Edifício Oceania

Bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia na cidade de Salvador

Edifício Oceania é um prédio localizado no município de Salvador, capital do estado da Bahia, fundado no ano de 1943.[1][2] É considerado um dos principais edifícios da capital baiana e no ano de 2008 passou por um processo de tombamento realizado pelo Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC).[3]

Edifício Oceania
Edifício Oceania
Edifício Oceania em 2017.
Tipo prédio
Estilo dominante art déco, modernismo, cubismo
Início da construção 1932
Fim da construção 1942
Inauguração 1943
Número de andares 12
Estado de conservação ativo
Património Nacional
Classificação IPAC
Ano 2008
Geografia
País  Brasil
Cidade Salvador, Bahia
Rua Marquês de Leão, 46 - Barra
Coordenadas 13° 0' 35" S 38° 31' 54" O

Entre moradores e ex-moradores ilustres do prédio estão personalidades como Flora e Gilberto Gil e o casal de atores Vladimir Brichta e Adriana Esteves.[4][5] Os atores Lázaro Ramos e Wagner Moura também possuem apartamentos no prédio.[6] Além disso, diversas personalidades já visitaram a propriedade como Bono Vox, líder da banda irlandesa U2 e o produtor musical estadunidense Quincy Jones.[6][7] O rei do futebol, Pelé, já foi presença frequente no prédio no apartamento de seu amigo Alfredo Saad, onde costumava passar algumas temporadas.[8]

História editar

A obra para a construção do Edifício Oceania começou na na década de 1930, porém, a obra seria concluída apenas no ano de 1943, devido a falta de materiais de construção gerados pela Segunda Guerra Mundial, que atrapalhava questões de logísticas.[1][9] O empreendimento contou com a participação da União comprando cotas dos apartamentos.[10]

Localizado no bairro da Barra, bairro à beira-mar em Salvador com vista para o Farol da Barra, o prédio possui elementos na sua construção de diversos movimentos arquitetônicos europeus como a Art déco, Cubismo e o Modernismo.[3][11][12] O estilo do prédio é muito parecido com a projeção urbanística do bairro carioca de Copacabana.[1][13] o prédio conta com 12 andares, oito pavimentos, cinco elevadores e quarenta e oito apartamentos contando com três e quatro quartos, todos com vista para o mar.[11]

O prédio já chegou a abrigar diversos empreendimentos como cassinos, sauna, boate, sorveteria, teatro e galeria de arte.[1][14]

Tombamento editar

No ano de 2008, o Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC) tombou o prédio alegando ser um patrimônio histórico de Salvador e para barrar mudanças na fachada do prédio e assim garantir a manutenção histórica do prédio.[1][3] O processo de tombamento dividiu os moradores do prédio, sendo comemorado por Flora Gil, esposa do músico e então Ministro da Cultura Gilberto Gil no governo Lula (PT), que comemorou a iniciativa do órgão.[5][15]

Como apurou o jornal baiano A Tarde, outros moradores do prédio não viram com vantagens o tombamento, não vendo 'diferença' com o tombamento e criticando a falta de apoio financeiro do órgão para preservação.[5]

No ano de 2015, o IPAC autorizou uma reforma no prédio que garantisse a manutenção dos principais traços característicos do edifício, autorizando alterar janelas, grades, antenas e outros materiais do prédio que foram degradados por ação do tempo.[11][16] Segundo João Carlos de Oliveira, diretor geral do IPAC, "o processo de reformas de prédio tombados devem ser atentamente respaldados por órgãos de manutenção histórica".[17]

Ver também editar

Referências

  1. a b c d e «ID: 32219». Biblioteca do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 10 de julho de 2021 
  2. «Salvador». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 10 de julho de 2021 
  3. a b c Moniz, Geraldo (4 de junho de 2010). «Em ação inédita, IPAC promove tombamentos de prédios modernistas e art déco na Bahia». Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia. Consultado em 10 de julho de 2021 
  4. «Vladimir Brichta e Adriana Esteves compram apê em prédio icônico de Salvador! Aos fatos – Glamurama». Glamurama - UOL. 2 de setembro de 2019. Consultado em 10 de julho de 2021 
  5. a b c Weinstein, Mary (21 de fevereiro de 2008). «Moradores e proprietários reagem ao tombamento». A Tarde. Consultado em 10 de julho de 2021 
  6. a b «Turista paulista cai em poço de um dos elevadores do prédio Oceania». G1. 7 de outubro de 2011. Consultado em 10 de julho de 2021 
  7. Santana, Valdemir (2 de março de 2006). «O folião Bono Vox no carnaval de Gil e Ivete». Caras. Consultado em 10 de julho de 2021 
  8. Andrade, Carol (20 de agosto de 2013). «20 de agosto – Edifício Oceania». 365 motivos para amar Salvador (em inglês). Consultado em 10 de julho de 2021 
  9. Hobsbawn, Eric (1995). Era dos extremos. São Paulo: Companhia das Letras. p. 153 
  10. Avena, Armando (12 de fevereiro de 2020). «Governo vai vender sua parte no Edifício Oceania e outros imóveis em Salvador». Bahia Econômica. Consultado em 10 de julho de 2021 
  11. a b c «Projeto de reforma do Edifício Oceania é aprovado pelo Ipac». G1. 29 de outubro de 2015. Consultado em 10 de julho de 2021 
  12. «Edifício Oceania, o mais belo da "Art Deco" do mundo - Confira». História de Salvador - Cidades baixa e alta. 22 de fevereiro de 2014. Consultado em 10 de julho de 2021 
  13. Julião, Luís (30 de junho de 2016). «Roteiro em prédios de Copacabana com estilo art déco faz sucesso». O Globo. Consultado em 10 de julho de 2021 
  14. «IPAC conclui fiscalização nas obras do Edifício Oceania». Tribuna Feirense. 29 de outubro de 2015. Consultado em 10 de julho de 2021 
  15. Rohter, Larry (31 de dezembro de 2002). «A Government Gig For Brazilian Pop Star; Gilberto Gil Becomes Culture Minister, But Not Everyone Sings His Praises». The New York Times (em inglês). ISSN 0362-4331. Consultado em 10 de julho de 2021 
  16. «Edifício Oceania será reformado». R7.com. 3 de novembro de 2015. Consultado em 10 de julho de 2021 
  17. «Ipac aprova projeto de reforma do Edifício Oceania». A Tarde. 29 de outubro de 2015. Consultado em 10 de julho de 2021