Embu-Guaçu

município da Microrregião de Itapecerica da Serra, na Região Metropolitana de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil
(Redirecionado de Embu Guaçu)

Embu-Guaçu[7] é um município da Região Metropolitana de São Paulo, Região Geográfica Imediata de São Paulo, no estado de São Paulo, no Brasil. Localiza-se na Zona Sudoeste da Grande São Paulo, em conformidade com a Lei Estadual nº 1.139, de 16 de junho de 2011[8] e, consequentemente, com o Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo (PDUI).[9] O município é formado pela sede e pelo distrito de Cipó-Guaçu.[10][11]

Embu-Guaçu
  Município do Brasil  
Igreja matriz de Embu-Guaçu
Igreja matriz de Embu-Guaçu
Igreja matriz de Embu-Guaçu
Símbolos
Bandeira de Embu-Guaçu
Bandeira
Brasão de armas de Embu-Guaçu
Brasão de armas
Hino
Lema Per aspera ad astra
"Através das asperezas, até os astros"
Gentílico embu-guaçuense
Localização
Localização de Embu-Guaçu em São Paulo
Localização de Embu-Guaçu em São Paulo
Localização de Embu-Guaçu em São Paulo
Embu-Guaçu está localizado em: Brasil
Embu-Guaçu
Localização de Embu-Guaçu no Brasil
Mapa
Mapa de Embu-Guaçu
Coordenadas 23° 49′ 55″ S, 46° 48′ 39″ O
País Brasil
Unidade federativa São Paulo
Região metropolitana São Paulo
Municípios limítrofes 4
Norte: Itapecerica da Serra
Leste: São Paulo
Sul: Juquitiba
Oeste: São Lourenço da Serra[1]
Distância até a capital 48 km[2]
História
Fundação final do século XIX
Emancipação 28 de março de 1965 (59 anos)
Administração
Prefeito(a) José Antonio Pereira[3] (MDB, 2021–2024)
Vereadores 13
Características geográficas
Área total [4] 155,641 km²
População total (estimativa IBGE/2019[4]) 69 385 hab.
 • Posição SP: 108º
Densidade 445,8 hab./km²
Clima Subtropical (Cfb)
Altitude 820 m
Fuso horário Hora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2010[5]) 0,749 alto
PIB (IBGE/2008[6]) R$ 441 660,396 mil
PIB per capita (IBGE/2008[6]) R$ 7 158,08
Sítio www.embuguacu.sp.gov.br (Prefeitura)

O município possui uma área territorial de 155,641 km² e sua população foi estimada em 69 385 habitantes, conforme dados do IBGE de 2019. Considerando estes números, a densidade populacional estimada era de 445,8 habitantes por km²[4]. Já a população aferida pelo IBGE no Censo de 2010 foi de 62 769 habitantes, resultando naquele ano, em uma densidade populacional de 403,32 habitantes por km².

Topônimo

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"Embu-Guaçu" é um termo oriundo da língua tupi antiga e significa "cobra grande".[12][13]

Seu primeiro nome foi Ilha de Itararé, pois se julgou que esta era uma grande ilha fluvial, tal a quantidade de rios na região. Depois, veio a denominação M'Boy-Guaçu, também de origem tupi e, finalmente, Embu-Guaçu. Todos esses nomes, inspirados no Rio Santa Rita, extenso e cheio de curvas sinuosas.

História

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No final do século XIX, em uma de suas andanças pelos sertões paulistas, o casal de sertanistas José Pires de Albuquerque e Emília Pires de Moraes Pedroso chegou à região onde, atualmente, está localizado Embu-Guaçu. Impressionados com a beleza natural da região, decidiram fixar residência e erguer a primeira casa, feita de taipas e mão de obra escrava, próximo ao Rio Santa Rita (hoje, patrimônio da família Svartman, fundadora da primeira indústria do município: a "Indústria Química Paulista S/A").

O povoado cresceu no início de 1900, com a chegada de imigrantes e novas famílias como os Roschel, os Creim, os Schunck, os Domingues, entre outros que constituíram as famílias pioneiras da região. Em 1920, José Pires de Albuquerque constrói a primeira indústria de farinha de mandioca.

Em 1932, Embu-Guaçu é elevado à condição de Vila, onde Benedito Roschel de Moraes inaugura a primeira casa comercial.

 
Estação Ferroviária de Embu Guaçu em meados da década de 1950

Por mais de meio século, a região apresentou um crescimento populacional, econômico e social bastante moroso, porém, com a chegada dos trilhos, a região começou a crescer em todos os sentidos. Em 1927, começaram as difíceis e demoradas obras de construção da ferrovia da Estrada de Ferro Sorocabana, com o ramal Mairinque-Santos, que desceria a Serra do Mar cruzando Embu-Guaçu, onde a obra chegou por volta de 1929. Em 1937, o novo ramal da ferrovia foi inaugurado.

