, na Argentina; Festival de Havana em Cuba, entre outros.[5]

Recepção editar

Critica dos especialistas e objeto de estudo editar

Em sua exibição no Festival de Sundance, o filme foi recebido com opiniões mistas por parte dos críticos e do público. Segundo a diretora, Lúcia Murat, a reação dos espectadores norte-americanos foi diferentes da dos brasileiros. Ela conta que eles deram risadas em momentos completamente diferentes do que se esperava.[6]

O periódico Dar Tagesspiegel, da Alemanha, definiu o filme como: "Uma brilhante análise das relações entre poder, sexo e política no Brasil"[5] A Variety elogiou a direção de Lúcia Murat a definindo como "criativa".[5] A crítica da revista IstoÉ classificou o filme como "oportuno e competente".[5]

Filipe Lacerda, em sua crítica ao site Vórtex Cultural, escreveu: "A mensagem que é passada pela maioria dos personagens é de que os tempos ideológicos mudaram, e que é preciso sujar as mãos, algo que desperta Bia, que ainda acredita que conseguirá mudar a realidade pondo a mão na massa. Ela acredita que não se contaminará."[7]

Doces Poderes tornou-se um marco do cinema brasileiro dos anos 1990 e foi objeto de análise e estudo em diversos artigos publicados, sobretudo, na área de jornalismo. Lisandro Magalhães Nogueira, por exemplo, escreveu em seu artigo como o filme representa a perda da função primária de informação do jornalismo quando este se associa ao marketing político.[8]

Prêmios e indicações editar

Ano Associações Categoria Recipiente(s) Resultado
1997 Prêmio Guarani de Cinema Brasileiro[6] Melhor Filme Doces Poderes Indicado
Melhor Direção Lúcia Murat
Melhor Atriz Marisa Orth Venceu
Melhor Ator Antônio Fagundes Indicado
Melhor Roteiro Lúcia Murat

Ver também editar

Referências

  1. «'Doces Poderes' desvenda bastidores de eleições». Folha de São Paulo. 11 de outubro de 1996. Consultado em 6 de fevereiro de 2022 
  2. AdoroCinema, Doces Poderes, consultado em 20 de novembro de 2021 
  3. a b c d «Folha de S.Paulo - Lúcia Murat leva humor - 22/2/1997». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de novembro de 2021 
  4. «Folha de S.Paulo - "Doces Poderes" agrada americanos - 25/1/1997». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 20 de novembro de 2021 
  5. a b c d «Doces poderes – Taiga Filmes e Vídeo». Consultado em 20 de novembro de 2021 
  6. a b «2º Prêmio Guarani :: Premiados de 1996». Consultado em 7 de julho de 2021 
  7. Pereira, Filipe (1 de novembro de 2014). «Crítica | Doces Poderes». Vortex Cultural. Consultado em 20 de novembro de 2021 
  8. «Cinema e política: a representação do jornalismo e do marketing político no cinema brasileiro». Repositório UFG 

Ligações externas editar