Eos

deusa grega do amanhecer
 Nota: Para outros significados, veja Eos (desambiguação).

Eos (em grego: ἨώςÊôs, aurora), na mitologia grega, é a deusa que personificava o amanhecer. Filha de Hiperião e Teia, é a irmã da deusa Selene, a Lua, e de Hélio, o Sol.

Eos
Personificação do amanhecer

Eos, de Evelyn De Morgan
Cônjuge(s) Hélio e Titono
Pais Hiperião e Teia
Irmão(s) Selene e Hélio
Filho(s) Anemoi, Mêmnon, Lúcifer
Romano equivalente Aurora

Representação editar

Normalmente citada como de longos cabelos louros e unhas tingidas de rosa com uma carruagem purpúrea puxada por dois cavalos alados, Lampo e Faetonte, com arreios multicolores. Ágil e graciosa, é munida de asas nos ombros e nos pés.

Essa caracterização expressa seu carácter de jovem caprichosa e despreocupada, que vive amores intensos e efêmeros.

Função editar

Eos tem, como principal função, abrir as portas do céu para a carruagem de Hélio, a personificação do Sol, sendo assim a deusa do amanhecer (Quando a carruagem de Hélio está saindo, e o Sol está nascendo) e do entardecer, mais especificamente, o pôr do sol (Quando a carruagem de Hélio está voltando, e o Sol está se pondo). Responsável também pelo brilho do Sol e das tonalidades do Céu, Eos é a deusa que desperta as pessoas e criaturas dos mais profundos sonhos e derrama orvalho nas folhas, sendo mais conhecida por ser a deusa especialmente do amanhecer.

Amores e filhos editar

São numerosas as paixões de Eos, sendo a mais conhecida com Titono, irmão mais velho de Príamo. Ao apaixonar-se por ele, teve medo de o perder e o raptou e levou-o para a Etiópia.

A deusa amava-o tanto que pediu para que lhe concedessem a imortalidade, mas esqueceu-se da juventude eterna, e dessa forma o amado da deusa transformou-se num velho decrépito, sem nunca, no entanto, morrer. Eos decidiu, então pedir para que Zeus o transformasse numa cigarra.

Com Titono, teve dois filhos: Emátion e Mêmnon.

Céfalo, filho de Hermes e Herse, também foi vítima do amor implacável de Eos.

Ele estava já casado com a princesa Prócris, terna e amorosa e sempre fiel a seu marido.

Insaciável como sempre, Eos pouco se importa para o sofrimento de Prócris e rapta Céfalo enquanto caçava nas proximidades do monte Imeto.

Mas apesar de todos os esforços da deusa, o jovem continua apaixonado por sua esposa. Apesar de muitos esquemas ardilosos da deusa, Céfalo e Prócris se reconciliam. Céfalo volta a caçar, mas sua esposa, com receando a deusa rival, o segue. Pensando se tratar de um animal, ele a mata e ao ver o que havia feito, se joga ao mar. Comovido, Zeus os transforma em estrelas.

Uma das versões do mito de Ganímedes, conta que ele foi raptado e levado ao monte Olimpo não por Zeus, mas pela deusa Eos, ao que parece essa era a versão original do mito de Ganímedes, ela é mencionada por Apolonio de Rodis, e outros escritores da Grecia antiga.[1]

As suas paixões atribuem-se ao fato de que teve amores com Ares, algo que deixou Afrodite muito enciumada, fazendo com que lançasse um feitiço sobre Eos, para que ela se apaixonasse apenas por homens mortais, e tivesse um desejo sexual insaciavel.

Versão da lenda segundo Hesíodo editar

Segundo Hesíodo, Eos (o Dia) sequestrou Céfalo, e o filho deles se chama Faetonte, guardião do templo de Afrodite.[2][3]

Referências

  1. «GANYMEDE (Ganymedes) - Greek Cup-Bearer of the Gods». www.theoi.com. Consultado em 21 de janeiro de 2020 
  2. Teogonia, 985-992, por Hesíodo
  3. Descrição da Grécia, 1.3.1, por Pausânias (geógrafo)