A antiga Estrada de Ferro Sorocabana (1934-1971) transportava o café produzido no interior paulista para o porto santista. Nela, havia uma estação inaugurada em 5 de abril de 1934, onde houve tráfego de passageiros entre Embu-Guaçu e Santos até novembro de 1997. O nome da ferrovia foi, posteriormente, alterado para Ferrovia Paulista Sociedade Anônima (FEPASA: 1971-1998). Hoje, é administrada pela Rumo Logística, que opera o alto tráfego de trens de carga que cruzam o município,

Em 1944, Embu-Guaçu Guaçu foi elevado à categoria de distrito pelo decreto-lei nº 14.334/44, com uma área de 171 km², mas ainda sendo parte do município de Itapecerica da Serra.

Emancipação

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O município itapecericano detinha um sério problema de repasse de verbas devido sua grande extensão territorial, sendo incapaz de manter toda sua área. Em decorrência desta dificuldade, movimentos emancipacionistas ganharam força e Embu-Guaçu foi emancipado, a partir da Lei estadual nº 8 092, 20 de fevereiro de 1964. As eleições municipais foram convocadas para o dia 7 de março de 1965.

Em 28 de março de 1965, Embu-Guaçu foi elevado à categoria de município, ocorrendo, então, a primeira legislatura, com posse do Prefeito, Vice-Prefeito e Vereadores, e conquistando definitivamente sua emancipação político-administrativa.

A comissão do movimento Pró-Emancipação, que trabalhou no sentido de que toda documentação e exigências da Lei Orgânica do Município fossem apresentadas à Assembleia Legislativa do Estado, era composta por: presidente, Sr. Fioravante Francisco; quatro vices-presidentes, Alexandre Rodrigues Nogueira, Antônio Albuquerque Filho, Valdomiro Pereira Rodrigues, Walter dos Reis; Secretário Geral, Benedicto Roschel de Moraes; e quatro secretários, Nilton Higino Martins, Francisco O. Martins, Luiz G. Ávila de Macedo, Rafael Cau; Tesoureiro Geral, Antônio Roschel de Moraes; e quatro tesoureiros, Angelo Flose, Kyiotoschi Morita, Antenor Hervelha e Pedro Júlio da Rocha.

Demografia

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População

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Crescimento populacional
Ano População Total
197010 280
198021 038104,6%
199136 27772,4%
200056 91656,9%
201062 76910,3%
202266 9706,7%
Fontes:[14][15][16]
Censos Demográficos IBGE e Estimativas SEADE

Geografia

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Uma análise da divisão territorial feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística em 1 de junho de 1995 e confirmada em 15 de julho de 1999 indicou que município é constituído de dois distritos: Embu-Guaçu (distrito sede) e Cipó-Guaçu.[17]

Seus limites são Itapecerica da Serra a norte, a capital a leste, Juquitiba a sul, Itanhaém a sudeste e São Lourenço da Serra a oeste.

Hidrografia

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O Rio Embu-Guaçu é o principal rio da região, cujo nome deu origem ao topônimo do município. Ele serve a Represa de Guarapiranga, com volume aproximado de 44% da sua capacidade total.

Outros cursos d'água, córregos e rios afluentes do rio Embu-Guaçu também atravessam o município. O principal deles é o Rio Santa Rita.

Meio ambiente

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Embu-Guaçu apresenta 100% de seu território inserido em Área de Proteção de Mananciais (Leis Estaduais 898/75, 1172/76 e 9866/97), integrando também a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica (Programa Man and Biosphere da UNESCO), estando ainda submetida ao Decreto Federal 750/93, bem como a outros instrumentos da legislação ambiental brasileira.

O município conserva vegetação natural, como manacás, angicos, jacaré-pau, bromélias, táfias, pau-incenso, araucárias, cedros, ipês e outras. Possui remanescentes da Mata Atlântica, paisagens belíssimas e diversidade tanto na fauna quanto na flora.

Parte das várzeas do rio Embu-Guaçu e do rio Santa Rita estão protegidas pelo Parque Ecológico Várzea do Embu-Guaçu, que ocupa um área de 129 hectares de Mata Atlântica, próxima ao centro do município de Embu-Guaçu. O parque oferece área para recreação infantil e pesquisas naturais, além de preservar grande parte da belíssima fauna e flora de Mata Atlântica da região.

