Fernando Amado

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Fernando Alberto da Silva Amado (Lisboa, 15 de junho de 1899 – Lisboa, 23 de Dezembro de 1968), ou simplesmente Fernando Amado como era mais conhecido, foi um actor, encenador, professor, dramaturgo ou director de grupos de teatro português.

Era um homem conservador, monárquico e partidário do ‘integralismo lusitano, "o que não o impediu de conviver com as ideias mais progressistas e de cativar amizades e respeito nos mais diversos quadrantes políticos"[1].

"Grande parte da sua obra apresenta uma construção baseada numa cena rápida, concisa e brilhante, síntese de conflitos humanos e sociais profundos e reflexivamente sentidos. A sua visão do teatro, transposta em vários escritos teóricos e críticos da sua autoria, encontra-se reunida na obra À boca de cena, publicada em 1999"[2].

Biografia

Licenciado em Ciências Histórico-Geográficas pela Faculdade de Letras de Lisboa.

Ainda jovem deixou-se seduzir pelo grupo de Orpheu, estabelecendo com Almada Negreiros uma amizade e uma cumplicidade que atravessa toda a sua vida e obra.

Iniciou, em 1946, a sua actividade teatral, estreando-se simultaneamente como encenador, ator e dramaturgo em "A caixa de Pandora" com a Casa da Comédia, um grupo de teatro formado no Centro Nacional de Cultura, instituição a cuja criação esteve ligado.

Mantendo uma regular produção de textos dramáticos e, em 1949, encenou no Teatro Estúdio do Salitre.

Lecionou Estética Teatral (de 1954 a 1967) e Arte de Representar (em 1958/59) no Conservatório Nacional de Lisboa, onde teve também a oportunidade de encenar vários espetáculos com os alunos.

Entre 1955 e 1962, dirigiu vários grupos de teatro universitário e de amadores, tais como o Teatro Universitário de Lisboa (1955-58), o grupo de teatro da paróquia de São João de Deus (1956-58), o grupo de teatro da Faculdade de Letras e o grupo de teatro da Academia de Amadores de Música (1960). Apresentou, com alguma regularidade, em 1960 e 1961, espetáculos no Centro Nacional de Cultura e na Fábrica de João Osório de Castro, em Mafra.

Em 1963, com o apoio de João Osório de Castro e um grupo de jovens atores amadores, fundou a Casa da Comédia, inaugurando também um novo espaço teatral revitalizado para o efeito: o Teatro de Bolso de Lisboa – Casa da Comédia. Dirigiu este grupo, encenando aí diversos espetáculos em 1964, retirando-se no ano seguinte por motivos de saúde.

Obras

Deste modo, foi sob a égide do futurismo de Orpheu que escreveu o seu primeiro texto dramático, «O homem-metal» (1916), sendo depois autor de mais de três dezenas de peças de teatro. Até ao início dos anos 50 publicou vários textos sobre pintura, teatro e temas monárquicos na Revista de Portugal e na Variante.

Foi diretor, entre 1941 e 1946, do jornal Aléo – Boletim das Edições Gama, assinando artigos sobre várias matérias, entre as quais críticas a espetáculos de teatro (publicados sob o pseudónimo ‘Ariel’)[3].

  • «À boca de cena». Lisboa: & etc. (1999)
  • «Peças de Teatro». Lisboa: Imprensa Nacional – Casa da Moeda (2000)

Referências

Ligações externas