Ilhéus: diferenças entre revisões

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Atualizei na descrição o valor do PIB per capta do município, de acordo com os novos dados do IBGE/2016
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Por volta do ano 1000, as tribos [[Povos indígenas do Brasil|indígenas]] [[tapuias]] que habitavam a região foram expulsas para o interior do continente devido à chegada de povos [[tupis]] procedentes da [[Amazônia]]. No século XVI, quando chegaram os primeiros portugueses à região, a mesma era habitada pela tribo tupi dos [[tupiniquins]].<ref name=":5">BUENO, E. ''Brasil: uma história''. 2ª edição. São Paulo. Ática. 2003. p. 19.</ref>
 
No século XVI, com a &nbsp;[[Descoberta do Brasil|descoberta do Brasil pelos portugueses]], o rei português &nbsp;[[João III de Portugal|dom João III]] &nbsp;doou vasta extensão de terra, 7 mil &nbsp;[[légua]]s &nbsp;quadradas, ao &nbsp;[[donatário]] &nbsp;[[Jorge de Figueiredo Correia]], &nbsp;[[escrivão]] &nbsp;da corte real. A carta de doação foi foi assinada em &nbsp;[[Évora]] &nbsp;a &nbsp;[[26 de junho]] &nbsp;de &nbsp;[[1534]]. Ainda que se falasse da terra as maiores maravilhas, o donatário da capitania preferiu o luxo e o fausto da corte, e enviou o &nbsp;espanhol &nbsp;Francisco Romero &nbsp;para cuidar de suas terras e representá-lo na administração da capitania. De acordo com o historiador Vargnhagem, Francisco Romero era considerado um homem bravo e circunspecto e, para defender as terra a ele delegadas, enfrentou e pacificou os índios tupiniquins que se revoltaram diante da carta de doação da Capitania de Ilhéus a Jorge de Figueiredo Correia.<ref name=":1">{{citar livro|título=Estórias da história de Ilhéus|ultimo=BRANDÃO|primeiro=Arthur|ultimo2=ROSÀRIO|primeiro2=Milton|editora=Edições SBS Ltda|ano=1970|local=Ilhéus|páginas=9-12|acessodata=27/11/2017}}</ref>
 
Francisco Romero se instalou primeiro na ilha de Tinharé, atual &nbsp;[[Morro de São Paulo]]; depois, descobriu a &nbsp;[[Baía do Pontal]], se encantou e lá fundou a sede da capitania, dando-lhe o nome de São Jorge dos Ilhéos: São Jorge, uma homenagem ao donatário Jorge e Ilhéus, devido à quantidade de ilhas (ilhéos) encontradas no seu litoral (além das que, ainda existem hoje, como a &nbsp;Pedra de Ilhéus, Ilheusinho, Pedra de Itapitanga e a &nbsp;[[Ilha dos Frades]]), além dessas, a paisagem da baía também se caracterizava pelos morros do Pernambuco, Outeiro de &nbsp;São Sebastião, Rapa, grande e Itapins. Hoje, estes morros são conhecidos como Morro de Pernambuco, Morro do Outeiro de São &nbsp;Sebastião, Morro da Conquista e Morro do Pacheco . Instalada em &nbsp;[[1535]] &nbsp;na &nbsp;[[Ilha de Tinharé]], antigo domínio da &nbsp;[[Capitania de Ilhéus]], a sede administrativa logo se mudou para a região da Foz do &nbsp;[[Rio Cachoeira (Bahia)|Rio Cachoeira]], a chamada &nbsp;Baía de Ilhéus.<ref name=":1" />
 