O clima do município, como em toda a Região Metropolitana de São Paulo, é o subtropical. Verão pouco quente e chuvoso. Inverno ameno e sub-seco. A média de temperatura anual gira em torno dos 18 °C, sendo o mês mais frio julho e o mais quente fevereiro. O índice pluviométrico é de 2 000 milímetros anuais, concentrados nos meses de verão.[18]

Dados climatológicos para Embu-Guaçu
Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Ano
Temperatura máxima média (°C) 25,2 25,2 24,7 22,9 20,9 19,9 19,4 20,2 21,1 21,9 23,2 24,4 22,4
Temperatura média (°C) 20,7 20,9 20,2 18,3 16,1 14,9 14,2 15,1 16,3 17,4 18,7 19,9 17,7
Temperatura mínima média (°C) 16,3 16,6 15,8 13,7 11,4 9,9 9,1 10,1 11,5 12,9 14,2 15,4 13,1
Precipitação (mm) 280 263 231 142 109 80 70 80 120 201 189 246 2 011
Fonte: Climate-Data.org[18]

Rodovias

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Ferrovias

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Infraestrutura

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Comunicações

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A cidade era atendida pela Telecomunicações de São Paulo (TELESP),[20] que implantou a central telefônica utilizada até os dias atuais. Em 1998 esta empresa foi privatizada e vendida para a Telefônica,[21] sendo que em 2012 a empresa adotou a marca Vivo[22] para suas operações de telefonia fixa.

Economia

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A economia de Embu-Guaçu é baseada em indústrias, principalmente de transformação e minerais não metálicos, como caulim, mica e feldspato, e metalúrgicas. Sua economia também é calcada na atividade rural, integrando o Cinturão Verde da Grande São Paulo.

Cultura

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Centro Cultural 28 de Março

Esporte

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Embu-Guaçu é uma das cidades com quantidades mais expressivas de medalhas estaduais de judô, modalidade esportiva esta que é massivamente ensinada gratuitamente na cidade.

Outra contribuição da cidade é a criação de uma variável do basquetebol que é o basquete de grama, ou grass basketbal, que é jogado na grama, e sem as delimitações tradicionais. Porém, este esporte ainda não foi homologado pela Confederação Brasileira de Basketball para que se torne uma modalidade oficial.

Ver também

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Referências

  1. IBGE. «Mapa de Divisões Territoriais». Consultado em 29 de dezembro de 2010. Arquivado do original em 1 de agosto de 2012 
  2. «Distâncias entre a cidade de São Paulo e todas as cidades do interior paulista». Consultado em 29 de junho de 2011 
  3. Prefeito e vereadores tomam posse em Embu-Guaçu Portal G1 - acessado em 2 de janeiro de 2021
  4. a b c «Estimativa populacional 2019 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 28 de agosto de 2019. Consultado em 22 de outubro de 2019 
  5. «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil» (PDF). Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2010. Consultado em 1 de agosto de 2013 
  6. a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2004-2008». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Consultado em 11 de dezembro de 2010 
  7. «Lei Complementar nº 1.139, de 16 de junho de 2011». Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo. Consultado em 1 de fevereiro de 2017 
  8. «Região Metropolitana de São Paulo». Plano de Desenvolvimento Urbano Integrado da Região Metropolitana de São Paulo. Consultado em 1 de fevereiro de 2017. Cópia arquivada em 27 de janeiro de 2017 
  9. «Municípios e Distritos do Estado de São Paulo» (PDF). IGC - Instituto Geográfico e Cartográfico 
  10. «Divisão Territorial do Brasil». IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
  11. NAVARRO, E. A. Dicionário de tupi antigo: a língua indígena clássica do Brasil. São Paulo. Global. 2013. p. 560.
  12. «Citybrazil. Disponível em Acesso em 9 de fevereiro de 2013.» 
  13. «Censos Demográficos (1991-2022) | IBGE». www.ibge.gov.br 
  14. «Censos Demográficos (1872-1980) | IBGE». biblioteca.ibge.gov.br 
  15. «Biblioteca Digital Seade | Fundação Seade». bibliotecadigital.seade.gov.br 
  16. IBGE Cidade@. «Dados Históricos da Formação Administrativa do município de Embú-Guaçu». Consultado em 22 de maio de 2011 
  17. a b «Clima: Embu-Guaçu». Climate-Data.org. Consultado em 16 de janeiro de 2016. Cópia arquivada em 14 de julho de 2015 
  18. «Embu-Guaçu -- Estações Ferroviárias do Estado de São Paulo». www.estacoesferroviarias.com.br. Consultado em 11 de agosto de 2020 
  19. «Área de atuação da Telesp em São Paulo». Página Oficial da Telesp (arquivada) 
  20. «Nossa História». Telefônica / VIVO 
  21. GASPARIN, Gabriela (12 de abril de 2012). «Telefônica conclui troca da marca por Vivo». G1 

Ligações externas

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