Retrato de Jovem com Corrente de Ouro: diferenças entre revisões

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Em [[1989]], o parecer da Comissão Rembrandt não apenas nega que se trate de um auto-retrato como considera improvável a autoria de Rembrandt. Por fim, [[Luiz Marques]] considera "''extremamente inverossímel''" a tradicional hipótese de que se trate de um auto-retrato, acrescentando ainda que uma comparação entre o retrato do MASP e dois auto-retratos da [[década de 1630]], conservados no [[Museu do Louvre|Louvre]] e em [[Berlim]], revela que as similaridades resumem-se basicamente a faixa etária dos retratados.
 
==Atribuição==
 
Os primeiros registros documentando a obra e a autoria de Rembrandt datam do século XVIII - embora tenham sido publicados somente no século XX. São conhecidas ao menos três [[gravura]]s oitocentistas que reproduzem de forma fidedigna o retrato em pauta: uma de [[Pieter van Bleek]], outra de [[Murray]] e a terceira de [[Johann Georg Hertel II]]. Todas trazem a inscrição "''Rembrandt pinxit''" ("Rembrandt pintou"). Na [[historiografia]], o retrato comparece em [[biografia]]s, compilações e [[catálogo]]s de pinturas de Rembrandt desde pelo menos [[1822]]. Não são raras as referências à tela como uma das obras-primas do pintor (John Smith, [[1836]]; Carel Vosmaer, [[1877]], entre outros), atestadas também por um número considerável de cópias antigas e derivações produzidas por outros artistas de renome, como [[William Hogarth]].
 
Em [[1968]], Gerson observa que a atribuição a Rembrandt "''não é totalmente convicente''" e em [[1983]], Sumovsky avança o nome de [[Govaert Flinck]] como possível autor do retrato. Mas é somente em [[1989]] que se formaliza um parecer contrário à tradicional atribuição. Neste ano, a obra é analisada por um membro da [[Comissão Rembrandt]] - um comitê de especialistas que se instalou na [[Holanda]] para averiguar a autoria de todos os quadros conhecidos do artista. O parecer da comissão negou a autoria do mestre holandês, atribuindo a obra ao "círculo de Rembrandt".
 
Instala-se uma polêmica discussão. No mesmo ano, o historiador [[Pietro Maria Bardi]] declara discordar do parecer da comissão. Três anos depois, reafirma sua convicção de que o retrato "''é obra do mestre''", recordando que muitos "''museus estrangeiros se recusam a aceitar os vereditos daquela comissão''". De fato, instituições como a [[Coleção Frick]] de [[Nova York]] e especialistas como [[Simon Schama]] têm rejeitado os pareceres do comitê e a própria Comissão Rembrandt têm revisto muitas de suas atribuições (em [[2005]], quatro pinturas atribuídas ao "círculo de Rembrandt" pela comissão foram republicadas como obras autógrafas do mestre, segundo o próprio comitê).
 
Em [[1998]], Luiz Marques, professor de [[História da Arte]] da [[Unicamp]], também discorda do parecer da comissão, elencando uma série de elementos desconsiderados pela análise do comitê que, em sua opinião, ''"distancia muito a obra do raio de ação de Rembrandt"''. Marques observa ainda que são necessários exames científicos para se obter uma análise mais circunstanciada acerca da atribuição do retrato e da própria [[autenticidade]] da assinatura - ignorada pela comissão -, recordando que a o prestígio de que o retrato gozou no passado é um forte indicativo de sua origem, no mínimo, no ateliê de Rembrandt.
 
Além dos supracitados, a obra foi atribuída com maior ou menor convicção a Rembrandt por Hofstede de Groot, Abraham Bredius, Van Gelder, Haverkamp-Begemann e Christopher Brown, entre outros, e pela totalidade da [[crítica]] especializada anterior ao [[século XX]].
 
== {{Veja também}} ==