Ectoplasma (citologia)

camada periférica do citoplasma
 Nota: Este artigo é sobre um objeto de pesquisa da citologia. Para o elemento paranormal, veja Ectoplasma.

Ectoplasma, também chamado ectoplasto, ectossarco e exoplasma, é a parte periférica do citoplasma, formada pelo líquido citoplasmático, de consistência gelatinosa.[1][2] É espessa e hialina e está limitada exteriormente pela membrana plasmática.[3]

Parâmetro laboratorial editar

Cervicovaginal editar

Por coloração Papanicolau, o ectoplasma é um dos parâmetros para avaliação citológica das células do cervicovaginal quando observada uma distinção visual entre ectoplasma e endoplasma.[4][5]

A mulher, no momento que passa pela puberdade ou na primeira gravidez, ocorre a eversão do epitélio escamoso endocervical, passando posteriormente para alteração metaplásica para formar novamente o epitélio escamoso. Assim, no momento da transição metaplásica é possível visualizar o ectoplasma em células metaplásicas escamosas tanto maturas quanto imaturas caracterizada por ser mais densa comparada com endoplasma a qual é pálida. [6][4]

Por fim, é importante não confundir coilócito, específico da infecção por Papiloma Vírus Humano e que apresenta uma condensação periférica do citoplasma, com uma célula metaplásica imatura que apresenta ectoplasma e endoplasma.[5]

Colestase editar

A colestase é produção anormal de bílis. Por meio da microscopia eletrônica é possível observar um aumento e agrupamento de microfilamentos em ectoplasma pericanalicular. Especulam-se que a presença abundante de microfilamentos seja uma consequência de desagregação destes da parede canalicular, mas necessita-se de estudos para ser melhor elucidado. [7][8]

Ameba editar

Em ameba é possível observar o ectoplasma com característica granular por método parasitário de diagnóstico a fresco.[9]

Fluorescência editar

Por meio da observação microscópica de fluorescência é possível distinguir a região ectoplamática da endoplasmática, por meio da observação da actina F presente no ectoplasma, a qual é a forma polimerizada da actina G, presente em endoplasma.[10]

Referências

  1. Michaelis 2019.
  2. Aulete 2019.
  3. Infopédia 2019.
  4. a b Ministério da saúde. Técnico em Citopatologia: Caderno de referência 1, Citopatologia Ginecológica. In:_____. Características citológicas nos esfregaços cervicovaginais normais. Brasília-DF, 2012. cap. 4, p. 55-78.
  5. a b Ministério da saúde. Técnico em Citopatologia: Atlas de citopatologia ginecológica. In:_____. Lesões intraepiteliais escamosas e carcinoma escamoso invasor do colo uterino. Brasília-DF, 2012. cap. 8, p. 115-156.
  6. Ministério da saúde. Técnico em Citopatologia: Caderno de referência 1, Citopatologia Ginecológica. In:_____. Lesões pré-cancerosas e carcinoma escamoso do colo uterino. Brasília-DF, 2012. cap. 8, p. 119-148.
  7. Adler M, Chung K. W, Schaffner F. Pericanalicular hepatocytic and bile ductular microfilaments in cholestasis in man. Am J Pathol. 1980 Mar; 98(3): 603–616.
  8. Chung, Kyu-Won et al. Increased Microfilaments in Hepatocytes and Biliary Ductular Cells in Cholestatic Liver Diseases. J Korean Med Sci. Seoul, v. 17, n.6, p. 795-800, 2002.
  9. Favoreto Junior, Silvio. Estudos de frequencia, diagnostico e caracterizacao morfologica de Entamoeba gingivalis, Gros, 1849. Uberlandia; s.n; 1994. ii,97 p. ilus, tab.
  10. «Actina». labs.icb.ufmg.br. Consultado em 17 de junho de 2019 

Bibliografia editar