O bom relacionamento entre colonizadores e nativos possibilitou a fundação da Vila de São Jorge dos Ilhéos que, em 1556, se transformou em &nbsp;[[freguesia]] &nbsp;por ordem de &nbsp;[[Pero Fernandes Sardinha|Dom Pero Fernandes Sardinha]]. Considerada por &nbsp;[[Tomé de Sousa]] &nbsp;como "a melhor coisa desta costa, para fazenda", a região se tornou produtora de &nbsp;[[cana-de-açúcar]] &nbsp;e ganhou muitas construções. Nos seus primeiros quinze anos, o progresso da vila era enorme e atraía todo tipo de pessoa. Jorge de Figueiredo doou pedaços de terra que se chamavam &nbsp;[[sesmarias]] &nbsp;a diversas figuras importantes do reino e, em &nbsp;[[1537]], doou uma sesmaria a &nbsp;[[Mem de Sá]], que seria o terceiro governador-geral do Brasil, localizada no que foi chamado de &nbsp;[[Engenho de Santana]], e onde hoje está localizado o povoado de &nbsp;[[Rio do Engenho]].<ref name=":2">{{citar livro|url=http://www.trf1.jus.br/dspace/bitstream/handle/123/158580/20%20anos%20da%20justi%C3%A7a%20federal%20de%20Ilh%C3%A9us.pdf?sequence=1|título=20 anos da Justiça Federal em Ilhéus|ultimo=Tribunal Regional Federal|primeiro=|editora=|ano=2007|local=Ilheus|páginas=|acessodata=23/12/2017}}</ref>
 
Ainda restam vestígios deste engenho, que foi explorado pelos jesuítas, e onde está localizada a capela de [[Nossa Senhora de Santana]], considerada a terceira igreja mais antiga do [[Brasil]]. Em 1551, com a morte do donatário, a capitania mudou de dono várias vezes e caiu no ostracismo, tornando-se apenas mais uma vila de pescadores na costa do país. Com a chegada dos ferozes índios [[aimorés]], que passaram a atacar as plantações, Ilhéus sofreu um declínio econômico que resultou em decadência.<ref name=":2" />
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No início do século XX, a antiga vila de casas desalinhadas, dá lugar a palacetes, vinte e oito praças , diversas indústrias, agências de navegação e, além de exportar cacau , exportava também [[Óleo de Copaíba|óleo de copaíba]], couro, sabão, madeira para marcenaria, peixe seco, entre outros. Os principais povoados nesse período eram Pontal, Itabuna, Banco da Vitoria (criado em 1830), Almadina, Ariguatá, Cururupe, Iguape, Olivença, São João e Castelo Novo. No ano de 1914, uma forte tempestade, que resultou em uma grande enchente, danificou a estrada de ferro Ilhéus-Conquista, construída em 1904 pela firma Oliveira, Carvalho e Cia. tal acontecimento acarretou grandes prejuízos, mas a cidade conseguiu se recuperar mantendo posição de destaque entre as cidades baianas.<ref name=":1" />
 
Nesta época, começaram a construção de belos edifícios públicos, como o &nbsp;[[Palácio do Paranaguá]], que abriga até hoje a Prefeitura, e a sede da Associação Comercial de Ilhéus; belas casas, como a do coronel &nbsp;[[Misael Tavares]] &nbsp;e a da &nbsp;[[família Berbert]], uma cópia do &nbsp;[[Palácio do Catete]] &nbsp;no &nbsp;[[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]], e muitos outros.<ref>FOLGUEIRA, Manoel Rodrigues. ''Álbum Artístico, Commercial e Industrial do Estado da Bahia''. Rio de Janeiro: Edição Folgueira, [[1930]].</ref>
 
Nem os conflitos sangrentos que se prolongaram por mais de um ano conseguiram frear o desenvolvimento de Ilhéus. O preço do cacau subia e as fortunas cresciam rapidamente. Gastava-se abundantemente e o champagne francês era vendido como aperitivo nos bares. No ano de 1920 é inaugurada a primeira ponte de atracação do porto e um trecho de cais, além do Hospital São José.<ref name=":1" />
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== Geografia ==
 
