Na Grécia Antiga, o erastes (em grego, ἐραστής = amante, cujo plural é "erastai") era um homem aristocrata envolvido em um relacionamento com um adolescente do sexo masculino denominado eromenos (em grego, ἐρώμενος, cujo plural é "eromenoi").

Symposium Homens e eromenoi reclinando e jogando kottabos
Pederastic courtship scene; 6th c. Attic black-figure kylix. Louvre, Paris.

O relacionamento entre o eromenos e o erastes era muito mais amplo que meramente sexual, como atesta a variação de nomes nas diversas polei. Em Esparta (onde leis regulavam esse relacionamento), era eispnelas, (inspirador). Em Creta, philetor (amigo).

Características editar

Os eromenos eram intensamente disputados na antiga Grécia, sendo objeto de brigas de rua e poemas. Alguns dos eromenoi mudavam-se para a casa de seus erastes por algum tempo. O erastes ideal era controlado em seu amor, e sua afeição era expressa em atos de generosidade e simpatia, em contraste com homens que simplesmente procuravam meninos por prazer sexual. [1]

Os antigos gregos valorizavam o período da vida em que os adolescentes eram considerados prontos para esse relacionamento, período esse chamado de hôraios (freqüentemente traduzido por auge da infância)[2] O eromenos era prezado por sua beleza, porém mais prezado ainda por sua modéstia, esforço e coragem. Platão diz em sua obra Simpósio que os eromenoi eram os "melhores" meninos, que "amam homens e gostam de ser abraçados por homens".

Embora objeto de afeição e paixão, os eromenoi não necessariamente mantinham relações sexuais. Quando presentes, as relações são mostradas na iconografia como manipulação ou sexo intercrural (entre as pernas). O sexo anal parece mais raro, embora suficientemente comum para ser criticado como prática vergonhosa, por feminilizar os jovens que o praticavam [3]. O relacionamento por dinheiro era severamente punido, como mostra o caso de Timarco e o discurso de Ésquines Contra Timarco.

Notas editar

  1. Aeschines, Against Timarchos tradução Nick Fisher (2001) p.103
  2. Xenophon, Memorabilia 1.3.8-14
  3. Esopo "Zeus and Shame" (Perry 109, Chambry 118, Gibbs 528), in Fábulas

Ver também editar