Eleições estaduais na Guanabara em 1974
As eleições estaduais na Guanabara em 1974 ocorreram sob deliberação da Lei Complementar nº 20 de 1º de julho de 1974 que determinou, em 15 de março de 1975, a fusão entre a Guanabara e o Rio de Janeiro sem prejuízo das eleições a se realizarem em cada um deles para escolher suas bancadas dando ao Rio de Janeiro quatro senadores, 46 deputados federais e 94 estaduais. Note-se que os parlamentares foram escolhidos em 15 de novembro sob a égide do Ato Institucional Número Três num ritual aplicado aos 22 estados e aos territórios federais do Amapá, Rondônia e Roraima. Os cariocas residentes no Distrito Federal escolheram seus representantes no Congresso Nacional graças à Lei n.º 6.091 de 15 de agosto de 1974.[1][2][3][4][5][6][nota 1][nota 2][nota 3][nota 4]
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Eleição parlamentar na ![]() | ||||
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15 de novembro de 1974 (Turno único) | ||||
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Líder | Danton Jobim | Luís da Gama Filho | ||
Partido | MDB | ARENA | ||
Natural de | Avaré, SP | Rio de Janeiro, RJ | ||
Votos | 1.150.983 | 469.378 | ||
Porcentagem | 71,03% | 28,97% | ||
![]() Senador Titular(es) Eleito(s) | ||||
Com a extinção da Guanabara o presidente Ernesto Geisel escolheu o vice-almirante Floriano Peixoto Faria Lima governador do Rio de Janeiro. Natural do Rio de Janeiro ele ingressou na Escola Naval em 1933, atuou em operações bélicas durante a Segunda Guerra Mundial e mais tarde fez curso de comando e depois foi instrutor na Escola de Guerra Naval além de comandar a Escola de Aprendizes Marinheiros de Pernambuco. Membro do Gabinete Militar no governo Jânio Quadros foi responsável pela Superintendência Nacional da Marinha Mercante. Aluno de Humberto de Alencar Castelo Branco na Escola Superior de Guerra foi membro do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA), subchefe de gabinete do Ministério da Marinha e adido militar nos Estados Unidos e Canadá. Aposentado em 1971, teve na presidência da Petrobras o seu último cargo público antes de ser escolhido governador do Rio de Janeiro.[7][8][nota 5]
Para senador foi reeleito Danton Jobim. Advogado, jornalista e professor nascido em Avaré, ele se graduou pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Escreveu para O Trabalho (jornal do PCB) e esteve ao lado de Irineu Marinho em A Noite trabalhando em jornais como o Diário Carioca. Sucessor de Herbert Moses na Associação Brasileira de Imprensa, foi do PR até a eclosão do Regime Militar de 1964 quando passou a militar no MDB e por ele conquistou seu primeiro mandato político em 1970 numa terceira vaga de senador aberta pela Guanabara devido a cassação de Mário Martins.[nota 6]
Resultado das eleições para senadorEditar
Conforme o Tribunal Superior Eleitoral houve 1.620.361 votos válidos (84,02%), 124.497 votos em branco (6,46%) e 183.683 votos nulos (9,52%) resultando no comparecimento de 1.928.541 eleitores.[1]
Candidatos a senador da República |
Primeiro suplente de senador | Número | Coligação | Votação | Percentual |
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Danton Jobim MDB |
Hugo Ramos MDB |
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Luís da Gama Filho ARENA |
Hermes Vasconcelos ARENA |
Deputados federais eleitosEditar
São relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.[9][10]
Deputados estaduais eleitosEditar
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral o MDB conquistou 36 das vagas em disputa contra 12 da ARENA.[1][11]
Notas
- ↑ Nos referidos territórios o pleito serviu apenas para a escolha de deputados federais, não havendo eleições no Distrito Federal e em Fernando de Noronha.
- ↑ Estavam em curso os mandatos dos senadores Amaral Peixoto e Vasconcelos Torres, eleitos em 1970, e a eles se juntaram Danton Jobim e Saturnino Braga.
- ↑ Nesse caso a Guanabara elegeu 24 deputados federais 48 deputados estaduais e o Rio de Janeiro escolheu 22 deputados federais 46 deputados estaduais.
- ↑ Originalmente a Lei n.º 6.091 não previa a eleição para deputados estaduais, algo que ocorreria anos depois.
- ↑ Em sua família seu irmão, o brigadeiro José Vicente de Faria Lima, foi prefeito de São Paulo e seu sobrinho, José Roberto Faria Lima, foi deputado federal pelo estado de São Paulo.
- ↑ Segundo o Art. 4º § único do Ato Institucional Número Cinco as cassações baseadas no referido ato não permitiriam a efetivação do suplente, Marcelo Alencar, que aliás também fora cassado.
- ↑ Teve o mandato cassado pelo Ato Institucional Número Cinco que em seu Art. 4º § único proibia a convocação do suplente.
- ↑ Não confundir com o violinista português Pedro Ferreira.
- ↑ Não confundir com o ex-juiz Nestor Nascimento.
- ↑ Não confundir com o político paranaense Heitor Furtado.
Referências
- ↑ a b c «Banco de dados do Tribunal Superior Eleitoral». Consultado em 19 de novembro de 2013
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Ato Institucional Número Três». Consultado em 16 de junho de 2019
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei complementar nº 20 de 01/07/1974». Consultado em 19 de novembro de 2013
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei n.º 6.091 de 15/08/1974». Consultado em 1º de junho de 2018
- ↑ «Acervo digital de Veja». Consultado em 19 de novembro de 2013. Arquivado do original em 19 de novembro de 2013
- ↑ A ARENA no dia do MDB. Disponível em Veja, ed. 324 de 20/11/1974. São Paulo: Abril. Página visitada em 19 de novembro de 2013.
- ↑ Senado recebe a indicação de Faria Lima ao governo (online). Jornal do Brasil, Rio de Janeiro (RJ), 13/09/1974. Primeiro caderno, p. 03. Página visitada em 27 de maio de 2018.
- ↑ Tomam posse hoje os novos governadores (online). Folha de S.Paulo, 15/03/1975. Nacional, p. 04. Página visitada em 1º de junho de 2018.
- ↑ «Página oficial da Câmara dos Deputados». Consultado em 28 de abril de 2017. Arquivado do original em 2 de outubro de 2013
- ↑ «BRASIL. Presidência da República: Lei nº 9.504 de 30/09/1997». Consultado em 28 de abril de 2017
- ↑ «Arquivo relativo à Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro». Consultado em 16 de junho de 2019