Localizado na &nbsp;[[Microrregião de Ilhéus-Itabuna|Região Cacaueira]] &nbsp;e Região Econômica Litoral Sul da Bahia, o município de Ilhéus é formado pelos distritos de Aritaguá, Banco Central, Castelo Novo, Couto, Inema, Japú, Pimenteira, Rio do Braço e &nbsp;[[Olivença (Ilhéus)|Olivença]]. O município faz divisa ao norte com os municípios de &nbsp;[[Aurelino Leal]], [[Itacaré]] &nbsp;e &nbsp;[[Uruçuca]], ao sul com &nbsp;[[Una]], ao sudoeste com &nbsp;[[Itabuna]] &nbsp;e &nbsp;[[Buerarema]], &nbsp;ao oeste com &nbsp;[[Itajuípe]] &nbsp;e &nbsp;[[Coaraci]], &nbsp;ao noroeste com &nbsp;[[Itapitanga]] &nbsp;e ao leste com o &nbsp;[[Oceano Atlântico]].<ref name=":3">{{citar livro|url=http://www.ppec.ufba.br/site/publicacoes/expansao-urbana-da-cidade-de-ilheus-bahia-e-ocupacao-dos-manguezais-o-caso-do-bairro.|título=A expansão urbana da Cidade de Ilhéus – Bahia e a ocupação dos manguezais: o caso do bairro|ultimo=OLIVEIRA|primeiro=Olga Maria Goes de|editora=|ano=2008|local=Salvador: UFBA|páginas=|acessodata=27/11/17}}</ref>
 
Por se caracterizar como uma sub-região tropical e úmida, o clima é fundamental na definição do quadro natural, na medida em que configura os tipos de solo e a forma do relevo, variedade da vegetação e a rede hidrográfica. Essa região está inserida na Região Administrativa da Água - RAA - Bacia do Leste, onde se destacam os rios Cachoeira, Almada e Santana.<ref name=":3" />
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Quanto ao relevo, o município se caracteriza por apresentar um contexto diversificado com: o planalto pré-litorâneo, planalto costeiro, tabuleiros costeiros e planície costeira. Ilhéus é constituída pelos morros de São Sebastião, Tapera, Vitória, Boa Vista, Conquista, Basílio, Esperança, Coqueiro, Amparo e Soledade, que impuseram restrições à expansão do município ao sul pela baía do pontal, ao norte pelos manguezais, pelo canal artificial Itaípe e pelo Rio Almada, e a oeste pelo Rio Itacanoeiros. Dessa forma, a área urbana é caracterizada pela presença de morros, colinas, fundos de vale e outeiros.<ref name=":3" />
 
A &nbsp;[[Mata Atlântica]] &nbsp;é a vegetação predominante no município de Ilhéus, formada sobretudo por árvores de médio e grande porte e com biodiversidade incalculável. Além dessa vegetação, destacam-se as áreas de &nbsp;[[restinga]], predominante na linha de praias, e uma grande faixa de manguezais, dentre os quais se destaca o &nbsp;[[manguezal]] &nbsp;do Rio Cachoeira, um dos mais extensos, cerca de 10&nbsp;km. Nesta área se forma um &nbsp;[[estuário]] &nbsp;conhecido como Coroa Grande,onde se encontram o &nbsp;[[Rio Cachoeira (Bahia)|Rio Cachoeira]], o &nbsp;[[Rio Santana (Bahia)|Rio Santana]] &nbsp;e o &nbsp;[[Rio Itacanoeira|Rio]] [[Rio Itacanoeira|Itacanoeira]], conhecido como Rio Fundão. Além destes rios, faz parte da rede hidrográfica do município de Ilhéus, a bacia do Rio Almada.<ref name=":3" />
 
O município possui duas unidades de conservação, a APA da Lagoa Encantada e o Parque Municipal da Boa Esperança.<ref name=":3" />
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== Demografia ==
De acordo com os dados do [[Censo demográfico do Brasil de 2010|Censo 2010]], realizado pelo [[Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística]] (IBGE), a população de Ilhéus era de 184.236''' &nbsp;'''habitantes, sendo 89.440 &nbsp;homens e 94.796 &nbsp;mulheres. Neste mesmo período, 155.281 habitantes viviam na &nbsp;[[zona urbana]] &nbsp;e 28.955 na &nbsp;[[zona rural]]. &nbsp;Segundo &nbsp;a estimativa apresentada no ano de 2017, pelo mesmo &nbsp;instituto, houve redução da população do município para {{fmtn|176341}} habitantes.<ref name=":6">{{citar web|url=https://cidades.ibge.gov.br/brasil/ba/ilheus/panorama|titulo=Cidades e Estados do Brasil|data=|acessodata=11/12/17|publicado=|ultimo=|primeiro=}}</ref>
 
