José Saramago: diferenças entre revisões

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Mesmo em dias de hegemonia do pensamento pró-mercado, Saramago guarda um olhar abrigado em uma ilha européia mais próxima da [[África]] que do velho centro da civilização capitalista. Sempre atento às injustiças da era moderna, vigilante das mais diversas causas sociais, Saramago não se cansa de investir, usando a arma que lhe coube usar, a palavra. ''“Aqui na Terra a fome continua, / A miséria, o luto, e outra vez a fome.”'', diz o eu lírico do poema saramaguiano ''“Fala do velho do Restelo ao astronauta”'' (do livro ''[[Os poemas possíveis]]'', editado em 1966).
 
 
 
===Cronologia da atribuição de um prémio Nobel ===
 
 
* Setembro de 1997 - A agência publicitária sueca, Jerry Bergström AB, de Estocolmo, contratada pelo ICEP - (orgão estatal português para a promoção do comércio e turismo nacional), organizou uma visita de José Saramago a Estocolmo, incluindo:
o um seminário na Hedengrens, a principal cadeia de livrarias sueca
o Discurso na Universidade de Estocolmo
o Várias entrevistas a jornais, revistas e rádios suecas
o Nesses mesmos dias, a televisão estatal sueca produziu um programa especial dedicado a Saramago
 
* Outubro de 1997 - A Feira Internacional do Livro de Frankfurt tem neste ano Portugal como país em destaque
 
* 10 de Dezembro de 1998 - Saramago recebe o Prémio Nobel em Estocolmo
 
Segundo o "Diário de Notícias", o director da empresa sueca Jerry Bergström AB afirmou: "Portugal nunca tinha tido um Prêmio Nobel e uma parte de nossa missão consistia em mudar essa situação".
 
Comentando esta atribuição, Sture Allén, então secretário da Academia Sueca, negou que a decisão tenha sido afectada por "campanhas publicitárias, comentários de académicos ou escritores, ou qualquer outro tipo de pressão".
 
Contradizendo Allén, Knut Ahnlund e Lars Gyllensten, membros da academia afirmaram que seria ridículo afirmar que os membros da academia sejam "imunes a agências publicitárias".
 
Segundo o Dagens Nyheter haveria provas de que uma campanha semelhante foi organizada pela Alemanha.
 
Knut Ahnlund, membro da academia sueca, foi crítico da atribuição do prémio Nobel a Saramago, que segundo ele foi o culminar de uma campanha profissional de relações públicas.
 
=={{Ver também}}==