Egas Ermiges de Ribadouro

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Egas Ermiges de Ribadouro, O Bravo (m. c.1090) foi governador de Arouca, e um importante senhor com autoridade em grande parte da região do Ribadouro.

Egas Hermiges de Ribadouro
Rico-homem/ Senhor
Tenente condal
Reinado
Nascimento Antes de 1047?
  Condado Portucalense
Morte c.1095
  Condado Portucalense
Sepultado em Mosteiro de Paço de Sousa, Penafiel, Porto
Nome completo Egas Hermiges de Riba Douro
Cônjuge Gontinha Eres
Descendência Unisco Viegas, Senhora de Baião
Toda Viegas, condessa
Monio Viegas III de Ribadouro
Ermígio Viegas II de Ribadouro
Gomes Viegas II de Ribadouro
Dinastia Ribadouro
Pai Ermígio Viegas I de Ribadouro
Mãe Unisco Pais
Religião Catolicismo romano

Biografia

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Foi filho de Ermígio Viegas I de Ribadouro e Unisco Pais. Era irmão de Monio Ermiges e portanto tio do célebre Egas Moniz, o Aio.[1] Segundo alguns, terá sido o chefe da família, já que foi, dos filhos de Ermígio, o que tomou o apelido "Gasco", então tradicional por entre os chefes de linhagem da família.[2] À chefia contribui o grande poder e autoridade que deteve no Ribadouro, resultante no seu longevo governo tenencial em Arouca e também em Benviver, Aregos e Lamego. Embora se tenha tentado comprovar que na verdade governou todo o conjunto de terras (que se compunham pelas que ele governou) que se designava Anégia, a falta de documentação que o refira como senhor de Anégia leva a que se ponha esta hipótese de lado, significando provavelmente que quando acedeu ao poder a terra de Anégia já estava desagregada.[3] Surge no entanto, como senhor de Entre-os-Rios, que seria sinónimo de Benviver.[3]

A sul do rio Douro, dada a conquista de Coimbra por Fernando I de Leão em 1064, e a subsequente entrega do governo do Condado de Coimbra ao alvazil moçárabe Sesnando Davides, Egas, no seu domínio, terá estado subordinado a este.[4]

Papel fundiário

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Em 1088, doou ao Mosteiro de Paço de Sousa vários bens que detinha, com várias proveniênciasː uns herdara do pai, com destaque para as vilas de Galegos, Ascariz e Lagares,[2][4] outros herdara da mãe, em Touriz e Sabariz, e ainda outros de uma tia, Vivilde Viegas de Ribadouro, como Pedorido, na terra de Paiva.[4] O seu casamento com Gontinha Eres, senhora de Moldes e padroeira do Mosteiro de Arouca, deu-lhe acesso a vários bens nessa região, doando alguns deles a Paço de Sousa, e ainda ao governo de Arouca. Provavelmente durante o seu mandato doou também ao cenóbio de Paço de Sousa a quinta parte do que havia sido do seu sogro, por casamento.[4]

Egas Ermiges terá falecido por volta de 1090,[2] ou até 1095.[5][6]

Matrimónio e descendência

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Egas desposou Gontinha Eres de Lugo (1035 -?) que herdou da sua família o padroado do Mosteiro de Arouca,[7] como filha de Ero Menendez de Lugo, Conde de Lugo e de Ouroana Soares, de quem teve:

Referências

  1. a b c d e Sottomayor-Pizarro 1997.
  2. a b c Fernandes 1960.
  3. a b Lima 1993, p. 86, vol.1.
  4. a b c d GEPB 1935-57, vol.25, p. 500.
  5. Lima 1993.
  6. Segundo Fernandes (1960), qualquer documento de data posterior a 1090 que dê este senhor como vivo é falso. Contudo, Lima (1993) refere documentação de Egas até 1095.
  7. a b c d e f Mattoso 1981.

Bibliografia

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  • Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira - 50 vols. , Vários, Editorial Enciclopédia, Lisboa.
  • Fernandes, A. de Almeida (1960). A ação das linhagens no repovoamento. Porto: [s.n.] 
  • Gayo, Manuel José da Costa Felgueiras, Nobiliário de Famílias de Portugal, Carvalhos de Basto, 2ª Edição, Braga, 1989, vol. IV-pág. 377 (Coelhos).
  • Lima, António Manuel de Carvalho e (1993). Castelos Medievais no Curso Terminal do Douro (Sécs. IX-XII). I. Porto: Universidade do Porto 
  • Mattoso, José (1994). A Nobreza Medieval Portuguesa - A Família e o Poder. Lisboa: Editorial Estampa. ISBN 972-33-0993-9 
  • Sottomayor-Pizarro, José Augusto (1997). Linhagens Medievais Portuguesas: Genealogias e Estratégias (1279-1325). I. Porto: Universidade do Porto 
  • Ventura, Leontina (1992). A nobreza de corte de Afonso III. II. Coimbra: Universidade de Coimbra 
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