Um enema de café é um tipo do consueto processo, no qual insere-se café através do ânus para limpar o reto e o intestino grosso. Não há, sob alicerces médicos ou científicos, quaisquer evidências de reparo na saúde do exercitante para enemas de café. O emprego de sua práxis pode suscitar sepse, distúrbios eletrolíticos, colite, proctocolite, falência de órgãos, perfuração retal, ou, ainda, abscesso cerebral.

História editar

Enquanto a ideia de lavagem retal remete à medicina do Antigo Egito,[1] a implantação do café para enemas não é recente; conchavada em 1917, foi mencionada no Manual MSD até o ano de 1972.[2]

 
Saco de enema, instrumento que alicerça a ingressão do conteúdo

Em 1920, cientistas germânicos investigaram efeitos do enema de cafeína sobre o ducto biliar e intestino delgado. Max Gerson altercou que enemas de café ilustravam melhora sobre o trato gastrointestinal. Ainda, anuindo que efeitos positivos de desintoxicação eram promovidos pelo método, o que conduziria o paciente à recuperação de sua saúde deteriorada, declarou que, paradoxalmente a enemas de salina, o café do enema franqueava o músculo liso do intestino delgado, alvejando, posteriormente, o fígado. Segundo o especialista, isto estimularia o sistema nervoso autônomo, de forma análoga ao consumo oral da droga, trazendo a soltura de bílis no fígado. Tal recurso, adicionalmente, removeria mais toxinas nocivas do que um edema ordinário. Ao contatar seus pacientes, aludindo à manifestação da cafeína, frequentemente dizia que "enemas de café não são fornecidos para a função dos intestinos, mas para a estimulação do fígado".[2]

Os enemas de café apareceram no manual do Royal Army Medical Corps em 1944 como um enema estimulante para o tratamento de choque e envenenamento, misturado com conhaque.[3] A prática da limpeza do cólon experienciou ponderável demissão a partir de 1990, e, em tal faixa, eram utilizados com foco em um tratamento alternativo contra o soerguimento de câncer.[4]

Riscos e efeitos editar

Alguns defensores da medicina alternativa têm debatido sobre a desintoxicação suscitada pela prática do enema, argumentando que a mesma restauraria produtos metabólicos de tumores. Todavia, não há evidência médica ou científica que suportem qualquer desintoxicação ou efeitos anti-câncer.[5][6][7]

Quando administrado tão frequentemente quanto num ritmo de 2 horas, inconstantemente, o enema pode levar à morte, devido a desequilíbrios eletrolíticos, hiponatremia, desidratação e derrames pleurais e pericárdicos. A instituição americana Food and Drug Administration (FDA) adverte que fortuitos voluntários devem estar cientes do potencial risco de morte em estudos que o executam.[8][9][10]

Referências

  1. «Colon Therapy». American Cancer Society. Cópia arquivada em 24 de abril de 2015 
  2. a b Moss, Ph.D., Ralph W. "The Cancer Chronicles" 2nd ed. Austin, Texas: 1994. (6–7)
  3. Gunter, Jen (21 de janeiro de 2018). «Did the military use coffee enemas? I had to know.». Dr. Jen Gunter. Consultado em 27 de fevereiro de 2018 
  4. Ernst, E (junho de 1997). «Colonic irrigation and the theory of autointoxication: a triumph of ignorance over science.». Journal of Clinical Gastroenterology. 24 (4): 196–198. PMID 9252839. doi:10.1097/00004836-199706000-00002 
  5. Lee, C.; Song, S.; Jeon, J.; Sung, M.; Cheung, D.; Kim, J.; Kim, J.; Lee, Y. (2008). «Coffee enema induced acute colitis». The Korean Journal of Gastroenterology = Taehan Sohwagi Hakhoe Chi. 52 (4): 251–254. PMID 19077527 
  6. Shils ME, Hermann MG. «Unproved dietary claims in the treatment of patients with cancer». Bull N Y Acad Med. 58 (3): 323–40. PMC 1805327 . PMID 7052177 
  7. Cassileth B (Fevereiro de 2010). «Gerson regimen». Oncology (Williston Park, N.Y.). 24 (2). 201 páginas. PMID 20361473 
  8. Memorial Sloan-Kettering Cancer Center, "Gerson Regimen". Acessado em 17 de novembro de 2017.
  9. FDA, "Human Research Subject Protections Under Multiple Project Assurance (MPA) M-1356 and Federalwide Assurance FWA-2636", 2002.
  10. Atwood, Kimball, Science-Based Medicine, "The Ethics of "CAM" Trials: Gonzo (Part I)". Acessado em 11 de julho de 2012.