Em 2015, o salário médio mensal dos trabalhadores formais no município era de 2,7 salários mínimos, e a a proporção de pessoas ocupadas em relação à população total era de 19,8%.<ref name=":6" />
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O déficit habitacional em Ilhéus atinge principalmente as famílias de baixa renda. Para atender a uma parte dessa população, principalmente os que recebiam entre 1 a 3 salários mínimos, alguns empreendimentos foram realizados.
 
O primeiro conjunto habitacional foi construído na década de 1970 no Jardim Savóia (zona Norte) e financiado pelo [[Banco Nacional da Habitação|Banco Nacional de Habitação]] (BNH). Também na década de 1970 foi construído o Conjunto Habitacional da Sapetinga, no bairro da Sapetinga para os que possuíam rendimentos de 4 a 7 salários mínimo, e  &nbsp;o Conjunto Jardim Boa Vista, no bairro do Pacheco.<ref name=":3" />
 
Na década de 1980, foram construídos o Conjunto Habitacional URBIS na zona sul, que atendeu a mais uma parte da população que recebiam entre 1 a 3 salários mínimos. Ainda nesse período, foram construídos no bairro da Tapera, o Conjunto Colina do Sol, na zona sul, os Conjuntos: Morada do Pontal, o Habitacional Santo Antônio de Pádua e o CEPLUS, para os funcionários da [[Ceplac]].<ref name=":3" />
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* Praça Cairu
* Praça Castro Alves ou Praça da Irene
=== Praias ===
{{VT|Lista de praias de Ilhéus|l1=}}
 
=== Praias ===
A costa litorânea do município de Ilhéus possui uma extensão de 84&nbsp;km, sendo considerada a maior do estado da Bahia. O litoral se estende desde o arraial do Acuípe, limite sul, tendo como divisor o rio Acuípe, até o povoado da Ponta do Ramo, ao norte, cujo limite é o rio Sargi. As praias não se sucedem de forma contínua pelo litoral, pois são interrompidas por formações rochosas e cursos d’água, como o rio Almada.<ref name=":4">{{citar livro|título=Projeto Orla: Plano de Gestão Integrado|ultimo=MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE, MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO ORÇAMENTO E GESTÃO, PREFEITURA MUNICIPAL DE ILHÉUS|primeiro=|editora=|ano=2007|local=|páginas=|acessodata=15/11/2017}}</ref>
 
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Praia do Morro de Pernambuco é marcada pela presença de um farol, este trecho caracteriza-se como orla exposta não urbanizada cujos atributos naturais são rochas, vegetação de restinga herbácea, arbustiva e espécies exóticas.<ref name=":4" />
 
A praia do Opaba se localiza entre o Morro do Pernambuco e a praia dos Milionários e Morro dos Navegantes. Sua orla é exposta e apresenta urbanização consolidada, possui como características naturais praias com recifes de arenito, vegetação de restinga herbácea e coqueirais. Apresenta uso diversificado:  &nbsp;residencial, comercial, lazer e transporte aéreo (aeroporto). O acesso às praias ocorre, principalmente, de forma indireta.
 
Tanto a praia dos Milionários quanto a do Morro dos Navegantes apresentam orla exposta em processo de urbanização e ocupação residencial pouco adensada. Nestas praias destacam-se ainda os empreendimentos hoteleiros de pequeno e médio porte e adensamento desordenado de barracas de praias sem padronização. Acesso à praia é parcialmente livre. Sua cobertura vegetal caracteriza-se por fragmentos de restinga herbáceas, coqueirais e espécies exóticas. Sua ocupação está voltada para as atividades de turismo e lazer.<ref name=":4" />