Embraer EMB-121

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O Embraer EMB-121 "Xingu" é um avião turboélice bimotor de médio porte e cabine pressurizada, para uso executivo. Tem capacidade para transportar dois tripulantes e até nove passageiros em viagens de médio curso. Foi desenvolvido e fabricado no Brasil na década de 1970 pela Embraer, que utilizou como base o projeto de asa do turboélice bimotor para transporte regional de passageiros Bandeirante. [1][2]

EMB-121 Xingu
Embraer EMB-121
Embraer Xingu - Um marco na história da Embraer, o primeiro turboélice pressurizado brasileiro
Descrição
Tipo / Missão Aeronave de transporte, com motor turboélice, bimotor monoplano de uso civil e militar
País de origem  Brasil
Fabricante Embraer
Período de produção 19761987
Quantidade produzida 106
Desenvolvido de Embraer EMB-110 Bandeirante
Primeiro voo em 1976
Introduzido em 1980
Tripulação 2-3
Passageiros 8/9
Especificações
Dimensões
Comprimento 12,3 m (40,4 ft)
Envergadura 15,5 m (50,9 ft)
Peso(s)
Peso máx. de decolagem 5 670 kg (12 500 lb)
Propulsão
Motor(es) 2 Pratt & Whitney PT6A
Potência (por motor) 680 hp (507 kW)
Performance
Velocidade de cruzeiro 450 km/h (243 kn)
Alcance (MTOW) 2 350 km (1 460 mi)
Teto máximo 8 500 m (27 900 ft)

É o primeiro integrante do Projeto 12X da Embraer, que consiste numa família de aeronaves turboélices.[3] Fruto de um pioneiro trabalho de pesquisa, criação e desenvolvimento de aeronaves turboélices pressurizadas para uso executivo, militar e transporte regional de passageiros, que incluiu posteriormente o EMB-120 Brasília.[4][5]

Na fase inicial de desenvolvimento do Projeto 12X, os engenheiros da fabricante contaram com o auxílio de colegas da norte-americana United Technologies, especialmente no aspecto de usinagem química, técnica necessária para fabricação de aeronaves metálicas pressurizadas.[6]

História editar

 
Xingu da Força Aérea Francesa

No design do Embraer Xingu foi aproveitado o projeto das asas e a motorização Pratt & Whitney PT6A da aeronave turboélice EMB-110 Bandeirante, utilizada no transporte regional de passageiros e cargas, porém a fuselagem, incluindo a seção dianteira e os estabilizadores vertical e horizontal, era completamente nova.

Os conceitos técnicos relativos à sua tecnologia inovadora de pressurização foram utilizados como base para dar origem ao modelo turboélice para transporte de passageiros EMB-120 Brasília, com mais de 350 unidades operando nos principais mercados mundiais.[7]

Na prática, foi um projeto completamente novo de uma aeronave executiva, ainda hoje utilizada por empresas de táxi-aéreo e operadores particulares, além da Força Aérea Brasileira e da Força Aérea Francesa.

Mercado editar

 
Interior de um Xingu-II

A principal configuração executiva adotada pela Embraer na cabine de passageiros, separada da cabine de pilotagem com dois assentos para piloto e co-piloto, foi de seis ou sete assentos, com porta lateral de acesso e escada embutida, corredor central na cabine de passageiros e um toalete básico ao fundo.

A rigor, o Embraer Xingu nasceu antes de 1976, mas a fase de testes e certificações das primeiras versões, incluindo os testes de pressurização, só foram concluídas no início da década de 1980. Sua velocidade de cruzeiro nas primeiras versões, com hélices de três pás, é de cerca de 410 km/h e, em versões posteriores, cerca de 430 km/h.[8]

O projeto das asas e fuselagem, com a construção convencional em alumínio e ligas metálicas, foi certificado pelas autoridades aeronáuticas brasileiras e americanas entre o final da década de 1970 e início da década de 1980, incluindo o sistema de degelo dos bordos de ataque das asas.

Uma versão modificada e mais silenciosa, o EMB-121A1 Xingu II, foi introduzida em 4 de setembro de 1981, com motores PT6A-135, mais potentes, e uma outra versão com fuselagem ligeiramente mais espaçosa, o EMB-121B Xingu III, com motores PT6A-42, não chegou a ser produzida em série.

Em agosto de 1987 a Embraer encerrou a produção, com 106 unidades fabricadas, das quais 51 exportadas. Atualmente a Força Aérea Francesa tem o maior número de Embraer Xingu em atividade, com 43 aviões em serviço.[9]

Na Força Aérea Brasileira, apenas o 6° ETA (Sexto Esquadrão de Transporte Aéreo), sediado na Base Aérea de Brasília, opera 3 aeronaves no transporte de autoridades governamentais e para apoio ao VI Comando Aéreo Regional.[10]

Ficha técnica editar

  • Tripulação (civil): 1 piloto e 1 co-piloto
  • Tripulação (militar): 1 piloto, 1 co-piloto e 1 mecânico
  • Capacidade: 8 ou 9 passageiros
  • Comprimento: Aprox. 12,3 metros
  • Envergadura: Aprox. 15,5 metros
  • Peso máximo decolagem: Aprox. 5.670 kg
  • Peso Máximo de Pouso: Aprox. 5.340 kg
  • Primeiro voo: 22 de outubro de 1976
  • Capacidade dos tanques (QAV): 1.720 litros
  • Velocidade cruzeiro: Aprox. 450 km/h
  • VMC (Velocidade Mínima Controle): Aprox. 178 km/h (embandeirado)
  • Vento cruzado (pouso e decolagem): Aprox. 46 km/h
  • Alcance: Aprox. 2 350 quilômetros
  • Teto de serviço: 28 000 pés (8 500 m)
  • Pista de pouso: Aprox. 1 300 metros (lotado / dias quentes / tanques cheios)
  • Motorização (potência): 2 x Pratt & Whitney PT6A (680 shp)

Versões editar

Ver também editar

Referências

  1. Embraer S.A. «EMB 121 Xingu». Centro Histórico Embraer. Consultado em 26 de setembro de 2014 
  2. BRASIL. COMAER. «EMBRAER EMB-121 (VU-9) "Xingu"». Museu Aeroespacial. Consultado em 26 de setembro de 2014 
  3. «.::Portal Contato Radar - Portal de Aviação::.». www.contatoradar.com.br. Consultado em 4 de agosto de 2016. Arquivado do original em 22 de fevereiro de 2014 
  4. Ensaio de estol no Xingu, parte 2: novas emoções... - Poder Aéreo - Forças Aéreas e Indústria Aeronáutica
  5. Falando em ensaio de estol, um emocionante voo no EMB 121 Xingu - Poder Aéreo - Forças Aéreas e Indústria Aeronáutica
  6. O que poucos sabem sobre a Embraer – 4 - Poder Aéreo - Forças Aéreas e Indústria Aeronáutica
  7. «Embraer 120-Brasília». Folha on line 
  8. Basseto, Murilo (21 de dezembro de 2019). «Embraer EMB-121, o primeiro avião pressurizado do Brasil». AEROIN. Consultado em 28 de outubro de 2021 
  9. «Revista Flap - Xingu alcança 30 anos na Força Aérea Francesa» 
  10. «Força Aérea Brasileira». Força Aérea Brasileira. Consultado em 21 de julho de 2016 

Ligações externas editar