Escândalo das licitações no transporte público em São Paulo
Escândalo das licitações no transporte público em São Paulo, também conhecido como trensalão tucano ou simplesmente trensalão,[1] é um esquema de corrupção ocorrido no Estado de São Paulo que culminou na formação de um cartel entre corporações transnacionais para fraudar licitações do Metrô e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos.[2][3][4][5] Cinco contratos supostamente fraudulentos foram assinados entre 1998 e 2008, enquanto os governadores de São Paulo Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra ocupavam cargo durante o período[6][7]
Denúncias e investigações
editarAs denúncias dariam conta de que o cartel - formado ao menos pelas transnacionais alemã Siemens, francesa Alstom, canadense Bombardier, espanhola CAF e japonesa Mitsui - teria atuado em pelo menos seis licitações desde 1998, a partir das licitações para a construção da primeira parte da Linha 5–Lilás e da extensão da Linha 2–Verde.[2][5][8]
Investigado pela Polícia Federal do Brasil e o Cade,[9] o escândalo foi revelado após delação da Siemens[8]. Segundo a empresa alemã, corporações internacionais combinavam previamente os preços de vencedores e perdedores das licitações para a aquisição de equipamentos e serviços ferroviários em São Paulo, e assim faturar acima do preço correto.[5][10] Há também a denúncia de que os empresários também corromperam políticos e autoridades ligadas ao PSDB (que tem governado o Estado de São Paulo desde 1995) e servidores públicos de alto escalão.[4][11]
Reforma de trens
editarEm dezembro de 2013, o Ministério Público de São Paulo pediu suspensão de dez contratos para a reforma de 98 trens usados nas linhas 1–Azul e 3–Vermelha, sob alegação de que a reforma saiu mais cara do que a compra de trens novos.[12] No mês seguinte, o Metrô anunciou a suspensão desses contratos por 90 dias.[13] Em maio de 2015, seis representantes das empresas Alstom, Temoinsa, Tejofran e MPE, contratadas para a reforma desses trens, foram denunciados pelo Ministério Público de São Paulo, além da prisão preventiva de César Ponce de Leon, que foi diretor da Alstom.[14][15]
Ver também
editarReferências
- ↑ «Para PT, caso Siemens é 'trensalão'; FHC reage: 'PSDB não é farinha do mesmo saco'». Estadão. 9 de agosto de 2013. Consultado em 31 de maio de 2015
- ↑ a b Empresa alemã Siemens delata cartel em licitações do metrô de SP - Folha de S.Paulo, 14 de julho de 2013
- ↑ Siemens, Alstom cooperating with Brazilian antitrust probe - Reuters, 15 de julho de 2013
- ↑ a b O esquema que saiu dos trilhos - IstoÉ, 19 de julho de 2013
- ↑ a b c Licitações do Metrô e CPTM tinham esquema de cartel desde 1998 - iG, 16 de julho de 2013.
- ↑ Current scandal just the latest in a long history of graft Sao Paulo ‘train cartel’ publicado pelo "Buenos Aires Herald" (2015)
- ↑ POLITICS: Politics as usual? Corruption rears its ugly head again publicado pela Courcy's Intelligence Service"
- ↑ a b Escândalo no Brasil põe em dúvida esforços anticorrupção da Siemens - DWelle, 19 de julho de 2013
- ↑ Cade e Polícia Federal apuram cartel em licitações de metrô e CPTM - iG, 06 de julho de 2013
- ↑ Alckmin diz que exigirá ressarcimento de prejuízos com formação de cartel - G1, 15 de julho de 2013
- ↑ Istoé aponta propinoduto tucano no metrô de São Paulo - O Vermelho, 20 de julho de 2013
- ↑ «Ministério Público paulista pede paralisação de projetos do Metrô». Estadão. 4 de dezembro de 2013. Consultado em 31 de maio de 2015
- ↑ «Metrô vai suspender contratos de reforma de trens de R$ 2,5 bi». Folha de S.Paulo. 1 de fevereiro de 2014. Consultado em 31 de maio de 2015
- ↑ «MP pede prisão de executivo suspeito de participar de cartel dos trens em SP». G1. 24 de abril de 2015. Consultado em 1 de junho de 2015
- ↑ «MP de SP denuncia funcionários de empresas suspeitas de formar cartel». G1. 22 de maio de 2015. Consultado em 31 de maio de 2015